quinta-feira, junho 28, 2012

HANDFASTING DIA 30/06 - Local: Vale das Bruxas/Extrema


A cerimônia pagã de casamento, conhecida como handfasting, é uma simples união entre duas pessoas que se amam e fazem seus votos frente a frente. Ou seja, um ritual de casamento normal, como em todas as religiões. Tem origem européia e era comum em culturas célticas e eslavas. O termo vem do verbo handfast, que na era medieval era a denominação do contrato de casamento.
Existem diversas formas de ser realizada. O casal pode amarrar seus pulsos com fitas, cordas ou cabos enquanto fazem suas juras. Os votos significam um compromisso com a outra pessoa e consigo mesmo. No final da cerimônia, as mãos são soltas, simbolizando que o casal está junto por sua própria vontade.

Também são trocados anéis, que simbolizam uma aliança. A troca de alianças é um costume que tem origem no Paganismo, inclusive.
Quem pode oficiar um casamento pagão? Não há regra, mas geralmente são celebrados por sacerdotes de cada tradição, pois se entende que sejam as pessoas com maior conhecimento ali e tudo o mais.

Os casamentos pagãos não têm como regra “que sejam felizes para sempre”, mas que fiquem juntos enquanto se amem. Tradicionalmente, os handfastings duram 1 ano e 1 dia. Passado esse tempo, o casal renova seus votos se assim desejar. Eu gosto dessa idéia porque significa que você está com alguém porque quer mesmo, e não porque assinou um papel.

Geralmente a cerimônia é realizada ao ar livre, a fim de honrar os quatro elementos (terra, ar, água e fogo), e estão presentes todas as pessoas que desejam boas energias ao casal. Os votos do casal geralmente incluem amor, respeito, honra e proteção à família. Podem ser utilizados elementos para dar um ar tradicional à cerimônia, e isso depende da tradição ou vertente seguida pelo casal, mas a cerimônia básica, somente com o essencial, também é comumente realizada. A verdade é que não existe uma maneira fixa de celebrar o handfasting - depende realmente da vertente que o casal vivencia.

Não existe qualquer restrição com relação ao sexo das pessoas que celebram este ritual, assim como não há restrição quando pessoas se amam.

Como se trata de uma cerimônia de caráter religioso, os envolvidos podem querer casar-se também no que chamamos de “casamento civil”, apenas para oficializar burocraticamente a união, assim como acontece nas demais religiões.


NOIVOS: MATHEUS E TALITA
        WELLINGTON E RAQUEL

MESTRE DE CERIMÔNIA: SACERDOTISA LÚMINA-RÁ

LUA NEGRA





Ao contrário do que muitos pensam, a Lua Negra não é um nome mais bonitinho para a Lua Nova. Lua Negra é a denominação dada ao período em que não vemos nenhuma lua no céu, e isso ocorre por volta de três dias antes do 1º dia de Lua Nova.

É bastante interessante notarmos que a Lua, sem o reflexo do Sol, mostra-se como ela é verdadeiramente; a sua sombra. O mesmo não ocorre com a gente?

Buscando a Bruxaria, sabemos que devemos nos aprofundar dentro de nós mesmas(os) e nos conhecermos verdadeiramente. Isso inclui conhecer de verdade nossas qualidades e defeitos, pois ambos fazem parte do que somos em nossa essência.

A Bruxaria lida com a totalidade. Isso significa que não existe “bem” e “mal”, mas vários lados de uma mesma moeda. A Natureza é muito complexa para caber em apenas duas definições tão simples. O que devemos aprender é como equilibrar nossas ações e pensamentos.

Nada na Natureza é totalmente perfeito, assim como nada é totalmente imperfeito. Este conceito é bastante interessante e vale a pena refletirmos sobre ele em determinados momentos de nossas vidas.

Durante essa fase de escuridtão total da lua, as bruxas reverenciam as chamadas “Deusas Escuras”, que são na maioria as deusas com aspectos da Anciã, realizando rituais de cura, de adivinhação e de transmutação. (Lembrando que o fato de serem escuras remete ao trabalho com a sombra, e não com artes maléficas. Associar a cor negra à maldade nada mais é do que uma propagação do preconceito contra os negros.)

Com o advento das religiões patriarcais e a invenção da idéia de “cultos demoníacos”, tudo o que era de aspecto sombrio relacionado à Bruxaria era taxado de maléfico. Obviamente, os mistérios da Lua Negra tornaram-se também sinônimo de horror e malefícios. Surgiram, assim, lendas e superstições sobre demônios e forças malignas e a Lua Negra passou a ser vista como um momento perigoso. Tanto que, até hoje, muitas bruxas acreditam que não se deve mexer com Magia nesses dias. Pura superstição.

É claro que você deve estar mais sensível para esse tipo de coisa durante esse período, não realizando rituais sem conhecimento. No entanto, a Lua Negra é o período ideal para muitas práticas de Bruxaria.

A Lua Negra facilita o acesso aos planos mais sutis e às profundezas de nossa mente. Hoje em dia, esse período é considerado ideal para rituais que visem transformação e renovação.

É compreensível, visto que, somente entendendo e conhecendo o nosso lado mais obscuro podemos nos conhecer por completo, pois é um lado que as pessoas geralmente costumam tentar esconder, ao invés de trabalhá-lo para melhorar sua vida. Entrando em contato com a nossa sombra, encontramos caminhos secretos para o nosso inconsciente.

Se você realizar esse trabalho de conhecimento interior, a Lua Negra poderá ter o poder de criar e destruir, de curar e de renovar, de regenerar e de fluir com os ritmos naturais de forma mais completa. Tudo porque você atingirá a totalidade interior uma maior compreensão de si mesma.

Uma transformação real envolve a destruição de valores antigos, padrões, comportamentos e idéias, para que tudo nasça novamente. Nos livramos daquilo que não nos serve mais para abrirmos espaço para o novo.

AVALON

O CAMINHO DE AVALON



"Avalon estará sempre ali para todos os que puderem buscar o caminho, por todos os séculos e além dos séculos. Se não puderem encontrar o caminho de Avalon, isso talvez seja um sinal de que não está prontos pra isso. " 


O nome de Avalon tem origem no deus Celta Avalloc.
Avalloc tem seu status incerto, mas é descoberto que ele era pai da Deusa Mordon, é ocasionalmente mencionado como rei do reino do outro mundo ou de Avalon.
Em Avallon tudo vivia em Harmonia com a natureza e o seu ritmo natural. Seus rituais seguiam as estações do ano e os ciclos da lua. As sacerdotisas conheciam os mistérios e as forças da natureza, conheciam a magia, sabiam as ervas certas para cada tipo de problema ou até mesmo cura, sabiam os mistérios do céu e das estrelas, apaixonados pela musica e pela arte.


Nossa jornada se inicia na busca interior dos segredos adormecidos dentro de nós. A mente é o começo, nossas atitudes o resultado final e a percepção, que vai além da lenda e do mito, os elementos fundamentais para a nossa evolução espiritual. 

Em tempos existiu uma ilha de naturezas verdejantes onde a paz se fazia sentir onde permanecia a escola dos mistérios..

Ensinava a antiga tradição e mantinha a glória das Deusas e dos Deuses viva...

Lá se desenvolviam os sentidos e os mistérios, lá se guardavam sabedorias e mantinham os segredos vivos, mas escondidos.. 



A ilha sagrada de Avalon é linda e serena, mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração. Além das brumas, a madrugada esmorece para dar lugar ao nascer do Sol e finalmente, a inspiração sagrada dos Deuses emerge através do tempo.

Avalon sempre existiu... Uma terra de amor e beleza, onde viver era simples como respirar. As pessoas corriam livres pelos campos e de nada se arrependiam, pois não havia motivos para ser aquilo que não se era. Poucos ainda se lembram dos campos floridos e das flores que vibravam em outras tonalidades.

As brumas se elevam e nos trazem recordações de um tempo distante... Nossos ritos eram sagrados, porque assim nos foi ensinado. Lá, não havia tradições nem contradições, só havia o amor. Simples como acordar e olhar o céu, sereno como contemplar o brilho das estrelas e como reverenciar o Sol e a Lua.

A Lua, sim, ela era mais límpida, como os nossos corações. Muitos estão aqui hoje, mas poucos se lembram, apenas sentem saudades do lugar. Avalon se foi apenas por ser bela, ninguém entende. Virtudes hoje são defeitos.

Mas onde está o caminho que nos leva de volta? Não sei, mas ainda está lá! 



O véu da maldade encobriu tudo e as ervas daninhas cercaram todo o caminho em volta. Por que o desespero? Você escolheu viver em um mundo que não era seu. Mas Avalon ainda existe... Linda e serena.

Sinceridade é a verdade que não se esconde e nem se encobre. Você sabe porque já sentiu, mas mentiu e renegou suas origens, como muitos que escolheram o mundo das ilusões.

Avalon se foi, triste por mais um filho que perdeu. Como se enganam os que não acreditam. Não é apenas uma lenda, é um fato!

Alguns já sabem e estão voltando. Dura realidade, o coração não entende, se ilude, ama, mas não vai realmente atrás daquilo que se quer. Tudo em nome do ter antes de ser. Mas a vida empurra e a alma finalmente se liberta.



Uma lenda que está muito além das brumas do tempo... Mas como alcançá-la? Para aqueles que estão centrados na fé, basta apenas olhar dentro de si e buscá-la nos seus mais nobres sentimentos.

O Templo de Avalon é o corpo que guarda a alma ancestral, o caminho que nos leva direto a misteriosa Ilha das Maçãs, ou seja, o caminho da verdade infinita que está dentro de cada ser.



Avalon deve muito de seu mistério às lendas celtas que consideram uma porta de passagem para outro nível de existência. Uma existência povoada de magia e amplitude espiritual. Também era chamada de “Ynis Vitrín” ou ilha de vidro, onde seres mágicos, isolados do mundo mortal, desfrutam a eternidade. Pesquisas arqueológicas atestam que os campos de Glastonbury há milhares de anos, foram pântanos drenados, ou seja, a cidade já foi uma ilha, o que reforça sua proximidade com as lendas de Avalon 

Avalon é o despertar natural da consciência. A fonte inesgotável de sabedoria da tríplice divina da Deusa: a Donzela, a Mãe e a Anciã. O reencontro dos Deuses dentro do nosso templo sagrado. 



Avalon, para quem ainda a procura, é a viagem ao coração. É conhecida também como o "Céu de Artur", uma ilha do amor incondicional, onde tudo se harmoniza com a transmutação da energia luminosa do amor. Avalon é um reino interior. É a maravilhosa essência do verdadeiro ser nascendo a cada dia em nosso interior. É a nascente do amor no íntimo. E Morgana é a fada que nos faz refletir sobre tudo isso, pois foi ela, com todo seu amor, empregou todas as suas artes para curar as feridas de Artur.
A jornada dos homens e mulheres pela vida assemelha-se à jornada épica de muitos mitos. O herói que busca a verdade, poder ou amor reflete-se em nós, que buscamos o significado da vida e os tesouros, como o amor, que dão razão à vida. No entanto, cada um deve descobrir seus elementos de busca pessoais. 



Avalon, a terra dos Deuses, a ilha das maçãs... Reino perfeito de amor e beleza, a busca constante de todo o ser humano que, apesar de todas as desilusões, ainda tem a esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver.

Em Avalon havia suas deusas e deuses, vivia em harmonia com a natureza, ao seu ritmo, seguindo as mudanças das estações do ano, os ciclos da lua com seus antigos rituais.

Viviam lá as Sacerdotisas da Lua e aprendizes dos mistérios e forças da natureza, conheciam a magia, as ervas para curar, os segredos do céu e das estrelas e a música principalmente... 


Avalon é uma ilha mágica escondida atrás de uma impenetrável bruma. A menos que a bruma se abra, não tem como encontrar o caminho até a ilha. Mas se você não acreditar que a ilha existe, a bruma não se abrirá. Avalon representa o mundo além do que vemos, o sentido milagroso das coisas, o reino encantado que conhecemos quando criança. Nosso ser infantil é quem realmente somos, e o que é real não vai embora. A verdade não deixa de ser verdade simplesmente porque não a estamos vendo. O amor fica meramente nublado ou cercado por brumas mentais. Avalon é o mundo guiado pelo amor, que pode ser facilmente recuperado porque a percepção é uma escolha. Um milagre se constitui de uma brecha nas brumas, uma mudança de percepção, um retorno ao amor.


Para adentrarmos dentro da ilha sagrada de Avalon, basta respirar fundo, esvaziar a mente de todo e qualquer pré-julgamento, invocando a emoção e a razão dos nossos Antigos Deuses. E, diga apenas:

“Que as brumas novamente dêem passagem ao filho de Avalon, que retorna de sua longa jornada, ao plano de luz e beleza maior.


Para muitos estudiosos a Glastonbury de hoje antigamente era a mística Ilha de Avalon.

Cada vez mais pesquisadores vão a Glastonbury e cada vez mais esta comprovada a existência da Ilha de Avalon. Apesar de tanta repreensão e de tentarem manipular os seguidores da grande Mãe, Deusa da Natureza, a religião e os seguidores dela não deixaram que ela morresse e ainda permanece hoje no coração daqueles que conhecem a sua verdadeira identidade. Apesar de os rituais e dos poucos seguidores ela continua viva e cada vez mais escutaremos o seu nome.


Fonte: Faces da Lua

terça-feira, junho 26, 2012

ANUBIS



ANÚBIS o deus com cabeça de chacal, o guia dos mortos. Mediador entre o céu e a terra. Guarda fiel dos túmulos e responsável pelos embalsamentos. Tinha seu centro de culto em Cinópolis.
Filho de Osíris e com Neftis, que era apaixonada pelo irmão e uma noite embebedou Osíris e se fez passar por Ísis, mas Neftis jogou a criança no rio Nilo, por medo de Seth seu marido saber. Isís foi quem salvou a criança e Anúbis passou a ser Guardião de Ísis.
Era o prenunciador da eminência da morte e podia prever o destino. Ele tinha poderes mágicos e divinos. Levava as almas para o outro mundo dentro de uma balsa.

Anúbis era também o deus da Medicina. Ele supervisionava o embalsamento e reconstrução dos corpos, recebia a múmia na tumba e realizava a cerimônia de abertura da boca e punha suas mãos sobre a múmia para protegê-la. Também supervissionava a pesagem da alma com a pena da Verdade. Seu julgamento fiel e imparcial era aceito por Thot, Maat, Horus e Osíris.

MAAT
Deusa da Verdade e da Justiça
Representada com uma pluma na cabeça. É filha de Rá, deus Sol, e de um passarinho que se apaixonou pela luminosidade e calor do Sol, subiu em sua direção até morrer queimado. No momento da incineração uma pena voou, era Maat, “Os Olhos de Rá”.
Maat é esposa do deus Thot, deus da sabedoria, do tempo e da escrita.
MAAT protege os tribunais. Ela julga os mortos, pesa o coração humano.
‘“O QUE FIZERMOS AO OUTRO NOS SERÁ FEITO”
Ela julga os mortos, pesando o coração humano perante o Julgamento dos Mortos.
LIVRO DOS MORTOS
Os egípcios se preocupavam mais com a vida após morte. Havia no antigo Egito o importante LIVRO DOS MORTOS que relatava todo a espiritualidade egípcia e o processo do ritual de mumificação. Conta-se que neste guia havia fórmulas mágicas, orações e hinos, escrito com os hieróglifos em rolos de papiros que eram colocados nos túmulos dos falecidos, com objetivo de ajudar o morto em sua viagem para o outro mundo, afastando os perigos que poderiam encontrar na viagem para o Além. Os egípcios consideravam o Livro dos Mortos obra do deus Thot. Nele há 186 passagens cabalísticas que os Sacerdotes ajudavam a escolher. Cada pessoa recebia seu próprio papiro em sua morte, o mais famoso dos papiros é relatado a história do escriba Ani de Tebas (oficial do Faraó) e de sua esposa, este manuscrito foi escrito pelo próprio Ani e é chamado de "Papiro de Ani".
Após as experiências do Mundo dos Mortos, o falecido passaria para outra esfera, onde encontraria as pessoas amadas e haveria comunhão com os deuses.
RITUAL DE MUMIFICAÇÃO
(Anúbis mumificando Osíris)
As crenças dos antigos egípcios, mostradas nos papiros e esculpida nas pedras, revelam uma profunda preocupação com a morte. As pirâmides eram enormes tumbas para os reis, refletindo a obsessão da sociedade pela morte.
A mumificação e os rituais funerários obedeciam regras rígidas, estabelecidas por Anúbis e duravam 70 dias.
Após a retirada dos órgãos internos, os embalsamadores colocam as vísceras, o fígado, os pulmões, o estômago e o intestino em vasos sagrados chamados de VASOS CANOPOS, cada um sob a proteção de um dos quatro filhos de Hórus , eram também conhecidos como os quatro Gênios Funerários. Os vasos eram colocados nos túmulos orientados para cada um dos pontos cardeais, sendo cada um deles associados a uma deusa tutelar.
Amset, com cabeça de homem, protege o fígado / Sul / deusa tutelar Ísis.
Hapi, com cabeça de babuíno, protege os pulmões / Leste / deusa tutelar Neit (deusa da caça).
Duamutef, com cabeça de cão (chacal), protege o estômago / Norte / deusa tutelar Néftis.
Kebehsenuef, com cabeça de falcão, protege os intestinos / Oeste / deusa tutelar Serket (deusa escorpião).
O coração era lacrado no próprio corpo. Os egípcios o consideravam como o órgão tanto da inteligência como do sentimento e da personalidade e portanto, seria indispensável na hora do juizo final. Somente à alguém com um coração tão leve quanto a pluma da verdade, o deus Osíris permitiria a entrada na vida eterna.
Os egípcios não davam nenhuma importância ao cérebro. Após extraí-lo através das narinas do morto, os embalsadores o jogavam fora.
Depois de secar o cadáver com sal de natrão, eles o lavavam e besuntavam com óleos e resinas conservadoras e aromáticas, os óleos eram usados para purificar o corpo e para agradar aos deuses. O ritual de aplicação de óleos deixava o corpo perfeito para ser usado na próxima vida. Logo após envolviam o corpo em centenas de metros de tiras de linho, entre essas tiras eram colocados diversos amuletos para ajudar o morto na passagem para vida eterna, que protegiam contra inimigos e dêmonios do mundo subterrâneo.
Antes da múmia ser colocada no túmulo, um sacerdote funerário celebrava a cerimônia da abertura dos olhos e da boca, a fim de devolver à vida todos os sentidos do morto. Este ritual representava tanto o método pelo qual Hórus trazia seu pai Osíris à vida, assim como a abertura simbólica do renascimento da alma. Este ritual capacitava à alma a chegar no Hall do Julgamento no Mundo dos Mortos.
O nome da pessoa era gravado na base de uma estatua esculpida na intenção de criar um ser que teria vida permanente, assegurando a imortalidade, por acreditar-se que a pessoa também vivia através do nome. Esta estatua era colocada na tumba que servia para refúgio, caso a vida não pudesse permanecer na múmia. Nas tumbas esporadicamente eram colocadas oferendas ao morto, onde havia todo conforto que alguém poderia querer.
Havia um esplêndido conjunto de objetos religiosos e funerários: sarcófago, a máscara do morto, as deidades protetoras que guiariam o morto através do Mundo dos Mortos e os textos instrutivos e pinturas com as formulas mágicas e seus significados para o morto poder entrar na vida após a morte. Na tumba de uma pessoa comum poderia ter muitos corpos. Pessoas que não eram ricas frequentemente eram enterradas conjuntamente, na tumba esquecida de um aristocrata. Estes eram simplesmente embrulhados em linho e enterrados na areia.
Jogos eram um passatempo favorito no antigo Egito e muitos tabuleiros foram encontrados na tumba de Tutankhamon.
Para os egípcios era muito importante à vida após morte, eles acreditavam na existência de um outro mundo.
A vida eterna começa no túmulo, com uma viagem pelo mundo subterrâneo. Primeiro o Ka (Força Vital), deixa o corpo acompanhado após o enterro pelo Ba (Alma). Hórus conduz o Ba (Alma) através dos portais de fogo e da serpente até o Julgamento.
Anúbis juntamente com Ísis iam buscar o morto e faziam a travessia do rio Nilo em uma balsa até o O SALÃO DAS DUAS VERDADES, onde havia um tribunal e este era julgado por Osíris, Ísis, Thot, Maat e mais 42 deuses assessores. Onde o morto fazia 42 confissões negativas.
Assim colocado na balança o coração de um lado e uma pena do outro, o coração não podia ser mais pesado que a pena. Para os egípcios o coração representava a consciência do homem. Todas as ações boas e más ficavam gravadas no coração.
Quem não era condenado o Ka (Força Vital) voltava ao corpo e se fosse condenado era arremessado a Ammut (o mostro crocodilo) que o devorava e não haveria reencarnação.
Se o coração equilibra com a pena da verdade, o Ba e o Ka reúnem-se para formar um Akn, ou espírito, que emerge do mundo dominado pelo Osíris coroado. O Akn encontra a vida eterna.
"O Livro Egípcio dos Mortos".
A base dos dez mandamentos de Moisés é o Livro dos Mortos.

ORAÇÃO PARA ANUBIS





Ó Deus-Pai de poder e amor
Potência existente nos impotentes
Em meu peito cruza o passado, o presente e o futuro.

Ó Energia que atua sobre a Consciência
Eu te conjuro, vem a mim...
Elohim... Elohim... Elohim...

Ó Força que marcou meu princípio e atua em meu presente
Ordeno às potências magnéticas que se transformem,
E que a Consciência domine minha existência.
Elohim... Elohim... Elohim...

Vos conjuro, estabeleça-se em minha consciência,
Livra-me da submissão do tempo,
Dando-me o poder de clarear o momento da minha vida.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Supremo Hierarca do Karma, eu te suplico:
Afasta de minha existência o magnetismo que me aprisiona no tempo.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Rogo à tua infinita compreensão
Que me permita amar e perdoar a todos
os que, por inconsciência me fizeram sofrer.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Tu que em tuas mãos se encontra o destino dos pecadores,
Utiliza meu Dharma como pagamento deste sofrimento,
E que este se transforme em alegria e consciência.
Anúbis...Anúbis... Anúbis...

Que minha consciência seja fruto do respeito e do amor que em meu coração agora aflora.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Que meu julgamento seja breve,
Vos peço perdão por estar distante de meu Pai e de meu coração.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Que a Foice da Lua não degole minha alma.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Tu reténs em tuas mãos a possibilidade do perdão,
Perdoa-me pelo encanto da repetição do passado.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Meus pedidos são vergonhosos perante as oportunidades que me deste em tantas vidas,
Portanto, te imploro antes que a Foice desça.
Permite-me estar consciente, ainda que seja em sofrimento.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Vida que pulsa na morte, critério inconsciente de Ser,
Flua em proximidade, perdoa-me mo meu ato de perdoar.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Morte em vida, afasta de mim o Karma da paixão,
Livra-me da dependência de sofrer por indivíduos e por inconsciência.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Cintila em proximidade o brilho de tua Lei,
Permite-me, por intermédio do Pai que está em segredo,
Expandir a Fé e derramá-la em corações inconscientes.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Raio de poder,
Tu que executas pela vontade do Pai o julgamento dos homens,
Ensina-me a perdoar, a amar e a desprender de mim o apego magnético
Que atravessa os séculos.
Anúbis... Anúbis... Anúbis...

Minhas vida agora e sempre está em tuas mãos...

QUE EU NÃO SAIA SEM CONCLUIR O PLANO DO PAI!


terça-feira, junho 19, 2012

Circe a Deusa da noite


Circe era uma famosa feiticeira, considerada a Deusa da Noite, que com imenso poder da alquimía, elaborava venenos e poções mágicas. Segundo a lenda, costumava transformar os homens em animais, vivendo em um palácio cheio de artifícios. Filha de Perséia - a destruição, também com significado de Hécate e de Hélios - o deus sol, Circe era considerada a Deusa da Lua Nova ou Lua Negra, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões.

Com o auxílio de sua varinha, poções, ervas e feitiços, transformava homens em animais, fazia florestas se moverem e o dia virar noite. Os escritores antigos Homero, Hesíodo, Ovídio e Plutarco relataram suas proezas, garantindo para ela um lugar nas lendas. Vivia num palácio encantado, cercado por lobos e leões, seres humanos enfeitiçados. Crê-se que essa ilha se encontra hoje onde é o Monte Circeu.

Circe casou-se com o Rei dos Sámatas e tendo-o envenenado, se refugiou na Ilha de Ea ou Eana, no litoral da Italia. O nome da ilha Ea ou Eana é traduzido como prantear e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Essa luz identificava Circe como a deusa da morte horrenda e do terror. Era também associada aos vôos mortais dos falcões, pois, assim como estes, ela rodeava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.

O grito do falcão é "circ-circ", considerado a canção mágica de Circe, que controlava tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra, possuidores dos segredos mais ocultos, mensageiros angélicos e portadores do espírito e da alma. Escritores gregos antigos a citavam como "Circe das Madeixas Trançadas", pois podia manipular as forças da criação e destruição através de nós e tranças em seus cabelos. Como o círculo, ela era também a tecelã dos destinos.

Na Odisséia, no decurso de suas perambulações, o herói Ulisses e sua tripulação desesperada chegaram na Ilha de Eana, onde vivia Circe. Ao desembarcar, Ulisses subiu até uma montanha de onde avistou um ponto no centro da ilha, um palácio rodeado de árvores.

Ulisses enviou seus homens para verificar as condições de hospitalidade. Ao se aproximarem do palácio os gregos viram-se rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes mas domados pela arte de Circe, que eram homens transformados em feras por seus encantamentos. De dentro do palácio vinha uma música suave e o canto de uma bela voz de mulher. Quando entraram, ela os recebeu e eles de nada desconfiaram, exceto Euríloco, o chefe da expedição.

A deusa serviu vinho e iguarias. Enquanto eles se divertiam, Circe tocou-os com uma varinha de condão e eles se transformaram imediatamente em porcos, embora conservando a inteligência de homens. Euríloco se apressou a voltar ao navio e contar o que vira. Ulisses, então, resolveu ir ele próprio tentar a libertação dos companheiros.

Enquanto se encaminhava para o palácio encontrou o jovem Hermes, que conhecia suas aventuras e lhe contou dos perigos de Circe. Não sendo capaz de convencer Ulisses, Hermes deu-lhe o broto de uma planta chamada Moli, dotada do poder de resistir às bruxarias e ensinou-lhe o que deveria fazer.

Quando Ulisses chegou ao palácio foi recebido por Circe com muita cortesia, que lhe serviu vinho e comida. Mas quando ela o tocou com a varinha para transformá-lo em porco, Ulisses tirou sua espada e investiu furioso contra a deusa, que implorou clemência. Ulisses exigiu que ela libertasse seus companheiros e ela retirou o encantamento. Os homens readquiriram suas formas e Circe prometeu um banquete para toda tripulação.

Tratados magnificamente durante vários dias, Ulisses esqueceu de retornar à Ítaca, e se resignou àquela vida inglória de ócio e prazer. Por alguns anos, Ulisses permaneceu com Circe aprendendo com ela as magias do encantamento. Por fim seus companheiros apelaram para seus sentimentos mais nobres, e ele resolveu partir.

Circe recomendou aos marinheiros tapar os ouvidos com cera para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das Sereias. As sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com seu canto, fazendo-os atirar-se ao mar e encontrar a morte. A Ulisses, Circe aconselhou a amarrar a si mesmo no mastro dando instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias.
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Circe representa a mente inconsciente capaz de metamorfosear e seu poder de criar encantamentos destrutivos. É a inteligência dos desejos que retém o homem à sua natureza inferior - animal. Graças a Hermes, símbolo da transmutação, Ulisses se inicia na arte da magia sem se deixar escravizar por ela.

Dos dois caminhos da magia: a negra - egoísta e a branca - que liberta o homem da condição animalesca, Ulisses escolhe permitir que seus companheiros reencontrem a sua condição de homens, continuando sua rota, agora esclarecido sobre qual o caminho a seguir.


A intenção de Ulisses era retornar à Ítaca e sem perder tempo nesse mundo transitório, ele continua a sua rota. Evitando o canto das sereias e fazendo-se amarrar ao mastro do barco, Ulisses se abstém da armadilha que representa as vozes do desejo que despertam no homem a ambição do poder. Ulisses, amarrado por sua vontade, irá resistir às forças da paixão e dos desejos. O herói da Odisseia representa a inteligência unida à vontade do Eu superior, que faz calar as vozes melosas da ilusão.

Hécate, a deusa dos caminhos



Hécate, também chamada de Perséia, era filha dos titãs Astéria - a noite estrelada e Perses - o deus da luxúria e da destruição, mas foi criada por Perséfone - a rainha dos infernos, onde ela vivia. Antes Hécate morava no Olimpo, mas despertou a ira de sua mãe quando roubou-lhe um pote de carmim. Ela fugiu para a terra e tornando-se impura foi levada às trevas para ser purificada. Vivendo no Hades, ela passou a presidir as cerimônias e rituais de purificação e expiação. Hécate em grego significa "a distante".

Tinha características diferentes dos outros deuses mas Zeus atribuiu-lhe prestígio. Após a vitória dos deuses olímpicos contra os titãs, a titânomaquia, Zeus, Poseidon e Hades partilharam entre sí o universo. A Zeus coube o céu e a terra, a Poseidon coube os oceanos e Hades recebeu o mundo das trevas e dos mortos. Hécate manteve os seus domínios sobre a terra, os céus, os mares e sobre o submundo, continuando a ser honrada pelos deuses que a respeitavam e mantiveram seu poder sobre o mundo e o submundo.

Ela é representada ora com três corpos ora com um corpo e três cabeças, levando sobre a testa uma tiara com a crescente lunar, uma ou duas tochas nas mãos e serpentes enroladas em seu pescoço. Suas três faces simbolizam a virgem, a mãe e a velha senhora. Tendo o poder de olhar para três direções ao mesmo tempo, ela podia ver o destino, o passado que interferia no presente e que poderia prejudicar o futuro. As três faces passaram a simbolizar seu poder sobre o mundo subterrâneo, ajudando à deusa Perséfone a julgar os mortos.

Para os romanos era considerada Trívia - a deusa das encruzilhadas. Associada ao cipreste, Hécate se fazia acompanhar de seus cães, lobos e ovelhas negras. Por sua relação com os encantamentos, feitiços e a obscuridade, os magos e bruxas da antiga Grécia lhe faziam oferendas com cães e cordeiros negros no final de cada lua nova. Também combateu Hércules quando ele tentou enfrentar Cérbero, o cão guardião do inferno com três cabeças que sempre lhe acompanhava.

O tríplice poder de Hécate se estendia do inferno, à terra e ao mar. Ela rondava a terra nas noites da lua nova e no mar tinha seus casos de amor. Considerada uma divindade tripla: lunar, infernal e marinha, os marinheiros consideravam-na sua deusa titular e pediam-lhe que lhes assegurasse boas travessias. O próprio Zeus lhe deu o poder de conceder ou negar qualquer desejo aos mortais e aos imortais. Foi Hécate quem ajudou Deméter quando ela peregrinou pelo mundo em busca de sua filha Perséfone.

Quando Perséfone, a amada filha de Deméter foi raptada por Hades - o senhor do submundo - quando colhia flores, sua mãe perambulou em desespero por toda a Terra. Senhora dos cereais e alimento, a grande mãe Deméter mortificada pela tristeza, privou todos os seres de alimento. Nada nascia na terra e Hécate, sendo sábia e observando o que acontecia, contou a Deméter o que havia sucedido a Perséfone.

Zeus decidiu interferir e ordenou que Perséfone regressasse para junto de sua mãe, desde que não tivesse ingerido nenhum alimento nos infernos. Porém, antes de retornar, Perséfone comeu algumas sementes de romã, o fruto associado às travessias do espírito. Assim ele podia passar duas partes do ano na superficie junto da Mãe, era quando a terra florescia. Mas Perséfone devia retornar para junto de Hades uma parte, era quando a terra cessava de florescer.

Hécate espalhava sua benevolência para os homens, concedendo graças a quem as pedia. Dava prosperidade material, o dom da eloquência na política, a vitória nas batalhas e nos jogos. Proporcionava peixe abundante aos pescadores e fazia prosperar ou definhar o gado. Seus privilégios se estendiam a todos os campos e era invocada como a deusa que nutria a juventude, protetora das crianças, enfermeira e curandeira de jovens e mulheres.

Acreditava-se que ela aparecia nas noites de Lua Nova com sua horrível matilha diante dos viajantes que cruzavam as estradas. Ela era considerada a deusa da magia e da noite em suas vertentes mais terríveis e obscuras. Com seu poder de encantamento, também enviava os terrores noturnos e espectros para atormentar os mortais. Frequentava as encruzilhadas, os cemitérios e locais de crimes e orgias, tornando-se assim a senhora dos ritos e da magia negra. Senhora dos portões entre o mundo dos vivos e o mundo subterrâneo das sombras, Hécate é a condutora de almas e as Lâmpades, ninfas do Subterrâneo, são suas companheiras.

Com Eetes, Hécate gerou a feiticeira Circe - a deusa da noite que se tornou uma famosa feiticeira com imenso poder da alquimía. Segundo a lenda, a filha de Hécate elaborava venenos, poções mágicas e podia transformar os homens em animais. Vivendo em um palácio cheio de artifícios na Ilha Ea ou Eana, no litoral da Italia, Circe se tornou a deusa da Lua Nova ou Lua Negra, sendo relacionada à morte horrenda, à feitiçaria, maldições, vinganças, sonhos precognitivos, magia negra e aos encantamentos que ela preparava em seus grandes caldeirões.
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Descendente dos Titãs, Hécate não tem um mito próprio e foi uma das divindades mais ignoradas da mitologia grega, mencionada apenas em outros mitos, tal como o mito de Perséfone e Deméter. Hécate é deusa dos caminhos e seu poder de olhar para três direções ao mesmo tempo sugere que algo no passado pode interferir no presente e prejudicar planos futuros.

A deusa grega nos lembra da importância da mudança, ajudando-nos a libertar do passado, especialmente do que atrapalha nosso crescimento e evolução, para aceitar as mudanças e transições. Às vezes ela nos pede para deixar o que é familiar e seguro para viajarmos para os lugares assustadores da alma.
 Novos começos, seja espiritual ou mundano, nem sempre são fáceis mas Hécate está lá para apoiar e mostrar o caminho.

Ela empresta sua clarividência para vermos o que está profundamente esquecido ou até mesmo escondido de nós mesmos, ajudando a encontrarmos e escolhermos um caminho na vida. Com suas tochas, ela nos guia e pode nos levar a ver as coisas de forma diferente, inclusive vermos a nós mesmos, ajudando-nos a encontrar uma maior compreensão de nós mesmos e dos outros.

Hécate nos ensina a sermos justos e tolerantes com aqueles que são diferentes e com aqueles que tem menos sorte, mas ela não é demasiadamente vulnerável, pois Hecate dispensa justiça cega e de forma igual. Apesar de seu nome significar "a distante", Hécate está presente nos momentos de necessidade. Quando liberamos o passado e o que nos é familiar, Hécate nos ajuda a encontrar um novo caminho através de novos começos, apesar da confusão das ideias, da flutuação dos nossos humores e às incertezas quando enfrentamos as inevitáveis mudanças de vida. 

A poderosa deusa possuia todos aspectos e qualidades femininos, tendo sob seu controle as forças secretas da natureza. Considerada a patrona das sacerdotisas, deusa das feiticeiras e senhora das encruzilhadas, Hécate transita pelos três reinos, a todos conhece mas nenhum domina. Os três reinos são posses de figuras masculinas, mas ela está além da posse ou do ego, ela é a sábia, a anciã. A senhora do visível e do invisível, aguarda na encruzilhada e observa: o passado, o presente e o futuro. Ela não se precipita, aguarda o tempo que for preciso até uma direção ser tomada. Ela não escolhe a direção, nós escolhemos. Ela oferece apenas a sua sabedoria e profunda visão, acima das ilusões.

Os gregos sempre viam Hécate como uma jovem donzela. Acompanhada frequentemente em suas viagens por uma coruja, símbolo da sabedoria, a ela se atribuia a invenção da magia e da feitiçaria, tendo sido incorporada à família dasdeusas feiticeiras. Dizia-se que Medéia seria a sacerdotisa de Hécate. Ela praticava a bruxaria para manipular com destreza ervas mágicas, venenos e ainda para poder deter o curso dos rios e comprovar as trajetórias da lua e das estrelas. 

Como deusa dos encantamentos, acreditava-se que Hécate vagava à noite pela Terra, sempre acompanhada por seu espíritos e fantasmas. Suas lendas contam que ela passava pela Terra ao pôr do Sol, para recolher os mortos daquele dia. Como feiticeira, não podia ser vista e sua presença era anunciada apenas pelos latidos dos cães. Na verdade, as imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes da deusa, protetora da independência feminina, defensora contra a violência e opressão das mulheres, regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.

Em função dessas memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a deusa escura pode ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens distorcidas não são reais nem verdadeiras. Elas foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.

Para receber seus dons visionários, criativos ou proféticos, precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da deusa escura dentro de nós, honrando seu poder e lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos sua presença em nós, ela irá nos guiar. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações. Somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo. 

A conexão com Hécate representa um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique. Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação.

As Moiras teciam, mediam e cortavam o fio da vida dos mortais, mas Hécate podia intervir nos fios do destino. Muitas vezes foi representada com uma foice ou punhal para cortar as ligações com o mundo dos vivos. O cipreste está associado à imortalidade, intemporalidade e eterna juventude. Sendo a morte encarada como passagem transformadora e não o fim assustador e definitivo, essa significação temorigem na própria terra que dá vida, dá a morte e transforma os frutos em novas sementes que irão renascer. 

As constelações

Desde os tempos antigos os homens procuram compreender o cosmos, enxergam no negro véu os brilhantes pontos que resplandecem de um passado longínquo, e desde então, tentam decifrar seus enigmas e segredos. Entre diversas povos e culturas pelo mundo, cada um procurou dá significado a aqueles milhares de pontos luminosos que permeiam a abóboda celestial noturna, assim surgiram as constelações com suas figuras, seus mitos, seus significados, seus propósitos.

Homens antigos sempre procuraram guiar suas vidas através das mudanças vistas na natureza e com o céu isso não fora diferente. A posição do Sol, da Lua, eclipses, a passagem de cometas, meteoros, a visão de planetas e outros astros, eram indicativos utilizados pelos homens para tomarem decisões em sua vida e em sociedade. Os presságios dos deuses, se assim alguns preferem chamar. 

Nesse caso, embora as constelações tenham se originado por motivos mitológicos e religiosos, suas formas se mantiveram até os dias de hoje, especialmente os nomes originados entre os gregos antigos. Nesse texto, realizarei uma mistura entre mitologia, astronomia e astrologia, para compreendermos um pouco das origens das constelações, já que na essência, uma constelação é um fator de perspectiva e não astronômico. 

Essencialmente o propósito das constelações possuía um caráter ligado as crenças de determinado povo, reafirmando mitos, histórias, presságios, sinais divinos, etc. Não obstante, as constelações também serviam como um mapa, chamado hoje de carta celestial, e nesse caso, elas também servem para os estudos da astrologia, como um mapa astral, embora que no caso da astrologia, da-se mais enfase as constelações zodiacais e aos planetas. 

Desde 1922 a União Astronômica Internacional, normalizou a existência de 88 constelações no mapa da esfera celeste, além de determinar que oficialmente as constelações sejam classificadas e listadas em ordem alfabética pelos seus nomes em latim. 

A UAI, estipulou dessa forma a cientificação do estudo das constelações, já que até então como eu havia dito, cada povo enxergava figuras e quantidades diferentes para as constelações, com esse consenso, temos 88 constelações, sendo que 48 destas derivam do trabalho do geógrafo, matemático, astrônomo e cartógrafo grego Ptolomeu (90-168), o qual catalogou as constelações conhecidas em seu tempo pelo povo grego, em sua grande obra O Almagesto. Baseado no trabalho de Ptolomeu, com o advento do Renascimento Cultural e do surgimento da ciência moderna, os astrônomos modernos europeus, adotaram a classificação de Ptolomeu e a mantiveram como base para se descobrir novas constelações, sendo a maioria vistas no hemisfério sul. Assim, 40 novas constelações foram acrescentadas a lista de Ptolomeu, se tornando as oficiais de hoje em dia, embora que nem todas a constelações possuam origem mitológica.

Dessa forma, nesse texto falarei das doze constelações zodiacais e de algumas outras constelações que possuam origem em mitos gregos, já que pelo fato de serem 88 constelações, o texto ficaria demasiado longo, e meu conhecimento do assunto também não é tão vasto assim. 

Zodíaco


Todas as constelações zodiacais pertencem originalmente a classificação feita por Ptolomeu. Entretanto, na representação das constelações pode haver variação no número de estrelas apresentado, devido ao fato de que várias outras estrelas foram descobertas posteriormente ao longo da História, logo, algumas representações contêm apenas as estrelas originais conhecidas por Ptolomeu na época. 

Nome: Aries ou Carneiro (Aries)
Genitivo: Arieti
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 10
Número de Planetas: 2
Estrela(s) principal(is): alfa Ari (Hamal) magnitude 2,0
Constelações vizinhas: Perseu, Triângulo, Peixes, Cetus e Touro
Astrologia: 21 de março a 20 de abril

Origem: Na mitologia houve um carneiro com lã de ouro, o qual fora utilizado pela rainha Nefele para salvar seus filhos Frixo e Hele. Uma terrível seca havia assolado o reino, então o rei Adamante fora consultar o Oráculo de Delfos, e este dissera que seu herdeiro deveria ser sacrificado para apaziguar a ira dos deuses, Adamante teria que matar o próprio filho Frixo, no entanto, Nefele para proteger seus filhos, decidiu fugir, assim os três montaram no carneiro de lã de ouro e fugiram para a Ásia. Ao cruzarem o Mar de Mármara, Hele caiu e morreu afogada, tal local ficou conhecido como Helesponto, hoje Dardanelos na Turquia. Mãe e filho continuaram a seguir viagem para o norte até chegarem a um reino chamado de Cólquida (possivelmente situado em algum lugar da atual Geórgia). Lá eles foram acolhidos pelo rei, e em retribuição lhe ofereceram o carneiro dourado, o rei o sacrificou em honra a Ares, deus da guerra, e deixou sua lã em um local consagrado ao deus. Anos depois, Jasão e os argonautas partiram em busca dessa lã a qual ficou conhecida como o Tosão de Ouro ou Velocínio de Ouro, o qual possuia alguns poderes mágicos. O nome da constelação e do signo deriva do nome de Ares. 


Nome: Touro (Taurus)
Genitivo: Tauri
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 19
Número de Planetas: 5 (ainda não oficializados)
Estrela(s) principal(is): Aldebarã (mag. 0,85), Anath (mag. 1,65)
Constelações vizinhas: Perseu, Aries, Gêmeos, Auriga (Cocheiro), Órion, Cetus, Erídano.
Astrologia: 21 de abril a 20 de maio


Na área da constelação de Touro se encontram dois importantes aglomerados estelares, as Híades e as Plêiades. Também encontra-se a Nebulosa de Caranguejo. A constelação é representada pelo busto do touro, conferindo apenas metade do animal. 

Origem: O rei da Fenícia Agenor era casado com Télefassa com quem tivera quatro filhos, Europa, Cadmo, Fênix e Cílix. Europa era muito bela, isso atraiu Zeus o rei dos deuses, para ter-la, Zeus se transformou em um touro, Europa fascinada com a beleza do animal se aproximou deste, Zeus a capturou e a raptou. Ele cruzou o mar Mediterrâneo a nado até a ilha de Creta, onde amou Europa. Do relacionamento dos dois, nasceram Minos, Radamanto e Sarpédon. Minos se tornou o famoso rei de Creta e posteriormente um dos juízes do Inferno; Radamento fora um homem culto e honrado, após a morte, se tornou um dos juízes do Inferno. Por sua vez, Sarpédon participou da Guerra de Troia e acabou morrendo em combate. 


Nome: Gêmeos (Gemini)
Genitivo: Geminorum
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 45
Número de Planetas: 7 
Estrela(s) principal(is): Castor (mag. 1,98), Pollux (mag. 1,14)
Constelações vizinhas: Câncer, Touro, Auriga (Cocheiro), Lince, Órion, Unicórnio e Cão Menor. 
Astrologia: 21 de maio a 21 de junho

Na área da constelação se encontra o aglomerado estelar M35 e a nebulosa planetária de Esquimó

Origem: Zeus ficou encantado com Leda, rainha de Esparta, esposa do rei Tíndaro, então ele se transformou em um formoso cisne. Quando Leda se aproximou e tocou as penas da ave, ela engravidou de quadrigêmeos. Nove meses depois ela deu a luz a Castor e Pólux e Helena e Clitemnestra (ambas eram bivitelinos). Mesmo assim, Tíndaro, acreditando que os filhos fossem seu os acolheu com carinho. Castor e Pólux se tornaram exímios guerreiros assim como predizia o legado espartano, chegaram a serem argonautas e viajaram junto com Jasão em busca do Tosão de Ouro. Posteriormente, os dois entraram em uma briga contra outros dois irmãos gêmeos por causa de duas mulheres, na briga, Castor fora morto, entretanto, Pólux era imortal, em desespero ele suplicou a Zeus que fizesse algo, Zeus atendeu aos lamentos do filho e trouxe Castor de volta, entretanto, Pólux sabia que o irmão um dia iria morrer novamente, e quando esse dia chegou, Zeus transformou os dois na constelação de Gêmeos, onde poderiam viver a eternidade unidos. 


Nome: Câncer ou Caranguejo (Cancer)
Genitivo: Cancri
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 5
Número de Planetas: 5 
Estrela(s) principal(is): Al Tarf (mag. 3,53), Acubens (mag. 4,26)
Constelações vizinhas: Gêmeos, Leão, Lince, Cão Menor e Hidra Fêmea.
Astrologia: 22 de junho a 21 de julho


Origem: Quando Héracles (Hércules) realizava seu segundo dos Doze Trabalhos, o qual era ter que matar a temível Hidra dos pântanos de Lerna, um dragão de várias cabeças, enquanto Héracles combatia a fera sendo ajudado pelo seu sobrinho Iolau, Hera, temendo que o herói pudesse sair vivo mais uma vez, enviou um gigantesco caranguejo para matá-lo. Héracles, matou o caranguejo a chutes, então voltou a lutar contra a Hidra, de onde cortava-lhe uma cabeça e nascia duas, até que Iolau lhe deu a ideia de queimar as feridas as cauterizando antes que novas cabeças nascessem, assim o herói fez e conseguiu matar a besta. Zeus teria transformado aquele caranguejo em constelação como um simbolo da vitória de seu filho.



Nome: Leão (Leo)
Genitivo: Leonis
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 50
Número de Planetas: 11
Estrela(s) principal(is): Regulus (mag. 1,36), Denebola (mag. 2,14), Zosma (mag. 2,56), Algieba (mag. 2,61)
Constelações vizinhas: Câncer, Virgem, Ursa Maior, Leão Menor, Hidra Fêmea, Sextante, Taça e Cabeleira de Berenice.
Astrologia:  22 de julho a 22 de agosto


Origem: O primeiro dos Doze Trabalhos de Héracles fora matar o chamado Leão de Nemeia, um grande leão que aterrorizava a planície de Neméia, matando o gado e as pessoas. No confronto, o herói usou flechas, sua espada e lança, no entanto a pele do animal era tão dura que nenhuma lâmina conseguia penetrar. No final, Héracles decidiu lutar contra o animal mano-a-mano, assim ele o subjugou e o estrangulou até a morte. Depois disso, ele retirou-lhe a pele, usando as próprias garras do felino, e passou a usar o manto como troféu e proteção. Zeus transformou o leão em uma constelação. 



Nome: Virgem (Virgo)
Genitivo: Virginis
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 57
Número de Planetas: 20
Estrela(s) principal(is): Spica (mag. 0,98), Heze (mag. 3,38)
Constelações vizinhas: Leão, Libra, Serpente, Taça, Cabeleira de Berenice, Corvo, Hidra Fêmea e Boeiro. 
Astrologia:  23 de agosto a 22 de setembro


Origem: Na mitologia grega há dois mitos comumente utilizados para designar a origem desta constelação. O primeiro faz referência a deusa da agricultura e das estações Deméter a qual tivera sua filha Perséfone raptada por Hades, deus do inferno e dos mortos. Hades é irmão de Deméter, logo raptou sua sobrinha para que essa se tornasse sua esposa. Desolada com tal acontecimento, Deméter entrou em profundo pranto e trouxe o inverno ao mundo, para apaziguar tal lamento, Zeus fizera um trato com o irmão, assim, durante três meses do ano, Perséfone fica no inferno com seu marido, e o restante do ano com sua mãe no Olimpo. Em alguns períodos do ano, a constelação de Virgem fica fracamente visível no céu, assim os gregos antigos diziam que Perséfone estava naquele momento com seu marido. Não obstante os antigos romanos, consideravam também que a constelação personificasse Ceres (Deméter). 


A segunda versão diz respeito a Astreia, deusa da justiça, filha de Têmis e Zeus. Têmis é a deusa da justiça, da ética e da moral, entretanto, sua filha herdou essas qualidades, e assim decidiu viver entre os mortais afim de disseminá-las, mas como não conseguiu fazer isso, devido ao repudio dos homens, retirou-se em exílio para o céu. Astreia, as vezes é representada segurando uma balança, simbolo da justiça (vide a origem da constelação de Libra). 




Nome: Libra ou Balança (Libra)
Genitivo: Librae
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 7
Número de Planetas: 3
Estrela(s) principal(is): Zubeneschamali (mag. 2,6)
Constelações vizinhas: Virgem, Escorpião, Serpente, Hidra Fêmea, Lobo e Ofiúco (Serpentário). 
Astrologia:  23 de setembro a 22 de outubro


Origem: A balança fora um instrumento criado por Hermes, mensageiro dos deuses, deus dos viajantes, mercadores e ladrões. Entretanto, a balança acabou se tornado um simbolo associado com a justiça, assim Têmis passou a adotá-la como um dos símbolos que a representa-se. Nesse caso, pelo fato da constelação de Virgem está tão próxima da de Libra, os gregos antigos, enxergavam, a deusa Astreia segurando a balança, simbolo da justiça.




Nome: Escorpião (Scorpius)
Genitivo: Scorpii
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 59
Número de Planetas: 13
Estrela(s) principal(is): Antares (mag. 1,06)
Constelações vizinhas: Libra, Sagitário, Lobo, Coroa Austral, Serpentário, Esquadro e Altar. 
Astrologia:  23 de outubro a 21 de novembro


Na constelação se localizam três chuvas de meteoros, designados com as letras gregas alfa, lambda e omega. 


ORIGEM: Um gigantesco escorpião fora enviado por Apolo para matar o gigante caçador Órion, entretanto o gigante acabou matando a criatura. Zeus o transformou em uma constelação. (vide a origem da constelação de Órion). 


Nome: Sagitário ou Arqueiro (Sagittarius)
Genitivo: Sagittarii
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 22
Número de Planetas: 22
Estrela(s) principal(is): Kaus Australis (mag. 1,79)
Constelações vizinhas: Capricórnio, Serpentário, Serpente, Águia, Coroa Austral, Microscópio, Telescópio e Escudo. 
Astrologia:  22 de novembro a 21 de dezembro

Sagitário fica em direção ao centro da galáxia, logo em sua área se encontra muitos aglomerados estelares e nebulosas como, Nebulosa da Lagoa, Nebulosa Omega e a Nebulosa Trifida. A constelação também possui uma chuva de meteoros. 


Origem: Sagitário é representado por um centauro empunhando um arco e flecha. Tal centauro é Quíron, o mais sábio e exímio dos centauros, conhecido como o mestre dos heróis, pelo fato de ter sido o tutor de vários dos heróis da mitologia como Héracles, Aquiles, Teseu, Odisseu, Jasão, etc. Após Quíron ter morrido, Zeus o transformou em constelação. 



Nome: Capricórnio (Capricornius)
Genitivo: Capricorni
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 12
Número de Planetas: 3
Estrela(s) principal(is): Deneb Algebi (mag. 2,85)
Constelações vizinhas: Sagitário, Peixes, Águia, Microscópio e Peixe Austral
Astrologia: 22 de dezembro a 20 de janeiro


Origem: Associavam a constelação com a cabra Almatéia a qual amamentou Zeus em sua infância enquanto vivia escondido de seu pai Cronos, o qual havia devorado seus outros filhos por temer ser destronado por um destes. No entanto, algumas versões do mito diz que Zeus teria transformado a cabra em uma cornucópia (vaso em forma de chifre), daí a constelação parecer com um bode com o corpo de peixe ou com o corpo contorcido. 



Nome: Aquário (Aquarius)
Genitivo: Aquii
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 91
Número de Planetas: 8
Estrela(s) principal(is): Sadalsuud (mag. 2,90)
Constelações vizinhas: Capricórnio, Peixes, Águia, Pégaso, Peixe Austral, Cetus, Escultor, Golfinho e Cavalo Menor
Astrologia: 21 de janeiro a 19 de fevereiro


Aquário é uma das constelações com o maior número de estrelas. Isso se deve pelo fato de possuir vários aglomerados estelares e algumas nebulosas, como a Nebulosa de Saturno

Origem: Há duas versões para o mito de origem da constelação, a mais comum refere-se ao príncipe troiano Ganimedes, o qual fora raptado por Zeus transformado em uma gigantesca águia, para se tornar servo dos deuses, vivendo no Olimpo. Uma das funções de Ganimedes era servir ambrosia, a qual era o manjar dos deuses em suas taças, daí a constelação ser representada por um homem vertendo uma jarra. 


A outra versão é semelhante, mas diz respeito a Hebe, deusa da juventude, filha de Zeus e Hera, e terceira esposa de Héracles. Antes da chegada de Ganimedes, Hebe era uma espécie de serviçal dos de mais deuses, até que um dia após um incidente, recusou-se a continuar com os serviços, assim, Zeus fora procurar quem o fizesse. Nesse caso, a constelação é representada por uma mulher vertendo uma jarra. 




Nome: Peixes (Pisces)
Genitivo: Piscium
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 18
Número de Planetas: 10
Estrela(s) principal(is): η Psc (mag. 3,62)
Constelações vizinhas: Aquário, Aries, Andrômeda, Cetus, Pégaso e Triângulo.
Astrologia: 20 de fevereiro a 20 de março


Origem: Os dois peixes personificam a deusa Afrodite e seu filho Eros, os quais teriam se transformados nesses animais e se escondido no rio Eufrates, ou em outras versões teria sido no rio Nilo, para fugirem da fúria do titã Tifão (também pode ser grafado Tífon ou Tifeu), o mais poderoso dos titãs e deus da seca. Tifão era filho de Gaia, a deusa da terra e do deus Tártaro, personificação das profundezas da terra. Revoltada com a derrota de seus outros filhos para os deuses, Gaia instigou Tifão a vingar os irmãos assim, ele seguiu até o Olimpo afim de confrontar os deuses. Tifão é descrito como um gigante colossal e monstruoso, o qual chegou ao ponto de apavorar os deuses, os fazendo se transformarem em animais para se esconderem de sua vista. O mesmo era imortal. 


Outras constelações


Nome: Águia (Aquila)
Genitivo: Aquilae
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: 10
Número de Planetas: 7
Estrela(s) principal(is): Altair (mag. 0,77)
Constelações vizinhas: Sagitário, Capricórnio, Aquário, Golfinho, Hércules, Serpentário, Flecha, Escudo e Serpente.


Origem: A águia era o animal simbolo de Zeus. Em muitos mitos, Zeus aparecia transformado em uma águia, mas nesse caso, o mito mais especifico diz respeito ao fato de quando Zeus capturou o príncipe troiano Ganimedes. Tal fato se deve pela proximidade de Águia com Aquário. (veja a origem da constelação de Aquário). 






Nome: Andrômeda (Andromeda)
Genitivo: Andromedae
Hemisfério: Norte ou Boreal
Número de Estrelas: 163
Número de Planetas: 10
Estrela(s) principal(is): Sirrah (mag. 2,06), Mirach (mag. 2,01), 
Constelações vizinhas: Perseu, Cassiopeia, Pégaso, Peixes, Triângulo e Lagarto.


A constelação possui uma chuva de meteoros e em sua direção fica a Galáxia de Andrômeda e a Galáxia de Triângulo.


Origem: Andrômeda era a filha do rei Cefeu da Etiópia e da rainha Cassiopeia. Sua história está ligada as desavenças de sua mãe. Cassiopeia se gabava de sua beleza e num certo dia enquanto passeava pela praia, avistou algumas nereidas, as quais são filhas do deus Nereu. A rainha gabou-se de sua beleza perante aquelas jovens as quais insultadas foram falar com seu pai, Nereu por sua vez era muito ligado a Poseidon e lhe contou o fato ocorrido. Poseidon não gostou da afronta da mortal aos imortais, então enviou um monstro marinho, as vezes chamado de Cetus para destruir o reino. Cefeu apavorado com o fato, fora consultar o oráculo e este lhe disse que a única forma de apaziguar a fúria do deus dos mares era oferecendo sua filha em sacrifício. Andrômeda fora amarrada a um rochedo e oferecida como sacrifício, no entanto acabou sendo salva por Perseu o qual voava por ali perto. Perseu matou o monstro e a libertou. Posteriormente, Cefeu agradecido ofereceu a mão de sua filha em casamento ao herói. Os dois se casaram e foram morar em Argos. 




Nome: Quilha (Carina), Popa (Puppis) e Vela ou Velame (Vel) anteriormente Argo Navis
Genitivo: Carinae, Puppis e Velorum
Hemisfério: Equatorial (pode ser visto tanto no norte como no sul)
Número de Estrelas: Quilha (9), Popa (9), Vela (5)
Número de Planetas: Quilha (8), Popa (6), Vela (5)
Estrela(s) principal(is): Canopus (Quilha), Naos (Popa), Markab (Vela) 
Constelações vizinhas: Centauro, Pintor, Peixe Voador, Camaleão, Mosca, Hidra Fêmea, Unicórnio, Corvo, Cão Maior, Pomba, Bússola e Máquina Pneumática. 


Inicialmente na época de Ptolomeu tal constelação chamava-se Argo Navis, entretanto devido ao seu tamanho, alguns astrônomos cogitaram sua divisão, isso fora definido oficialmente em 1922, quando a constelação fora dividida em três. 


Origem: A constelação faz referência ao navio Argo, o navio dos argonautas, o qual Jasão e mais quarenta e nove guerreiros viajaram em direção a Cólquida em busca do Tosão de Ouro. De acordo com o mito, após todos retornarem da viagem, Atena teria transformado o navio na constelação. 


As constelações de Quilha, Popa e Vela, formando a antiga Argo Navis, e as constelações de Cão Maior, Pomba e Corvo.

Nome: Cão Maior (Canis Major) e Cão Menor (Canis Minor)
Genitivo: Canis Majoris e Canis Minoris
Hemisfério: Ambas são equatoriais, porém o Maior, fica mais para o Sul e o Menor, mais para o Norte. 
Número de Estrelas: 155 (Maior)/ 2
Número de Planetas: 5 (Maior)/ 0
Estrela(s) principal(is): Sirius (mag. 1,46)/ Procyon (mag. 0,78).
Constelações vizinhas: Unicórnio, Lebre, Popa e Pomba/ Câncer, Gêmeos, Unicórnio e Hidra Fêmea.


Embora os nomes sejam familiares, as duas constelações não estão próximas uma da outra no céu, entretanto sua correlação advêm da sua origem mitológica.


Origem: Há dois mitos para explicar a origem dessas duas constelações. O primeiro diz que ambos os cães eram os cachorros do gigante Órion, o qual após ter morrido, os dois ficaram na praia, uivando em lamento pelo dono, então Zeus, após ter transformado Órion em constelação, fizera o mesmo com os fiéis cachorros, que não quiseram abandonar o dono. 


A outra versão diz que a constelação de Cão Maior se originou do cão de caça chamado Laelaps, um cachorro criado especialmente pelos deuses para ser o melhor cão de caça que já existiu. Diziam que nenhuma presa poderia escapar dele. Em contra partida, a prova máxima de Laelaps veio quando ele fora usado por Céfalo ou Anfitrião, dependendo do mito, para caçar a raposa Teumessian, a qual diziam que nunca poderia ser pega. Após um tempo, de os dois fugindo um do outro, Zeus, cansado dessa perseguição, transformou os dois animais em pedra e posteriormente em constelações. Teumessian se tornou a constelação de Cão Menor. 




Nome: Hércules (Hercules)
Genitivo: Herculis
Hemisfério: Norte ou Boreal
Número de Estrelas: 277
Número de Planetas: 12
Estrela(s) principal(is): Kornephoros (mag. 2,78), 
Constelações vizinhas: Dragão, Boeiro, Serpente, Coroa Boreal, Serpentário, Águia, Lira, Flecha e Raposa. 


A constelação de Hércules é a quinta maior constelação moderna, possuindo dois aglomerados globulares: M13 e M92 e uma chuva de meteoros, no entanto, suas estrelas são de baixa grandeza.


Origem: A sua origem vem propriamente do mais poderoso dos heróis gregos Héracles (Hércules para os romanos). Após ter morrido, devido a um envenenamento causado por sua segunda esposa Djanira a qual fora enganada pelo centauro Nesso, o qual lhe aconselhou a usar o seu próprio sangue para se fazer uma poção do amor, Djanira estava certa que Héracles não a amava mais, assim ela consentiu a sugestão do centauro, no entanto, o sangue do mesmo estava envenenado, e isso levou a morte de Héracles. Em outras versões ele teria cometido suicido diante de tanta dor que sofria. Mas embora tenha tido uma morte trágica, seu pai Zeus se comoveu pelo filho e o trouxe ao Olimpo. Lá Héracles ganhou a imortalidade, casou-se com sua meia-irmã Hebe e passou a viver entre os deuses. Os antigos gregos diziam que a constelação era um indicio que Héracles vivendo no Olimpo. 




Nome: Órion ou Caçador (Orion)
Genitivo: Orionis
Hemisfério: Equatorial
Número de Estrelas: 219
Número de Planetas: 7
Estrela(s) principal(is): Betelguese (mag. 0,43), Rigel (mag. 0,18), Bellatrix (mag. 1,62), Mintanka (mag. 2,23), Alnilan (mag. 1,70) e Alnitak (mag. 2,03)
Constelações vizinhas: Touro, Gêmeos, Unicórnio, Lebre e Erídano.


Órion é conhecida em todo o mundo devido ao seu famoso cinturão, formado pelas estrelas Mintanka, Alnilan e Alnitak. Não obstante, o mesmo também possui a Nebulosa de Órion e duas chuvas de meteoros. Sua fama também se deve pelo fato de ter sido associado por várias culturas no mundo, a rituais, construções, simbologias, etc.


Origem: Órion era um gigante filho de Poseidon com uma ninfa do mar ou uma humana. Se tornou o maior caçador já conhecido equiparado apenas com Héracles entre os mortais. Órion se tornou requisitado por muitos senhores para cuidar de monstros ou participar de caçadas reais, ao mesmo tempo também prestava seus serviços para a deusa da caça Ártemis, por quem se apaixonou, no entanto, Ártemis, é a irmã gêmea de Apolo, e o mesmo sentia muito ciúmes da irmã. Num certo dia, Órion seguia viajando em seu navio na companhia de seus dois cães, quando numa ilha próxima dali, Apolo e Ártemis passeavam, o deus do sol viu o caçador, então enviou um escorpião gigante para matá-lo. Órion conseguiu matar a besta, mas seu navio afundou, então ele e os cães se puseram a nadar, Apolo, ainda não conformado, desafiou a sua irmã a acertar um pequeno alvo que se movia no horizonte, Ártemis aceitou o desafio e disparou uma única flecha certeira. Na manhã seguinte enquanto andava pela praia, avistou dois cães em lamento ao lado de um corpo. Profundamente triste, ela suplicou ao seu pai Zeus, e o mesmo transformou o caçador e uma constelação. (veja as origem das constelações de Cão Maior e Cão Menor e de Escorpião). 


Órion as vezes é retratado segurando um escudo ou a cabeça de um leão.

Nome: Pégaso ou Cavalo Alado (Pegasus)
Genitivo: Pegasi
Hemisfério: Equatorial
Número de Estrelas: 190
Número de Planetas: 9
Estrela(s) principal(is): Epsilon Pegasi (mag. 2.40), 51 Pegasi (mag. 4,51)
Constelações vizinhas: Aquário, Peixes, Andrômeda, Lagarto, Raposa, Golfinho, Cisne e Cavalo Menor.


As estrelas Markab (Alfa Pegasi), Scheat (Beta Pegasi) e Agnil (Gama Pegasi) formam em conjunto com a principais estrelas da Constelação de Andrômeda, o Quadro do Pégaso, pelo fato de ambas as constelações estarem lado a lado. Pégaso também possui uma chuva de meteoros conhecido como Pegasideos.


Origem: Pégaso era filho de Poseidon e da Medusa. Poseidon engravidou Medusa enquanto essa ainda era uma bela mulher, tendo feito isso dentro do templo de Atena. No entanto, Medusa era sacerdotisa de Atena, e a deusa não gostou de saber que seu templo fora profanado, então a amaldiçoou a transformando no terrível monstro pelo qual ficou conhecida. Após Perseu ter cortado a cabeça da Medusa, do sangue que jorrou, nasceram Pégaso e seu irmão Crisaor o gigante dourado. Perseu pegou a cabeça da górgona e fora embora levando seu troféu, Pégaso e Crisaor partiram em seguida. Posteriormente, Pégaso ajudou o herói Belerofonte a derrotar o monstro Quimera, e depois disso passou a viver no Monte Parnaso entre as Musas. Da patada que ele deu no monte nasceu a fonte Hipocrene. Finalmente quando morreu, Zeus o transformou em uma constelação. No entanto, assim como Touro, apenas metade do cavalo é representado originalmente na versão de Ptolomeu.




Nome: Perseu (Perseus)
Genitivo: Persei
Hemisfério: Norte ou Boreal
Número de Estrelas: 22
Número de Planetas: 5
Estrela(s) principal(is): Mirtaka (mag. 1,19) e Algol (2,12)
Constelações vizinhas: Andrômeda, Triângulo, Cassiopeia, Camaleão, Cocheiro, Aries e Touro. 


A constelação de Perseu é a terceira constelação baseada em um herói grego, a primeira é Gêmeos (Castor e Pólux) e a segunda é Hércules. A constelação de Perseu, retrata  herói segurando a cabeça da Medusa na mão esquerda. 


Origem: Perseu era filho de Zeus e a mortal Dânae, a qual era filha do rei Acrísio. O Oráculo havia dito que um neto de Acrísio o mataria, temendo a profecia, ele aprisionou sua filha em uma caverna, no entanto Zeus, entrou na caverna e engravidou sua filha. Depois que soube que a mesma estava grávida, decidiu bani-la, Dânae fora posta em um barco sem remos e jogada no mar. No entanto Zeus salvou os dois, os levando até a ilha de Sérifo. Lá eles passaram a viver. Quando adulto, Perseu para salvar sua mãe da cobiça do rei da ilha, decidiu aceitar o desafio de matar a Medusa, assim ele o fez e retornou triunfante. (veja a origem da Constelação de Andrômeda e Pégaso). 



Nome: Ursa Maior (Ursa Major) e Ursa Menor (Ursa Minor)
Genitivo: Ursae Majoris e Ursae Minoris
Hemisfério: Norte ou Boreal
Número de Estrelas: 20 (Maior)/ 7
Número de Planetas: 13 (Maior)/ 1
Estrela(s) principal(is): Dubhe (mag. 1.8)/ Polaris (mag. 2,02)
Constelações vizinhas: Leão, Dragão, Boeiro, Camaleão, Lince, Leão Menor, Cabeleira de Berenice e Cães de Caça/ Cefeu, Camaleão e Dragão.


Na pequena constelação de Ursa Menor fica localizado a famosa Estrela Polar (Polaris). 


Origem: Na mitologia grega, Zeus se encantou pela ninfa Calisto a qual era uma das damas de companhia de Ártemis, sua filha. No entanto, Calisto possuía um filho chamado Arcas. Hera a esposa-irmã de Zeus, descobriu a traição do marido, então transformou Calisto em uma ursa, afim que Arcas pudesse caça-la sem saber que era sua mãe, porém Zeus descobriu o plano de sua esposa e intercedeu. Ele transformou Arcas em um urso e elevou os dois a constelações. Calisto se tornou Ursa Maior e Arcas, Ursa Menor. 


Em destaque as constelações de Ursa Maior e Ursa Menor, e partes das constelações de Leão Menor, Lince, Girafa e Dragão.
NOTA: As dez maiores constelações são: Hidra Fêmea, Virgem,  Ursa Maior, Cetus, Hércules, Erídano, Pégaso, Dragão, Centauro e Aquário.
NOTA 2: A menor constelação é a do Cruzeiro do Sul (Crux).
NOTA 3: No Brasil, popularmente as três estrelas do cinturão de Órion são conhecidas como "As três Marias".
NOTA 4: Na Idade Média, a constelação de Virgem fora associada a Virgem Maria
NOTA 5: Cassiopeia e Cefeu os quais são os pais de Andrômeda, também são o nome de constelações. 
NOTA 6: A segunda estrela mais próxima da Terra, Alpha Centauri, fica localizada na Constelação de Centauro. 
NOTA 7: As constelações ficaram famosas na cultura pop, devido ao mangá/anime Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) o qual se baseia em mitologia grega.