segunda-feira, agosto 29, 2011

O despertar da consciência

O despertar da consciência


É necessário saber que a humanidade vive 
com a Consciência adormecida. As pessoas trabalham sonhando, andam pelas ruas sonhando, vivem e morrem sonhando. Quando chegamos à conclusão de que todo o mundo vive adormecido, compreendemos a necessidade de despertar.


Necessitamos o despertar da Consciência. 

Queremos o despertar da Consciência.


Fascinação



A causa do sono profundo em que vive a humanidade é a fascinação.
As pessoas estão fascinadas por todas as coisas da vida. As pessoas se esquecem de si mesmas porque estão fascinadas. O bêbado no botequim está fascinado pelo álcool, pelo local, pelo prazer, pelos amigos e pelas mulheres. A mulher vaidosa está fascinada diante do espelho pelo encanto de si mesma. O rico avarento está fascinado pelo dinheiro e pelas propriedades. O operário honrado está fascinado pelo árduo trabalho na fábrica. O pai de família está fascinado por seus filhos. Todos os seres humanos estão fascinados e dormem profundamente. Quando dirigimos um carro, ficamos assombrados ao ver

as pessoas nas avenidas e ruas lançarem-se à frente do veículo sem lhes importar o perigo. Outros se atiram francamente debaixo das rodas dos automóveis. Pobres pessoas… Andam adormecidas…

Parecem sonâmbulas, pois andam dormindo e põem em perigo suas próprias vidas.

Qualquer clarividente pode ver seus sonhos. As pessoas sonham em tudo aquilo que as mantém fascinadas.



O Sono


Durante o sono o Ego escapa do corpo físico. Esta saída do Ego é necessária para que o corpo vital possa reparar o corpo físico. Nos mundos internos o Ego anda sonhando. Realmente, podemos assegurar que

o Ego leva seus sonhos aos mundos internos. Nos mundos internos, o Ego ocupa-se dos mesmos afazeres que o mantêm fascinado no físico.

Assim, vemos o carpinteiro durante o sonho em sua carpintaria, o policial guardando as ruas, o barbeiro em sua barbearia, o ferreiro em sua ferraria, o bêbado no bar, a prostituta na casa de prazeres entregue à luxúria, etc. Toda essa gente vive nos mundos internos como se estivesse no mundo físico. A ninguém ocorre perguntar a si mesmo durante o sonho se está no mundo físico ou no astral. Os que fizeram a si mesmos essa pergunta durante o sonho despertaram nos mundos internos e então, assombrados, puderam estudar todas as maravilhas dos Mundos Superiores. Somente acostumando-nos a fazer essa pergunta a cada momento durante o chamado estado de vigília, podemos chegar a fazer-nos a mesma pergunta nos Mundos Superiores durante as horas entregues ao sono. É claro que durante o sono repetimos tudo o que fazemos durante o dia; se durante o dia nos acostumamos a fazer-nos esta pergunta, durante o sono noturno, estando fora do corpo, acontecerá que repetiremos a mesma pergunta. O resultado será o despertar da Consciência.



Recordar-se de Si Mesmo



O ser humano fascinado não se recorda de si mesmo. Devemos auto-recordar-nos de instante em instante. Necessitamos auto-recordar-nos em presença de toda representação que possa nos fascinar. Detenhamo-nos ante toda representação e façamos estas perguntas a nós mesmos: Onde estou eu? Estarei no plano físico ou no plano astral? Depois devemos dar um saltinho com a intenção de flutuar no ambiente circundante. É lógico que se flutuarmos é porque estaremos fora do corpo físico e o resultado será o despertar da Consciência. O objetivo destas perguntas a cada instante da nossa vida é fazer com
que se gravem no subconsciente, a fim de atuarem depois, durante as horas entregues ao sono, em que realmente o Ego se acha fora do corpo físico.

É indispensável saber que no astral as coisas se vêem tal como aqui no plano físico. As pessoas durante o sono e depois da morte vêem lá tudo igual como aqui no mundo físico, sendo que nem sequer suspeitam

estarem fora do corpo físico. Nenhum defunto crê jamais estar morto, pois está fascinado e dorme profundamente. Se os defuntos houvessem feito durante a vida a prática de se recordarem de si mesmos, de instante em instante, se houvessem lutado contra a fascinação das coisas do mundo, o resultado seria o despertar da Consciência. Então não dormiriam. Andariam nos mundos internos com a Consciência desperta.


Quem desperta a Consciência pode estudar durante as horas do sono todas as maravilhas dos Mundos Superiores. Quem desperta a Consciência torna-se clarividente. Quem desperta a Consciência vive nos Mundos Superiores como um cidadão do Cosmos, totalmente desperto.

E passa a conviver com os Grandes Hierofantes da Loja Branca. Quem desperta a Consciência, já não pode dormir aqui neste plano físico, nem tampouco nos mundos internos. Quem desperta a Consciência
deixa de dormir. Quem desperta a Consciência se converte num investigador competente dos Mundos Superiores. Quem desperta a Consciência é um Iluminado. Quem desperta a Consciência pode estudar
aos pés do Mestre.

Quem desperta a Consciência pode falar familiarmente com os Deuses que iniciaram a aurora da criação. Quem desperta a Consciência pode recordar suas inúmeras reencarnações. Quem desperta a Consciência assiste conscientemente às suas próprias Iniciações Cósmicas. Quem desperta a Consciência pode estudar nos Templos da Grande Loja Branca. Quem desperta a Consciência pode saber nos Mundos Superiores como se encontra a evolução do seu Kundalini. Todo Matrimônio Perfeito deve despertar a Consciência para receber a guia e a direção da Loja Branca. Nos Mundos Superiores os Mestres guiarão sabiamente todos aqueles que realmente se amam. Nos Mundos Superiores os Mestres entregam a cada qual o que necessita para seu desenvolvimento interior.



Prática Complementar


Ao despertar do sono normal, todo estudante gnóstico deve fazer um exercício retrospectivo sobre o processo do sonho, para recordar todos aqueles lugares onde esteve durante as horas do sono. Sabe-se
que o Ego viaja muito durante o sono normal.

É necessário recordar minuciosamente onde estivemos e tudo aquilo que vimos e ouvimos. Os Mestres instruem os discípulos quando estão fora do corpo físico.

É urgente desenvolver a memória para recordar tudo aquilo que aprendemos durante as horas do sono. É necessário que não nos movamos no momento do despertar, porque com este movimento se agita o astrale se perdem as recordações. É urgente combinar o exercício retrospectivo com os seguintes mantrams: RAOM GAOM. Cada palavra divide-se em duas sílabas, acentuando-se a vogal O. Estes mantrams são para o estudante o que a dinamite é para o mineiro. Assim como o mineiro abre caminho por entre as entranhas da terra com a ajuda da dinamite, assim também o estudante abrirá caminho no sentido do desenvolvimento da memória do subconsciente com a ajuda destes mantrams.



O Castelo dos Dois Salões

A cabeça humana é um castelo com dois salões. O cérebro é o salão da chamada, vulgarmente, consciência de vigília e o cerebelo é o salão do subconsciente. Todas as experiências que o Ego adquire nos Mundos Superiores ficam armazenadas no salão do subconsciente. Quando os dois salões se unem, o resultado é a Iluminação. Com o exercício retrospectivo conseguiremos a união dos dois salões. Se o estudante não recorda nada, deve lutar sem tréguas e sem se cansar, fim de abrir caminho na direção das regiões do subconsciente. Nenhum esforço é perdido. Assim como o mineiro luta abrindo caminho por entre as rochas da terra, assim também deve lutar o estudante abrindo caminho por entre a dura rocha da matéria até atingir a maravilhosa mansão do subconsciente. Cada exercício gera força que pouco a pouco vai rompendo a dura rocha do esquecimento que nos separa do salão do subconsciente, onde estão, como jóias delicadas, as memórias dos Mundos Superiores. Este exercício e a prática da auto-recordação se complementam para levar-nos à Iluminação total e definitiva.



Paciência e Tenacidade


O estudante gnóstico deve ser infinitamente paciente e tenaz, porque os poderes custam muito. Nada nos é dado de graça, pois tudo custa.



Esses estudos não são para os inconstantes, nem para as pessoas de pouca vontade. Estes estudos exigem fé infinita. Pessoas céticas não devem procurar nossos estudos, porque a ciência oculta é muito exigente. Os céticos fracassam totalmente. Os incrédulos não conseguirão entrar na Jerusalém Celestial.






Os Quatro Estados da Consciência



O primeiro estado de consciência denomina-se Eikasia. O segundo estado de consciência é Pistis. O terceiro estado de consciência, Dianóia. O quarto estado de consciência é Nous.

Eikasia é ignorância, crueldade humana, barbárie, sono demasiado profundo, mundo instintivo e brutal, estado infra-humano. Pistis é o mundo das opiniões e crenças. Pistis é crença, preconceitos, sectarismos, fanatismos, teorias nas quais não existe nenhum gênero de percepção direta da verdade. Pistis é a consciência do nível comum da humanidade.

Dianóia é revisão intelectual de crenças, análises, sintetismo conceitual, consciência cultural-intelectual, pensamento científico, etc. O pensamento dianoético estuda os fenômenos e estabelece leis. O pensamento dianoético estuda os sistemas indutivo e dedutivo com o propósito de utilizá-los de forma profunda e clara.

Nous é a perfeita Consciência Desperta. Nous é o estado de Turiya, a perfeita Iluminação interior profunda. Nous é a legítima clarividência objetiva. Nous é a intuição. Nous é o mundo dos arquétipos divinos. O pensamento Noético é sintético, claro, objetivo, iluminado. Quem alcançar as alturas do pensamento Noético despertará a Consciência totalmente e converter-se-á num Turiya.

A parte mais baixa do homem é irracional e subjetiva e se relaciona com os cinco sentidos ordinários.

A parte mais elevada do homem é o mundo da intuição e da Consciência Objetiva Espiritual. No mundo da intuição se desenvolvem os arquétipos de todas as coisas da Natureza.

Só aqueles que penetram no mundo da intuição objetiva, só aqueles que alcançaram as alturas solenes do pensamento Noético estão verdadeiramente despertos e iluminados.

Nenhum verdadeiro Turiya pode dormir. O Turiya, aquele que alcançou as alturas do pensamento Noético, nunca anda dizendo que o é, jamais se presume de sábio, é por demais simples e humilde, puro e perfeito.

É necessário saber que nenhum Turiya é médium, nem pseudo-clarividente, nem pseudo-místico, como todos esses que hoje em dia abundam como erva daninha em todas as escolas de estudos espiritualistas, herméticos, ocultistas, etc.

O estado de Turiya é muito sublime, e só o alcançam aqueles que trabalham na Frágua Acesa de Vulcano durante toda a vida, pois só o Kundalini pode elevar-nos ao estado de Turiya.

É urgente saber meditar profundamente e praticar Magia Sexual durante toda a vida para alcançar, depois de provas muito difíceis, o estado de Turiya.

A Meditação e a Magia Sexual nos levam às alturas do pensamento Noético.

Nenhum sonhador, nenhum médium, nenhum desses que entram em escolas de ensinamento oculto pode alcançar instantaneamente o estado de Turiya. Infelizmente, muitos crêem que isto seja simples como soprar bolhas de sabão, ou como quem fuma um cigarro, ou como quem se embriaga. É por isso que vemos muitos alucinados, médiuns e sonhadores declarando-se mestres clarividentes, iluminados. Em todas as escolas, inclusive dentro das fileiras do nosso Movimento Gnóstico, não faltam esses sujeitos que se dizem clarividentes, mas que na realidade nada disso são. São precisamente estes que, fundamentados em suas alucinações e sonhos, caluniam os outros, dizendo: Fulano está caído, Beltrano é mago negro, etc.

É necessário advertir que as alturas do Turiya requerem muitíssimos anos de exercício mental e de Magia Sexual em Matrimônio Perfeito, o que significa disciplina, estudo prolongado, meditação interior intensa e aprofundada, sacrifício pela humanidade, etc.


Impaciência


Normalmente, os recém-entrados na Gnose estão cheios de impaciência: querem manifestações fenomênicas imediatas, desdobramentos instantâneos, iluminações, sapiência, etc.

A realidade é bem outra, pois nada nos é dado de presente e tudo custa adquirir. Nada se consegue com curiosidade, instantaneamente ou rapidamente. Tudo tem seu processo e seu desenvolvimento. O Kundalini se desenvolve, evolui e progride muito lentamente dentro da aura do Maha-Choham. O Kundalini tem o poder de despertar a Consciência; no entanto, o processo do despertar é lento, gradual, natural, sem fatos espetaculares, sensacionais, emocionais e bárbaros, pois quando a Consciência despertou totalmente não é algo sensacional, nem espetacular, mas simplesmente uma realidade tão natural como a de uma árvore que lentamente cresceu e se desenvolveu sem sobressaltos e sem coisas sensacionais. Natureza é Natureza. No início, o estudante gnóstico diz: eu estou sonhando. Depois exclama: estou em corpo astral, fora do corpo físico. Mais tarde alcança o Samadhi, o êxtase, e penetra nos campos do Paraíso. A princípio as manifestações são esporádicas, descontínuas, seguidas de longo tempo de inconsciência. Mais tarde, as Asas Ígneas nos dão a consciência desperta continuamente, isto é, sem interrupções.



(texto tirado do livro Matrimônio Perfeito, disponível no link Bib
lioteca Gnóstica, gratuitamente)

MADAME BLAVATSKY






A condessa que levitava

Helena Petrovna Blavatsky nasceu condessa, mas conheceu a miséria. Sua vida foi pontilhada de aventuras e acontecimentos fantásticos:
fundou a Sociedade Teosófica, lutou ao lado de Garibaldi, deu três voltas ao mundo e salvou-se inexplicavelmente da explosão de um navio que atravessava o canal de Suez. Gorda, de olhos imensos, Blavatsky possuía uma personalidade tão espiritualizada que, para não levitar, comia constantemente e fumava charutos enormes. Ela foi um dos maiores espíritos do século 19.


"Por llka Arnaud

E ncontrar no coração da Rússia cza­rista, no início do século 19, uma escritora que advogava a emancipação da mulher parece-nos, hoje, coisa quase impossível. No entanto, não era menos do que isso Helena von Hahn, ro­mancista que viveu na primeira metade do século e que, casada com o coronel Pedro von Hahn, viria a ser a mãe de Helena Petrovna Blavatsky - a Esfinge Russa.

A noite de 30 de julho é considerada, na Rússia, a única do ano .em que os espíritos do mal não têm nenhum poder. Exatamente à meia-noite de 30 para 31 de julho, no ano de 1831, enquanto a Europa se consu­mia numa grande epidemia de cólera, em Ekaterinoslav, na Ucrânia, nascia Helena Petrovna, que viria não só continuar como também ultrapassar as idéias liberais de sua mãe.

Tradicionalmente submissa, a mulher russa, sujeita inclusive às proibições de uma Igreja muito rigorosa, não devia, àquele tempo, tomar atitudes que fugissem às convenções. O sufragismo, que só viria a se instalar no século 20, seria considerado o sumo do ri­dículo, no tempo de Helena Petrovna. No entanto, muito mais revolucionária que sufragista, ou religiosa, no sentido comum do termo, a jovem viria a dedicar toda a sua vida à luta contra as instituições mais tradicionalistas do seu tempo.

O poderoso signo de leão – facilmente relacionável a todas as coisas possantes da natureza - encontra um símbolo feliz no fogo: seu elemento - na sua força de cria­ção e, de destruição. Essas duas caracterís­ticas, que já tinham marcado o nascimento de Helena, continuaram a assinalar toda a sua vida, pontilhada de acontecimentos in­comuns e violentos. Já no seu batizado, uma vela, segura por uma criança, incendiou as vestimentas do sacerdote que oficiava a ce­rimônia.

Mais tarde, no regresso de uma de suas viagens ao Oriente, o navio em que viajava, atravessando o recém-construído canal de Suez, explodiu, carbonizando a maior parte dos passageiros. Helena foi uma das poucas pessoas a sair ilesa deste acidente.

"Talvez seja melhor que eu morra; assim, ao menos, não serei testemunha do que ve­nha a acontecer com Helena; estou segura de que sua vida e destino não serão como os das demais mulheres. Ela terá muito que sofrer." Com estas palavras, ditas pouco an­tes de morrer, a mãe de Helena Petrovna definia a sorte de sua filha, então com 11 anos de idade. Órfã de mãe, condessa por nascimento, era natural que o seu destino fosse o casamento.

Tendo recebido uma aprimorada educação - que incluía conhecimentos musicais e lingüísticos - Helena foi levada, com apenas 17 anos, a casar-se com o general Nikifor V. Blavatsky, governador da província russa de Erivan. Homem muito mais velho do que a esposa, supõe-se que o general estivesse por perto dos 70 anos de idade. Ligada por um casamento feito aos moldes tradicionais, em que a vontade da mulher nada contava, e tendo-se em vista sua formação individua­lista e consciente, era natural que Helena abandonasse o marido e o casamento, menos de três meses após a cerimônia, fugindo para o exterior.





A maior viajante do século

Partindo da Rússia, Blavatsky fez sua pri­meira tentativa de visitar o Tibet, sem resultado, acabando por se fixar em Constan­tinopla, de onde saía para percorrer quase todos os países da Ásia Menor, buscando penetrar os costumes e a religião dos povos que conhecia.
Aos 20 anos, só, pobre, separada de sua família e sem condições de regressar à pá­tria, vamos encontrar Helena Blavatsky em Londres, dando lições de piano para sobre­viver. Não era sua primeira visita a Londres, que conhecera quando menina, viajando em companhia do pai. Foi ainda nessa mesma cidade - diz a tradição - que Helena teve, pela primeira vez, a visão real de seu mes­tre, o Mahatma, cuja percepção a acompa­nhava desde a infância.

Helena fora uma criança sonâmbula e que falava durante o sono, dialogando com per­sonagens imaginários. Igualmente, fazia pre­visões relativas ao futuro de membros de sua família, antevendo, por exemplo, a data de sua morte, provocando espanto e susto. As viagens seriam sempre uma constante em sua vida, dedicada à busca de sua ver­dade filosófica e mística. Nessa busca ela percorreu a Ásia, a Europa, as Américas, em várias direções. Diz-se, mesmo, que Helena Blavatsky teria dado a volta ao mun­do por três vezes. Chegou ao Tibete depois de muito esforço, haurindo todos os ensina­mentos que essa terra secreta e selvagem pode dar.


Na Itália, segundo reza a tradição, lutou ao lado de Garibaldi, contra o papado, tendo sido ferida na batalha de Mentana (1867). Atravessou os Estados Unidos em diligên­cia, e esteve em visita às ruínas maias e à civilização inca.

O que teria levado Helena Blavatsky a bus­car uma verdade no Oriente? Apesar de sua relativa proximidade e de ter parte de seu território de raízes orientais, tradicionalmente a Rússia estava mais ligada ao Ocidente, por cultura e religião. Desde o início de sua vida, no entanto, como se fosse o resul­tado de uma predestinação, as andanças e a movimentada biografia de Blavatsky pare­cem sempre indicar que a função principal dessa existência é a de ser portadora de conhecimentos transcendentais, tidos pelo Oriente desde tempos muito antigos, mas que, por um muro criado pela religião ofi­cial, tinham permanecido ignotos nesta me­tade do mundo. Os conhecimentos havidos e transmitidos por Helena Blavatsky provavam o alto grau de cultura e de civilização, e o elevado nível de espiritualidade do povo hindu. Ora, essa prova não interessava a alguns ocidentais, especialmente ao Império Britânico, naquele tempo empenhado numa política colonialista em relação à Índia. De­sagradava aos ingleses o fato de que o mun­do ocidental tomasse conhecimento de que o Império pretendia dominar uma nação que, a rigor, podia ser considerada, pelo menos espiritualmente, mais evoluída do que a própria Inglaterra.

A religião da verdade e da sabedoria

"Fomos deuses e nos esquecemos disso. . ." Helena Blavatsky nunca esqueceu a poética sabedoria deste ensinamento. Em seu livro A Chave da Teosofia, ela explica, pro­curando alcançar toda a possível clareza, que os seres humanos, outrora deuses, eles próprios, têm como uma de suas missões o acordar de sua mônada, a partícula divina existente em todos nós. Os caminhos para isso são vários e pessoais, e todos válidos: a ioga, em suas diversas formas, constitui um deles; o aperfeiçoamento do coração ou da mente (buscando-se o equilíbrio ideal), outro caminho. Mas é importante se assina­lar a diversidade e o caráter de criatividade que cada um desses caminhos tem de adquirir.


"Teosofia" ou "sabedoria divina". A expres­são' foi usada pela primeira vez pelos neo­platônicos do terceiro século, e se referia a uma interpretação de acontecimentos do mundo exterior, como correspondentes de experiências da alma humana. Vê-se aí, claramente, a origem filosófico-platônica do termo e de seu entendimento, em oposição a Aristóteles, sua lógica e seu racionalismo. Mergulhado numa procura da verdade e 40 absoluto, o mundo atual, a partir do pós-­guerra de 1945, tornou-se amplamente irra­cional e místico; os movimentos hippies, beatniks e pacifistas, a pesquisa sobre dro­gas e suas conseqüências adivinhatórias e espirituais, numa busca de encontro do homem consigo mesmo, não são mais do que expressões de um profundo irracionalismo e de um protesto contra a lógica aristotélica num mundo absurdo. Nesse sentido, foi Helena Blavatsky uma incontestável pre­cursora, precedendo de um século todos os citados movimentos, e buscando a verdade dentro do próprio homem, em oposição a todas as religiões ocidentais de até então, que apontavam para um Deus fora do homem. ­

Numa sala às escuras

Em meados de 1873, estava Helena Bla­vatsky em Nova York. A guerra civil norte-americana terminara em 1865, deixando o país convulsionado e um grande número de veteranos desmobilizados e dispersos. Entre estes, o coronel Henry Steele Olcott, participante de maçônicas e centros espíri­tas. O conhecimento de Olcott com Blavatsky foi decisivo para ambos. Juntos, fundaram a Sociedade Teosófica, no ano de 1875, pri­meiro movimento concreto para levar avan­te as idéias espiritualistas de Helena Bla­vatsky.

A fim de atrair adeptos para a nova socie­dade, Blavatsky aquiesceu em tornar mani­festos seus poderes sobrenaturais em várias ocasiões. Em determinada época de sua vida, recebia a visita de curiosos à procura da confirmação dos poderes dessa russa mis­teriosa. Numa dessas oportunidades, um jo­vem professor, enquanto a visitava, come­çou a ouvir batidas pelas paredes e móveis da sala. O rapaz ridicularizou a origem des­sas manifestações, enquanto Helena Bla­vatsky, sentada no outro extremo do apo­sento; apenas observava. Repentinamente, as batidas foram se aproximando do professor, localizaram-se nos seus óculos e se tornaram tão violentas que acabaram por arrancar as lentes, que caíram no chão, deixando-o con­fuso e assustado. Em outra oportunidade, uma dama da sociedade pôs-se a gracejar com Helena, tentando diminuir a sua impor­tância. Repentinamente, a jovem dama em­palideceu e se levantou, cobrindo a boca com uma das mãos. O seu rosto estava mar­cado pelo medo. Depois de alguns minutos de sofrimento acabou por confessar haver sentido movimentos e ruídos que provinham das incrustações de ouro que tinha nos dentes.

No entanto, uma das mais espantosas de­monstrações ocorreu na Union Square ­ Nova York - em março de 1877, na pre­sença de várias pessoas: Helena Blavatsky, dentro de uma sala às escuras, e em menos de meia hora, executou um elaborado de­senho a lápis, cheio de detalhes impressio­nantes e de perfeição quase profissional, apesar de desconhecer quase que totalmente a arte do desenho.


Olhos grandes, gorda e fumadora de charutos

Dizem as tradições que a senhora Blavatsky era uma mulher tão espiritualizada que ­ para não levitar - precisava passar grande parte do tempo comendo e fumando cha­rutos . " Annie Besant, crítica literária da Pall Mall Gazette, de Londres, e amiga pes­soal de Bernard Shaw, quando conheceu Helena Blavatsky, mostrou-se muito impressionada com aquela mulher corpulenta e de olhos enormes. Seus olhos azuis parecem, desde a juventude até a maturidade, imutavelmente, penetrar o mais profundo da na­tureza humana. Aquela jovem, que iniciara seu conhecimento com Blavatsky, criticando a sua obra A Doutrina Secreta, passou, a partir de 1889, a ser uma ardente continua­dora e discípula da teosofia.


Helena Blavatsky foi, predominantemente; uma mulher de ação; enquanto escreveu seus livros aparentemente sem esforço, a energia que despendia na propagação de suas idéias e nas viagens feitas para aprender e ensinar foi enorme.


"Aquele que vive para a humanidade faz muito mais do que aquele que por ela mor­re" - dizia ela. E toda a sua vida foi para pôr em prática este seu princípio. Trabalhou como escritora e como jornalista, colaboran­do em diversas publicações, e fundando re­vistas em Nova York, Londres etc. Por ter, inclusive, colaborado em jornais russos, além de todas as perseguições que sofreu, chegou a ser acusada de fazer espionagem a favor dos soviéticos.


Devido à hostilidade sempre crescente por parte dos "livre-pensadores" do século 19, Helena Blavatsky foi obrigada a sair dos Estados Unidos, levando consigo a idéia da Sociedade Teosófica, primeiramente para a Europa, onde os ataques que recebeu foram ainda mais violentos. Diante disso final­mente, voltou à Índia, estabelecendo defini­tivamente a sede de sua Sociedade em Adyar, perto de Madras.


Seus mestres e sua obra


Em 1851, em Londres, durante a Exposição Internacional, estava Blavatsky passeando, quando viu que se aproximava uma comitiva de orientais que ali fora em visita à corte da rainha Vitória. Entre estes hindus, havia um que sobrepujava os demais em altura e dignidade. Quando o viu, ela sentiu seu co­ração tomado de espanto ao reconhecer nele o estranho protetor das suas visões infantis. Seu primeiro impulso foi lançar-se aos seus pés, mas ele - com gesto principesco ­pediu-lhe que não desse sinal de havê-lo reconhecido. Ela, então, permaneceu imóvel até que ele passasse. Para os não iniciados, esse impressionante oriental seria apenas um príncipe de Rajput; mas, para Blavatsky, ele era o mestre Morya, um dos grandes espíritos e adepto da fraternidade do Trans­Himalaia, cujos membros se dedicam ao ser­viço das necessidades espirituais da huma­nidade.


Mais tarde, escreveria ela em seu diário: "em Londres, encontrei o mestre dos meus sonhos". Poucas informações existem sobre o adepto de Rajput; através dos escritos de Blavatsky, ele ficou conhecido como Ma­hatma Morya, mas também usou o nome de Ahazhulama - ou o mestre azul. Segun­do a tradição, tinha 125 anos quando visitou a Inglaterra.

A existência dos Mahatma foi contestada durante toda a vida de Blavatsky, e o é até hoje. No entanto, ela sempre afirmou essa existência, e a ajuda que Morya e Kut-Humi prestaram na elaboração de suas obras prin­cipais: A Doutrina Secreta e Ísis sem Véu, onde sua filosofia é exposta com maiores detalhes. A própria autora disse, de lsis sem Véu, "ter sido escrito tão facilmente, que não era trabalho, mas um verdadeiro prazer".


Estâncias de Dzyan", o livro maldito

Contam as lendas que o livro no qual estão contidas as Estâncias de Dzyan proveio do planeta Vênus, de onde foi levado para a Índia. Mencionado pela primeira vez no sé­culo 18 pelo francês Bailly, foi outro astrô­nomo francês, Louis Jacolliot, quem lhe deu o nome pelo qual ficou conhecido. Dizia-se que as piores maldições acompanhavam aqueles que tentassem decifrá-lo.

Um adivinho muçulmano falou a Helena Blavatsky sobre as Estâncias, cujo texto, se­gundo ele, estaria num mosteiro do Tibete. A partir daí, tudo é mistério; nunca se soube se ela chegou a ter o livro em suas mãos. Mas a verdade é que o traduziu do original escrito numa língua chamada senzar. Essa tradução, feita do conhecimento direto do próprio livro ou através dos indiscutíveis dons de clarividência de Helena Blavatsky ( tese defendida por Jacques Bergier) , só foi publicada em 1915, nos Estados Unidos, depois da morte, portanto, da tradutora.

Se a vingança dos "desconhecidos" ocorreu ou não, nunca se saberá. No entanto, Bla­vatsky não se deixou intimidar por ela. Seus últimos anos foram terrivelmente abalados, principalmente pelo relatório arrasador da Sociedade de Pesquisas Psíquicas, da Ingla­terra. Porém, a tradução já estava feita, e mais uma vez ela tinha vencido.


o fim e o principio

A morte de Helena Blavatsky não poderia representar, evidentemente, o fim dos seus ideais. Aos 60 anos, tendo construído uma obra ,literária e filosófica de grande solidez e importância, e. tendo dado, com sua vida, um testemunho de coerência, ela tinha inicia­do a implantação de novas idéias e a sua di­fusão. No entanto, sua saúde, abalada por constantes ataques de seus inimigos, acabou por fraquejar. Assim, no dia 8 de maio de 1891, depois de ter trabalhado até a noite anterior, escrevendo e revendo seus originais, ela morreu tranqüilamente, no dizer de uma testemunha, "como uma sentinela no seu posto". Manteve lucidez de espírito até os últimos momentos e sua morte foi cheia de paz. Ela própria dissera que sua obra era o livro de texto oculto do século 20, e que ficaria, sem modificações, até a chegada do próximo emissário dos mestres, em 1975.
HPB em 1889






O maior sonho de Blavatsky não se reali­zou: a grande fraternidade humana e a re­conciliação de todas as religiões, seitas e nações, sob um sistema de ética comum, basea­do em verdades eternas... Conseguirá o próximo emissário - em vésperas de se manifestar, segundo suas predições - levar a cabo essa missão?

Fonte: Revista Planeta – anos 70





Episódio da infância, do livro de Sinnett:


A idéia fundamental do ocultismo oriental consiste em reconhecer na alma humana uma entidade, um centro de consciência moral e intelectual que não somente sobrevive à morte do corpo físico no qual pôde funcionar em determi­nado momento, como também conheceu outros períodos de existência física e espiritual anteriores à sua encarnação nesse corpo. Além disso, essa entidade - que de acordo com tal concepção é o verdadeiro indivíduo - pode ser acom­panhada, por pessoas possuidoras de qualidades psíquicas de­vidamente desenvolvidas, durante toda uma série de vidas e não apenas durante uma única existência. Essa concepção da Natureza, que é a doutrina esotérica, explica perfeita­mente por que, do ponto de vista de um corpo, nenhuma pessoa encarnada pode conhecer a série de vidas que esse mesmo corpo já viveu. Cada encarnação, cada uma das vidas dessa série, do ponto de vista da entidade espiritual e real, é uma descida na matéria; descida de um novo corpo cuja entidade - que é o verdadeiro Ego no plano espiritual da Natureza - pode usar com mais ou menos sucesso segundo as qualidades desse corpo. O próprio corpo se re­corda, com precisão de detalhes, apenas dos incidentes da sua atual vida objetiva. A verdadeira entidade que então o anima pode ter uma lembrança muito maior, mas que não se exprime pelo próprio corpo. Ademais, até que esse corpo atinja um desenvolvimento completo, isto é, até que a pessoa em questão atinja a idade adulta, a entidade real - ­se posso empregar uma imagem materialista para tornar compreensível uma idéia que só uma linguagem metafísica muito sutil poderia exprimir - mergulha nesse corpo so­mente até certo ponto. Uma criança de tenra idade, como dissemos, não é um ser moralmente responsável, isto é, seu organismo ainda não está suficientemente desenvolvido para que o senso moral da entidade real possa funcionar por intermédio do cérebro físico e dirigir os atos físicos. No entanto, a criança já está destinada a se transformar futu­ramente na moradia da entidade, da alma que começou a funcionar em seu corpo; portanto, se imaginarmos que ela existe no mundo dos homens vivos, sabendo servir-se das forças pertencentes aos planos elevados da Natureza ainda desconhecidos da Ciência física, é fácil compreender as re­lações especiais existentes entre essas forças e uma criança que, à medida em que vai se tornando mais velha, deixa-se penetrar por uma alma com a qual aqueles Adeptos já estão , relacionados.


Seja-me permitido repetir que essa simples exposição da Ciência Oculta no tocante à natureza humana não pre­tende provar que as coisas são realmente assim; essa teoria é apenas a trama sobre a qual são tecidos os aconteci­mentos da vida de Madame Blavatsky. Talvez, no decorrer da narrativa, alguns leitores sejam capazes de explicá-la por outras teorias; mas o que vou dizer poderia parecer desco­nexo e incoerente sem esta explicação que, graças a esse fio condutor, passa a ser inteligível.
Portanto, admito como hipótese que mesmo durante a infância a Senhorita Hahn (Blavatsky) permaneceu sob a proteção dum poder extraordinário capaz de agir até no plano físico em caso de grande necessidade. Assim, por exemplo, muitas vezes, a ouvi referir-se ao apaixonado interesse que alimen­tava desde a infância por um, quadro, o retrato de um dos seus antepassados, conservado no castelo de seu avô, em Saratov, mas oculto por uma cortina. O quadro ficava num aposento de paredes muito altas, e embora ainda fosse muito criança nessa ocasião, ela já se mostrava inteira­mente resolvida a fazer o que bem entendesse. Tinham-na proibido de ver o quadro; por isso, esperou por um mo­mento em que não podia ser surpreendida por ninguém e tratou de executar o projeto à sua moda. Arrastou uma mesa até junto à parede, colocou sobre ela outra mesa menor e sobre esta uma cadeira, e subiu como pôde nesse andaime pouco firme. Trepada naquelas alturas mal chegou a tocar o quadro; apoiando-se com uma das mãos contra a parede poeirenta esforçou-se, com a outra, em correr a cortina que encobria o quadro. Ao contemplá-lo, ficou pro­fundamente impressionada; e o brusco movimento de recuo que teve fez desabar seu frágil andaime. Ela, porém, não sabe exatamente o que aconteceu naquele instante. Perdeu a consciência no momento em que perdeu o equilíbrio e começou a cair; e quando recobrou os sentidos estava esten­dida no assoalho sem ter sofrido o menor arranhão, as mesas e a cadeira tinham voltado a seus lugares, a cortina que cobria o quadro estava corrida como antes, e ela po­deria acreditar num sonho esquisito que tivera, se não fosse a marca de sua mãozinha que ficou na parede poeirenta, ao lado do quadro.


Outra vez, quando já andava pelos quatorze anos, sua vida foi novamente salva em circunstâncias extraordinárias. O cavalo que montava começou a corcovear. Ela perdeu o equilíbrio e caiu da sela, mas ficou com um dos pés preso ao estribo; em sua opinião, antes de conseguir sofrear o animal teria morrido se não tivesse sido sustentada por uma força estranha que sentiu claramente que a envolvia e a mantinha suspensa no ar, contrariando a lei da gravidade. Se essas histórias impressionantes fossem raras na vida de Madame Blavatsky eu jamais as citaria na sua biografia; no entanto, como se verá mais tarde, constituem o assunto de todos os que tiveram alguma coisa a revelar sobre ela. As recordações de seu regresso à Rússia, depois das suas primeiras viagens, recolhidas pelos parentes, estão repletas de provas perante as quais as pequenas aventuras da infân­cia que ela própria narrou parecem insignificantes. Entre­tanto, não me furto a citá-las não tanto por seu próprio valor como, sobretudo, segundo já afirmei, para mostrar as relações que aparentemente existiram desde sua infância entre ela e aqueles aos quais chama de seus "Mestres", invi­síveis aos olhos do corpo e que ela não conhecia em seus corpos físicos quando criança, mas apenas pelas visões que encheram seus primeiros anos de vida.


O leitor certamente se recorda de que pela narrativa anteriormente citada muitas vezes iam encontrá-la sentada a um canto e falando sozinha, desde que não a importu­nassem. Nessas ocasiões, dizia que estava conversando com seus companheiros de folguedos, todos de seu tamanho e aparentemente da mesma idade, tão reais a seus olhos como se fossem de carne e ossos, embora invisíveis para os demais. A Senhorita Hahn ficava irritadíssima pela obstinação da criadagem e da família que se recusavam a prestar a menor atenção a seu amiguinho corcunda. É que ninguém podia fazê-lo, simplesmente porque ele era invisível para todos; mas, para a menina anormal, era um companheiro perfei­tamente visível que ela compreendia, que a distraía e a le­vava a cometer toda a sorte de travessuras. No entanto, nessa estranha duplicidade de vida, e até onde alcançavam suas recordações, via muitas vezes aquele idoso protetor cuja imponente figura dominava desde cedo a sua imagi­nação. O protetor era sempre o mesmo, e seus traços fisionômicos nunca se modificaram; mais tarde, encontrou-o em corpo físico e reconheceu-o tal como se tivesse sido criada na sua presença.


Todos os que se dedicam a estudar o espiritismo, o ocultismo, a clarividência, julgarão a presente narrativa estranhamente confusa à primeira vista. Entretanto, graças à teoria oculta da reencarnação a que me referi linhas atrás, compreender-se-á que os que a aceitam podem ver com cla­reza em meio a toda essa confusão. A Senhorita Hahn for­neceu desde o nascimento e em proporções extraordinárias todas as provas daquilo que no espiritismo é chamado de "mediunidade", a par de raras qualidades de clarividência. Durante a infância, ainda não chegara o momento em que os protetores ocultos da entidade que começava a funcionar em seu organismo podiam iniciar o emprego de um método de treinamento físico adequado para domar, disciplinar e utilizar esses dons naturais. Por isso, durante esse período, deviam permitir que eles fossem exercidos sem qualquer controle. É por isso que, se examinarmos a história da sua infância sob o ponto de vista psicológico, verificaremos que ela foi o centro da maioria dos mais freqüentes fenômenos mediúnicos, e que foi também constantemente observada e muitas vezes guiada pelos poderosos seres a cujo serviço consagrou inteiramente seus poderes a ponto de, mais tarde. reprimir suas faculdades mediúnicas.


Seus amigos sentiam-se ao mesmo tempo interessados e aterrorizados pelas manifestações que compreendiam o suficiente para observar. Sua tia revela que desde os quatro anos "Ela era sonâmbula e falava dormindo. Durante o sono conversava animadamente com personagens invisíveis; o espetáculo era divertido, edificante ou aterrorizante para os que se reuniam em torno do seu berço. Muitas vezes, enquanto parecia dormir placidamente, respondia às perguntas apresentadas pelos que lhe seguravam a mão, sobre objetos perdidos ou outros problemas, como se fosse uma vidente em transe. Desaparecia freqüentemente do quarto das crianças para ser depois encontrada num aposento isolado da casa ou no jardim, brincando e conversando com seus compa­nheiros de sonho. Durante anos, num impulso infantil, dei­xava chocadas as pessoas estranhas que encontrava ou os visitantes que vinham a nossa casa, encarando-os de frente para declarar que morreriam em determinado dia; ou então predizia um acidente ou uma desgraça que os aguardava. E como suas predições se realizavam com muita freqüência, ela se tornou, a esse respeito, o terror da família."
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Uma crítica ao espiritismo da época (século XIX):
"Os poetas falam da frágil divisão que separa este mundo do outro. São uns cegos: não existe absolutamente divisão de espécie alguma, exceto a dife­rença de estado entre os vivos e os mortos, e a gros­seria dos sentidos físicos da maioria da humanidade. No entanto, os sentidos nos salvam. Eles nos foram dados por uma mãe e uma ama prudente e sagaz -­a Natureza; porque, de outra forma, a individualidade e até mesmo a personalidade tornar-se-iam impossíveis; os mortos ficariam sempre misturados aos vivos, e estes acabariam por assimilá-los. Se não existisse em torno de nós senão uma espécie de “espírito” (e poder-se-ia chamar igualmente de “espírito” à borra do vinho), o resíduo dos mortais que faleceram e se foram, ainda seria possível habituar-se a isso. Não podemos evitar de assimilar nossos mortos de uma forma ou de outra e, pouco a pouco, inconscientemente da nossa parte, tornamo-nos eles, mesmo fisicamente, sobretudo no Ocidente ignorante que desconhece a cremação. Nós respiramos e devoramos os mortos, homens e animais, todas as vezes em que aspiramos o ar, o sopro hu­mano que sai de nós alimenta no ar as criaturas sem formas que um dia serão homens. Quanto ao processo físico, sob o ponto de vista mental, intelectual, e também espiritual, é completamente idêntico; trocamos gradualmente nossas moléculas mentais, nossas auras intelectuais e até espirituais e, portanto, nossos pensamentos, nossos desejos e nossas aspirações, com aqueles que nos precederam. Isso ocorre com toda a humani­dade em geral. É uma coisa natural, segundo a economia e as leis da Natureza, e assim o filho pode transformar-se gradativa e simultaneamente no próprio avô ou na própria tia ao impregnar-se dos seus átomos combinados, o que pode explicar, em parte, as seme­lhanças ou o atavismo. Mas existe uma outra lei, uma lei de exceção, que se manifesta na humanidade por fatos isolados, e periódicos: a lei da assimilação for­çada post-mortem. Durante essa epidemia os mortos vêm das respectivas esferas invadir o domínio dos vivos; mas, felizmente, vêm somente para as regiões onde foram enterrados. Neste caso, a duração e intensidade da epidemia dependem do acolhimento que recebem; encontram pela frente largas portas abertas ou fechadas; e a peste necromântica pode ser agra­vada pela atração magnética, pelo desejo dos médiuns, dos sensitivos e até dos curiosos; ou então, se o pe­rigo for assinalado, a epidemia pode ser sabiamente conjurada.

Esse flagelo periódico acaba de abater-se sobre os Estados Unidos. Tudo começou com crianças inocentes, as pequenas Misses Fox, que brincavam inconsciente­mente com essa terrível arma. E uma vez que a recebiam e a convidavam apaixonadamente a “entrar”, toda a multidão de mortos parece ter-se precipitado e apoderado dos vivos com mais ou menos força. Fui observar propositadamente uma família de grandes médiuns, os Eddy, e examinei-os por mais de quinze dias realizando experiências que, como é natural, guardei para mim, mesma. . . Você deve lembrar-se, Vera, que fiz algumas experiências para vocês em Rougodevo, quando muitas vezes via os fantasmas dos antigos habitantes da casa e descrevia-os para você, porque você jamais poderia vê-los... Pois bem, em Vermont, era a mesma coisa, noite e dia. Eu via e examinava aquelas criaturas sem alma, sombra de seus corpos terrestres, fora dos quais quase sempre alma e espírito tinham fugido há muito, mas que se esfor­çavam para conservar suas formas semi-materiais à custa das centenas de visitantes e de médiuns que se revezavam a todo instante. E notei, graças aos con­selhos e à direção de meu Mestre, que: 1.°) – as aparições reais eram produzidas pelos “fantasmas" dos que tinham vivido e morrido em determinadas regiões daquelas montanhas; 2.°) - os que tinham morrido longe dali eram menos perfeitos, eram um misto da sombra verdadeira e do que restava na aura pessoal do visitante que tinha inspirado seu desejo de compa­decer; e 3.°) - as aparições puramente fictícias, que chamo de reflexo dos verdadeiros fantasmas ou som­bras da pessoa falecida. Para explicar-me mais clara­mente, não eram os cascarões que assimilavam o médium, mas o médium, W. Eddy, que assimilava inconscientemente em si próprio a imagem de parentes e amigos mortos formada na aura das pessoas presentes. . . "



A VIDA DE HELENA BLAVATSKY – A.P. SINNETT
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Annie Besant



Época vitoriana, Londres do século XIX, período em que muitos fatos marcaram a história. Política, filosofia, ciência, religião e arte sofriam grandes transformações, fortemente influenciadas pela Revolução Francesa e seu conceito de liberdade, além das pressões mecanicistas da Revolução Industrial e materialistas da Ciência Moderna.
Neste cenário, muitas personalidades de peso desenvolveram novos e revolucionários conceitos. Também travaram muitas baltalhas, todas em defesa de uma nova sociedade, mais harmoniosa e íntegra, onde a espiritualidade seria vivenciada em todos os sentidos e seria reconhecida em todas as coisas.


Annie Besant foi uma das mais importantes revolucionárias dos séculos XIX e XX, pois esteve engajada em movimentos políticos, filosófios e religiosos. Na juventude se rebelou contra o marido, Frank Besant, que era um clérigo anglicano de ideais conservadores. Com ele teve um casal de filhos, mas pouco viveu com eles devido o divórcio e suas lutas políticas que resultaram na perda da guarda.
Besant discordava da moral vigente que impunha um comportamento restritivo à mulher. Possuía um forte senso de dever para com a sociedade e a percepção de um equilíbrio de forças, onde as mulheres seriam autônomas e independentes na mesma proporção dos homens. Além disso, defendia as classes menos favorecidas, como os trabalhadores rurais e os operários, a liberdade de pensamento, os direitos iguais, o controle de natalidade, entre tantas outras causas.
No jornal National Secular Society escrevia uma coluna semanal, onde expressava suas idéias de liberdade e reforma social. Foi esta a porta que lhe abriu oportunidades para proferir inúmeras palestras e conferências. Nesta fase Annie Besant viajava pela Inglaterra e logo tornou-se uma notável oradora.
Descendente de irlandeses e insatisfeita com a situação política-diplomática do Reino Unido, era militante de causas socialistas e contrária ao preconceito e intolerância étnica em voga. Em 13 de Novembro de 1887 houve uma manifestação de protesto de um grupo de esquerda, o Federal Radication, no qual Annie Besant estava presente para uma de suas palestras. O evento é conhecido como “Domingo Sangrento”, pois tormou-se palco para uma guerra entre policiais e civis, causando muitas mortes.
Uma das primeiras feministas da Idade Contemporânea, criou uma comissão que defendia os direitos das mulheres como o voto, o trabalho e a educação. Organizou greves, protestos e manifestações pacíficas; teve apoio de muitos militantes e teve êxito ao criar um sindicato em defesa desses direitos.
Grande questionadora da religião cristã, tinha interesse na mística e no esoterismo. Estudava profundamente as correntes filosóficas das escolas iniciáticas, seu maior objeto de estudo era a maçonaria. Conhecia muitos adeptos e através de sua influência acabou por fundar a Loja da Maçonaria Mista Internacional Le Droit Humain em 1902.






Em 1889, a Pall Mall Gazete convidou Annie Besant para escrever uma resenha sobre a Doutrina Secreta, em Paris, quando teve a oportunidade de entrevistar a então controversa figura de Madame Blavatsky. A partir deste momento Annie Besant passa a ser uma das maiores e mais influentes ocultistas do mundo.
Logo após tornar-se membro da Sociedade Teosófica, foi para a Índia e passou a se dedicar quase que exclusivamente à Teosofia, pois foi ativamente defensora da liberdade e do progresso da Índia. Com Charles Webster Leadbeater desenvolveu vários estudos relacionados ao universo, nos ramos da química, da matéria, das formas-pensamento e da clarividência.
Annie Besant fundou a Central Hindu College, onde os garotos viviam como monges e estudavam as escrituras hindus e ciência moderna. Alguns anos após, o local passou a ter stauts de univesidade.
Besant e Leadbeater conheceram Jiddu Krishnamurti em 1909, quando ele tinha apenas catorze anos. Acreditavam que ele seria um grande mestre de sabedoria espiritual e passaram a educá-lo e treiná-lo para que cumprisse sua missão. Compartilharam uma amizade longa e profunda, de elos estreitos, mesmo com divergências de pensamentos.
Krishnamurti considerava Annie Besant como uma mãe, uma função aceita por ela com satisfação, já que o rapaz perdera a mãe biológica aos dez anos, e ela, a guarda dos filhos. Mantiveram seua laços fortes e estreitos até 1933, ano em que Besant faleceu na Índia, em Adyar. Seu corpo foi cremado, conforme era seu desejo.

"Ensinamentos de Krishnamurti."







"A Verdade é uma terra sem caminho". O homem não chegará a ela através de organização alguma, de qualquer crença, de nenhum dogma, de nenhum sacerdote ou mesmo um ritual, e nem através do conhecimento filosófico ou da técnica psicológica. Ele tem que descobri-la através do espelho das relações, por meio de compreensão do conteúdo da sua própria mente, mediante a observação, e não pela análise ou dissecação introspectiva. O homem tem construído imagens em si próprio, como muros de segurança - imagens religiosas, políticas, pessoais. Estas se manifestam como símbolos, idéias, crenças. O peso dessas imagens domina o pensamento do homem, as suas relações e a sua vida diária. Tais imagens são as causas de nossos problemas, pois elas dividem os homens. A sua percepção da vida é formada pelos conceitos já estabelecidos em sua mente. O conteúdo de sua consciência é a sua consciência total. Este conteúdo é comum a toda humanidade. A individualidade é o nome, a forma e a cultura superficial que o homem adquire da tradição e do ambiente. A singularidade do homem não se acha na sua estrutura superficial, porém na completa libertação do conteúdo de sua consciência, comum a toda humanidade. Desse modo ele não é um indivíduo.
A liberdade não é uma reação, nem tampouco uma escolha. É pretensão do homem pensar ser livre porque pode escolher. Liberdade é observação pura, sem direção, sem medo de castigo ou recompensa. A liberdade não tem motivo: ela não se acha no fim da evolução do homem e sim, no primeiro passo de sua existência. Mediante a observação começamos a descobrir a falta de liberdade. A liberdade reside na percepção, sem escolha, de nossa existência, da nossa atividade cotidiana.
O pensamento é tempo. Ele nasce da experiência e do conhecimento, coisas inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do homem. Nossa ação baseia-se no conhecimento, portanto, no tempo, e desse modo, o homem é um eterno escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e, por conseguinte, vivemos em constantes conflito e numa luta sem fim. Não existe evolução psicológica.
Quando o homem se tornar consciente dos movimentos dos seus próprios pensamentos ele verá a divisão entre o pensador e o pensamento, entre o observador e a coisa observada, entre aquele que experimenta e a coisa experimentada. Ele descobrirá que esta divisão é uma ilusão. Só então haverá observação pura, significando isso percepção sem qualquer sombra do passado ou do tempo. Este vislumbre atemporal produz uma profunda e radical mutação em nossa mente.
A negação total é a essência do positivo. Quando há negação de todas aquelas coisas que o pensamento produz psicologicamente, só então existe o amor, que é compaixão e inteligência.
Esta exposição foi originalmente escrita pelo próprio Krishnamurti, em 21 de outubro de 1980, para ser publicada no livro."

Grandes Magos e Bruxos da historia da humanidade


Agripa






Heinrich Cornelius Agripa foi um mago que viveu na Renascença. Nascido Heinrich Cornelius, perto de Colônia, Alemanha, em 1486, ele adoptou o nome de Agripa em homenagem ao fundador de sua cidade natal. Trabalhou como médico, advogado, astrólogo e com curas através da fé. Mas fez tantos inimigos quanto amigos e foi acusado de feitiçaria. Em 1529, publicou um livro chamado Sobre a Filosofia Oculta, valendo-se de textos hebraicos e Gregos para argumentar que a melhor maneira de chegar a conhecer a Deus era por meio da magia. A Igreja declarou-o um herético e o prendeu. Morreu em 1535. Agripa foi uma das inspirações de Wolfgang Goethe para escrever a peça Fausto, na qual um homem de ciência faz um pacto com o diabo.

  
Os 3 Magos: Baltazar, Gaspar e Belchior 





São Mateus conta-nos como 3 magos e astrólogos do oriente, empreenderam uma enorme viagem em virtude das suas crenças místicas, viagem essa que ficaria para sempre inscrita na historia da humanidade. Inspirados por uma profecia que falava do nascimento do filho de Deus neste mundo, e guiados pelo sinal celestial que anunciava essa vinda de Cristo a este mundo, ( a estrela de Belém), os astrólogos, ( usando os cálculos da ciência astrológica), empreenderam uma longa peregrinação até ao local do nascimento de Jesus. Pelo caminho acabaram sendo contactados por Herodes, que astutamente procurou através deles saber a localização de Jesus para o assassinar. Ignorando as intenções de Herodes, conseguiram encontrar Jesus e testemunhando o seu nacimento, oferendaram-lhe presentes cheios de significado místico. Oferendaram ouro - que simboliza a luz do Sol, ou o espírito de um Deus - , assim como incenso -  que simboliza o mundo dos espíritos e o dom dos profetas - , bem como Mirra - que simboliza o reino dos mortos e a imortalidade. Logo nessas 3 oferendas, estavam simbolizados e profetizados os destinos de Jesus: 1- receber em si o espírito do filho de um Deus; 2- ter o dom de contactar com o mundo dos espíritos, conseguindo assim profetizar e operar milagres; 3- vencer a morte, alcançando a imortalidade.
Depois de ter realizado as oferendas, nessa mesma noite os 3 magos foram visitados por um anjo de Deus, que lhes pediu que abandonassem belém por um caminho discreto, a fim de escapar a Herodes e manter secreta a localização de Jesus. Os magos assim o fizeram, e seguindo a instrução do anjo, contribuíram para salvar a vida do menino Jesus ás mãos do sanguinário Herodes. Assim São Mateus revela um conjunto de informações interessantes. São Mateus descreve com Deus também faz a suas mensagens chegar aos homens através das estrelas. São Mateus tambem nos revela que os magos podem lidar com o mal, ( como lidaram com Herodes), para fazer o bem,( como o fizeram quando ocultaram a localização de Jesus). São Mateus tambem revela que aquele que opera as artes da Magia e da Astrologia, pode contactar com anjos e cumprir a missão de Deus, apesar de lidar com as forças do oculto. Os 3 magos, ficaram assim eternizados na historia da humanidade e são talvez os magos mais famosos do cristianismo.

  
Alberico Grunnion





Este nome deve ter sido inspirado pelo de Alberico, o poderoso bruxo do poema épico germânico Nibelungenlied (A Canção dos Nibelungos). O poema é um registro mítico de um evento histórico - a vitória dos hunos sobre o reino da Burgundia (hoje parte da França), em 1437d.C.


Aleister Crowley






(12 de outubro de 1875 –1 de dezembro de 1947) foi um controverso ocultista britânico, fundamentalmente conhecido pelo tarô que chama pelo seu nome. Mas muito mais que isso, Aleister foi o fundador da doutrina de Thelema. Conheceu Fernando Pessoa, comummente reconhecido como brilhante poeta, contudo outro grande astrólogo e ocultista.O trabalho de Crowley influenciou Paulo Coelho. Edward Alexander Crowley nasceu quase à meia-noite do dia 12 de outubro de 1875, em Warwickshire, Inglaterra, filho de um rico cervejeiro, membro fervoroso de uma seita cristã, das mais puritanas e que impunha á família toda a austeridade e o rigor de uma educação fundamentalmente religiosa. Aos quatro anos, Crowley lia a Bíblia e aos seis, era um exímio jogador de xadrez. Ingressou no Trinity College, onde aprendeu hebraico, grego e latim, demonstrando um elevado intelecto. Na mesma época, começou a interessar-se por ocultismo. Abandonou o colégio em 1898, ano em que foi admitido na Ordem Hermética do Amanhecer Dourado, onde foi iniciado em Magia Cerimonial e Cabala. Aleister publicou entretanto vários textos e poemas que foram considerados ofensivos e pornográficos. Essas publicações escandalosas, a sua vida sexual publicamente desregrada e a inveja provocado pela sua rápida ascensão da Aurora Dourada valeram-lhe muitos conflitos, antipatias e conflitos pessoais. Aleister adquiriu um apartamento em Londres usando o nome de Conde Vladmir Svaref, onde construiu um Templo. Diz a lenda, que certa noite, no Templo Negro, Aleister , envergando trajes cerimoniais, invocou espíritos utilizando o pentagrama mágico com seu círculo traçado no chão.Dizem que 316 demônios apareceram a Aleister. De todos os livros que entranto escreveu até 1911, destacou-se o Liber 333, que impressionou o líder da Ordo Templi Orientis (O.T.O.), na Alemanha, ordem que se auto-proclamava legítima herdeira dos Cavaleiros Templários. Crowley foi nomeado representante da OrdoTempli Orientis para os países de língua inglesa. Em 1920, fundou a Abadia de Thelema, na localidade de Cefalu, na Sicília, Itália. Em breve, suspeitas de actividades escandalosas e boatos sobre missas negras e orgias de sangue levaram a sua expulsão do local, por Mussolini, em 1923. Crowley não só envolveu-se com mulheres, mas também com diversos homens. Viveu com um dos seus colegas de universidade uma relação que ele mesmo reconheceu ser similar à de "marido e esposa", mas acabou optando pelo caminho da busca do conhecimento mágico em detrimento da amizade em questão. O envolvimento de Crowley com drogas deu-se, a princípio, por conta do consumo de morfina para fins terapêuticos, uma vez que ele sofria de asma. Incentivado por Alan Bennett passou a utilizar drogas para finalidades ritualísticas, uma dependência que apenas no fim da sua vida acabou por superar. Outro aspecto marcante de sua biografia refere-se à vida sentimental. Na sua vida existiram duas esposas oficiais e muitas amantes, as chamadas mulheres escarlates, todas elas parceiras de Crowley e sacerdotizas nas suas operações mágicas. Crowley utilizava as mulheres como médiuns, como ponte entre este mundo e o mundo dos espiritos. Dos seus filhos, somente a primeira, do primeiro casamento, sobreviveu. O seu nome era Nuit Ma Ahathoor Hecate Sappho Jezebel Lilith Crowley, um panteão que reúne alegorias representativas de Justiça, Amor, Beleza, Face Negra da Lua, Poetisa, Adoradora de Ba'al e Rainha dos Demônios e dos Mundos Infernais. Quando Crowley morreu, Lilith recusou o legado literário ocultista de seu pai. Entre outros epítetos, todos auto-atribuídos, Crowley foi chamado: Perdurabo (em latim, "Eu perdurarei até o fim"), Parzival, Baphomet , Deus est Homo, "O mago das mil faces", "A Grande Besta", ou ainda, como queriam seus detractores, "O homem mais perverso do mundo". De acordo com a filosofia thelêmica de Aleister, o ser humano possui uma condição divina, condição da qual foi afastado. Os gnósticos defendem que o homem foi afastado dessa condição pela encarnação, ou seja, desde o momento em que o homem foi forçado a encarnar num corpo físico. Ao contrário, Crowlley defende que o homem apenas foi afastado dessa condição por via da não-conscientização dessa natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de condicionalismos inibidores, dentre os quais podem-se citar o conceito de pecado enquanto restrição artificial dos impulsos naturais. Assim, cabia ao ser humano caminhar num processo de profunda auto-consciência, ate entrar em contacto com o mundo divino e assim reassumir a sua verdadeira natureza.Segundo Crowley um dos caminhos desta busca pelo auto-conhecimento passava pela experimentação dos próprios limites. Mas essa experimentação, que por muitos podia ser vista como mera libertinagem ou imoralidade Para Crowley, a Magia é «a arte e a ciência de causar Mudanças com o Desejo»



Alex Sanders





Alex Sanders nasceu a 6 de Junho de 1926 e faleceu a 30 de Abril de 1988. Sanders foi proclamado pelos seus seguidores como o «Rei das Bruxas».Alex Sanders nasceu em Inglaterra, e reza a lenda que ele foi iniciado nas artes da bruxaria pela sua avó. Diz-se que o episodio sucedeu quando Alex, ainda em criança, encontrou acidentalmente a sua avo no centro de um circulo magico, nua e praticando as suas artes esotericas. Há quem diga que foi nesse momento que a avó de Alex, apercebendo-se da sua presença, o acolheu no ritual e assim o iniciou nas artes da bruxaria. Alex Sanders estudou e trabalhou como analista quimico num laboratorio em Manchester, onde conheceu Doreen Valiente, uma colega de trabalho com quem viria a casar aos 21 anos. O casamento durou apenas 5 anos, e dele resultaram 2 filhos.Depois do divorcio, Alex Sanders começa a estudar e a particar Magia atraves do Caminho da Mao Esquerda, havendo lido os trabalho de Abramelim, o Mago.Nessa fase da sua vida, consta que Alex Sanders teve varios relacionamentos sexuais, tanto com homens como com mulheres. De alguma forma dizia-se que Alex Sanders tinha uma forma inexplicavel de atrair irresistivelmente pessoas que o sustentassem financeiramente. Ao longo dos seus estudos e no decorrer dos anos 60, Sanders chega a fundar directa ou indirectamente mais de 1.000 convens de bruxos e bruxas que seguiam fiel e atentamente o seu trabalho mistico. Por tudo isso, ele foi eleito pelos seus pares como o «Rei das Bruxas».Em 1967 Sanders casa-se com Maxine. Sanders conhecera Maxine no decorrer da decada de 60 e iniciou-a na bruxaria.Depois de casar, ambos dedicaram-se ao ensino da bruxaria.

  
Balaão





Personagem descrito na Torah Judaica ou Velho Testamento Cristão, em Números 22. Sobre Balaão sabe-se que foi consultado pelo Rei dos Moabitas, pois os Judeus tinham acampado em terras de Moabe, o que deixara o Rei muito apreensivo quanto ás intenções dos Hebreus. Temendo uma invasão ou uma ocupação dos seus teriitorios, o monarca contrata os serviços do mago Balaão, que mandou chamar para amaldiçoar os Israelitas. Apos ter recusado o trabalho de magia uma vez, mas confrontado com a imparável insistência do monarca, Balaão recebeu pela ultima vez os emissários do rei Balaque, e pediu que eles dormissem na sua morada e aguardassem uma resposta pela manhã, pois ele consultaria Deus. Balaão conversa com Deus e este ordena-lhe que não pronuncie o encantamento de maldição contra o povo de Israel. Balaão atendeu prontamente às ordens e mandou os emissários de volta ao Rei.Contudo, Balaque não desistiu e mandou outros emissários, reforçando o seu convite com promessas de grandes e o pagamento de elevadas recompensas financeiras. Balaão aceita então o convite, apenas para de cada vez que o rei encomenda uma maldição, Balaão transformar os pedidos de desgraça em bênção. Furioso, o rei pergunta porque motivo o mago estava fazendo o contrário daquilo para que estava sendo pago, e Balão respondeu que um mago apenas pode fazer o bem ou o mal com a autorização de Deus. Este mago, acaba sendo a justificação de todos os magos e foi inscrito na palavra de Deus.


  Circe




Da mitologia grega, feiticeira, filha do deus Hélio e da nereida Perseis. Vivia na ilha de Eéia, que possivelmente ficava na costa oeste da Itália. Com poções e encantamentos, Circe era capaz de transformar seres humanos em animais
 

Eliphas Lévi




(Alphonse Louis Constant, Zahed, 1810-1875) Esoterista, cabalista e autor francês. Chegou a ser diácono, porém foi expulso do seminário, devido ás suas tendências e condutas demasiadamente liberais, assim como por demonstrar um invulgar interesse pelas ciências ocultas. Foi iniciado da Societas Rosicruciana in Anglia. Esteve ligado e vários movimentos de natureza maçónica, onde chegou a mestre.



Fernando Pessoa



comummente reconhecido como brilhante poeta Portugues, contudo grande astrólogo e ocultista, do qual se diz ter previsto a data e hora da sua própria morte com infalível exactidão, tão infalível quanto a mesma previsão se veio a verificar. Há quem também defenda que todos os seus heterónimos foram criados com fundamento em ensinamentos cabalísticos, sendo que outros defendem que os mesmos heterónimos foram criados com base em processos espiritistas, sendo que na verdade os heterónimos de Fernando Pessoa eram pessoas que existiram de verdade e que eram espíritos consultados pelo poeta e sobre os quais Fernando Pessoa escreveu. Tanto uma como outra versão, defendem em uníssono que as personagens heterónimas de Fernando Pessoa possuíam um fundamento tão realista devido a serem espíritos que, na realidade, existiram mesmo e foram consultados pelo poeta. Fernando Pessoa possuía ligações com o ocultismo e o misticismo, salientando-se a Maçonaria e a Rosa-Cruz (embora não se conheça qualquer filiação concreta em Loja ou Fraternidade destas escolas de pensamento), havendo inclusive defendido publicamente as organizações iniciáticas, no Diário de Lisboa, de 4 de Fevereiro de 1935, contra ataques por parte da ditadura do Estado Novo. O seu poema hermético mais conhecido e apreciado entre os estudantes de esoterismo intitula-se "No Túmulo de Christian Rosenkreutz".Conheceu o famoso ocultista Aleister Crowley, assim como a maga alemã Miss Jaeger que passou a escrever cartas a Fernando assinando com um pseudônimo ocultista.



Francis Bacon





( 1561-1626) Filósofo, Jurisconsulto e Estadista inglês. Um dos fundadores do Método Experimental . Foi ao mesmo tempo, um importante ocultista, na figura de uma das principais figuras da Autêntica Ordem Rosa-cruz.


Franz Hartmann




(1838-1912) Ocultista, teosofista e médico alemão. Eminente membro da Santa Igreja Gnóstica da Alemanha. Depois de viajar pela Europa e a América, desenvolveu suas faculdades psíquicas com a paranormal Katie Wentworth. Depois, uniu-se com H.P. Blavatsky, de quem foi discípulo na Sociedade Teosófica. Em 1888 fundou na Alemanha a Ordem Rosa-cruz Esotérica,



Fulcanelli




Pseudônimo de um misterioso alquimista contemporâneo desaparecido depois da Liberação Francesa pós Segunda Guerra Mundial. Autor de importantes trabalhos alquímicos, publicados através de Eugene Canseliet, única pessoa que o conheceu pessoalmente.



Grosche




em 1926, Grosche fundou a ordem Fraternitas Saturni. A Fraternitas Saturni reconhece Aleister Crowley como um profeta e professa a Lei de Thelema de uma forma modificada. Diz-se que a Fraternitas Saturni ainda actua na Alemanha, Canadá e outros países. Este sistema é desenvolvido por uma fraternidade chamada "Fraternitas Saturni". Nesta ordem é praticado um sistema mágico denominado Magia Luciferiana. O sistema esotérico de Magia Luciferiana praticado na ordem que Grosche fundou foi beber ao sistema magico da ordem Ordo Templi Orientis ,(O.T.O.), sendo centraliza suas práticas em magia sexual e em magia ritualística. A diferença principal em relação a O.T.O. é que, enquanto esta busca a fusão do indivíduo com a energia criadora, elevando o individuo a um estado superior, a Fraternitas Saturni busca elevar o espírito humano não a um estado superior mas sim a uma permanente condição de Divindade, representada por Lúcifer.

Hengisto de Woodcroft




Este mago é ou recebeu seu nome em homenagem ao rei saxão da Inglaterra. O rei Hengisto e seu irmão Horsa - seus nomes vêm de palavras em alemão para "garanhão" e "cavalo" - chegaram à Inglaterra em 449a.C., com mercenários, para ajudar o rei Vortigern a derrotar a rebelião dos Pictos e dos Celtas da Escócia. No entanto, começaram sua própria rebelião. Hengisto fundou o reino de Kent. É provável que o nome Woodcroft seja simplesmente um dos que a J.K. descobriu num mapa e gostou. Em Peterborough, na Inglaterra, ao Norte de Kent, existe o Castelo Woodcroft, lugar famoso por seus assassinatos e fantasmas


John Dee




Viveu no Sec XVI/XVII, foi conselheiro particular da rainha Elizabeth I, e também exerceu varios ofícios cientificos: foi matemático , astrónomo, astrólogo, geógrafo. Contudo, John Dee ficaria famoso pelos seus trabalhos no campo da alquimia e do oculto. Ele foi um dos homens mais cultos e instruídos de seu tempo, e antes dos 30 anos já era professor na Universidade de Paris . Dee , de forma muito revolucionária, ( até para os dias de hoje), trabalhou tanto no mundo da ciência como na arte da magia. Dee, ultrapassando o pudor que os cientistas geralmente revelam relativamente ao mundo espiritual,  acreditava que tanto a ciência como a magia eram formas diferentes e validas de abordar e estudar a mesma realidade: toda a criação de Deus, desde o mundo terreno ás esferas celestiais. Este brilhante cientista estava profundamente imerso na filosofia hermética e na chamada magia angélica e devotou a última terça parte de sua vida quase que exclusivamente a este tipo de estudo. John Dee deu inicio a um processo mediúnico com a finalidade de contactar e falar com anjos através do uso de um "scryer" ou  um cristal, que agisse como um intermediário entre ele e os anjos. Dee teve sucesso nessa tentativa de comunicação, e segundo disse,  os anjos ditaram-lhe muitos livros que escreveu sobre o assunto. Segundo Dee, os anjos transmitiram-lhe uma  língua angélica que na falta de melhor palavra, ele denominou Enochiana. Dee sujeitou muitos voluntários ás suas sessões de comunicação com os anjos, contudo logo descobriu que este tipo de comunicação podia ser perigosa, pois muitas das pessoas que entraram em contacto com as esferas celestes através dos cristais , ou se fecharam nas suas casas para nunca mais sair, ou simplesmente enlouqueceram completamente. Aparentemente o elevado grau de consciência das entidades angélicas, pode afectar uma mente humana normal danificando-a. È no fundo um risco que este tipo de operação podia acarretar, pois colocar um espírito angélico em contacto directo com uma mente humana é como tentar enfiar um elefante por um buraco de uma agulha e a mente humana corria o risco de não sopurtar o grau de impacto advindo da assimilação de inteligências tão mais vastas. Dee assim descobriu que este tipo de comunicação apenas poderia ser praticada directamente por fortes médiuns e não por pessoas comuns.



Lilith Aquino




Patricia Sinclair adoptou o nome de Lilith Aquino depois de se casar com Michael Aquino, uma das altas figuras da Igreja de Satã, uma instituição fundada por Anton Szandor LaVey em 1966. Antes de entrar no culto de Lavey, Lilith Aquino foi modelo e depois de abandonar essa actividade, tornou-se proprietaria de uma livraria dedicada ao oculto. Depois disso ela ingressou na igreja de Satã e acabou assumindo um papel de elevado perfil no culto. Em 1975 ocorre uma cisão na igreja, e Lilith Aquino juntamente com Michael Aquino abandonam o culto o torna-se membro fundador do Templo de Set. Lilith Aquino casa com Michael e assume tambem o cargo co-Grande Mestre da Ordem do Vampiro, uma ordem pertencente ao Templo de Set.



Marie Leveau




Marie Laveau foi mais famosa rainha Vodu da America do Norte. Ela e a sua filha, Marie Laveau II, foram as figuras mais poderosas e influentes do mundo oculto em Nova Orleães durante os Séculos XIX e XX. Marie Levaeu ensinou a praticou a sua religião vodu, fazendo uso de poderes mágicos para tratar de assuntos de amor, questões sociais, assuntos de negócios, problemas com inimigos e questões sexuais. Marie Laveau era filha ilegítima de Charles Laveau e Marguerite Darcantrel, tendo nascido em Nova Orleães em 1794, e foi considerada uma mulher de cor livre. Marie não era negra, era uma bela mulata ou crioula, descendente de uma mistura de sangues negros, brancos e indianos. Marie Laveau casou-se aos 4 de Agosto de 1819 com Jacques Paris, um rico agricultor que era tembem um homem de cor livre.Eles viveram numa casa que era parte do dote de Charles Laveau, seu pai. Contudo,Paris acabou abandonando Marie e retornando a Saint Dominique. Marie Leveau ultrapassou o abalo, socialmente adoptou o titulo de viúva Paris e arranjou emprego como cabeleireira. Nessa profissão, trabalhou para as mais ricas mulheres, tanto brancas como crioulas de Nova Orleães. Não se pode negar que nessa altura, talvez tenha ficado a saber de alguns dos mais íntimos segredos da alta sociedade branca e crioula, o que a muito ajudou na sua carreira de sacerdotisa Vodu. Em 1826, Marie junta-se a Christopher Duminy de Clapion , que tal como o seu primeiro marido, era tembem de Saint Dominique. Embora nunca tenham casado, Marie teve 15 filhos deste relacionamento. Foi então que abandonou a carreira de cabeleireira, e dedicou-se inteiramente ao sacerdócio Vodu. Ela dedicou todos os seus esforços para ser a Rainha Vodu de Nova Orleães. Rapidamente circularam rumores de rituais vodu secretos, em que se adorava uma serpente chamada Zombie, e nos quais se praticavam danças, se realizavam orgias nas quais abundavam a bebida e o sexo. Tais rumores apenas atraíram ainda mais o numero de frequentadores dos cerimoniais Vodu. Curioso é que um terço, ( ou mais), dos adoradores desta religião eram brancos, que frequentavam os rituais e procuravam Marie desejosos de poder para reaver um amor perdido, para ter um novo amante, para levar uma nova mulher ao leito, para eliminar um sócio nos negócios, ou mesmo para destruir um inimigo. Em meados de 1830, haviam inúmeras rainhas vodu lutando entre si para serem a rainha do Vodu e assim ganharem controlo sob todo o movimento religioso da área. Mas Marie Laveau arrasou com toda a concorrencia. Uma das suas vantagens, era que Marie era Católica, e integrou vários elementos da religião crista nos seus rituais, o que lhe permitia apresentar espectaculares cerimoniais que conquistavam seguidores tanto entre negros, como entre crioulos, como entre brancos. Marie chegou mesmo a abrir as suas cerimonias ao publico. Marie também convidou inúmeras pessoas e instituições a assistir aos rituais, tendo-o feito com a imprensa, a policia, etc… Ela chegou mesmo a abrir portas a todos os sedentos de sensações proibidas, cobrando pelo acesso, o que tornou o Vodu bastante lucrativo pela primeira vez. Diz-se que o espírito empreendedor da Maria foi ainda mais longe, quando chegou a organizar rituais secretos onde se realizavam orgias para homens ricos que procuravam belas negras, voluptuosas crioulas e lindas mulatas. A seu tempo, o seu acesso aos mais íntimos segredos da alta sociedade conseguidos através das suas orgias, aliado á sua grande sabedoria mística e conhecimento sobre feitiços, em combinação com a sua grande beleza, reconhecida fogosidade e personalidade marcante, fizeram de Marie Leveau a mulher mais poderosa de Nova Orleães. Brancos de todas as classes procuravam a ajuda dela para todo o tipo de assuntos, enquanto que muitos na comunidade negra e crioula viam-na como uma líder. Juízes e políticos brancos chegaram a pagar-lhe mais de 1.000 Doláres, ( uma grande soma de dinheiro, na altura) , para ganhar eleições, enquanto que brancos de outras condições sociais mais modestas lhe pagavam 10 dolares por um pó de amor. Aos negros, ela ajudava livremente. Visitar Marie Laveau tornou-se moda, era «chique». Em 1869, aos 70 anos, Marie anunciou que se iria reformar. A sua filha, continuou a sua obra, sob o nome de Marie Laveau II, sendo que a seu tempo, a lenda da mãe e da filha de acabaram por misturar, um pouco devido á fenomenal semelhança física entre ambas. Foi a continuação de uma dinastia que a sua filha, Marie Laveau Clapion optou por fazer perpetuar de sua livre vontade, seguindo assim os passos da sua mãe.


Merlim




É considerado um dos mais sábios magos que já existiram, um bruxo-mestre. Dizem que foi conselheiro dos reis britânicos Vortigern, Uther Pendragon e Artur. Embora a lenda possa ter se baseado em alguém que tenha existido de fato, o Merlim que conhecemos é um personagem tirado da fantasia. Por exemplo, alguns dizem que foi ele quem colocou no lugar as pedras de Stonehenge. Outros dizem que ele possuía o dom da profecia porque vivia ao contrário, do futuro para o passado, e portanto já tinha visto o futuro. Merlim é mais conhecido como o mentor do rei Artur.



 Miriam, A Judia





Uma das mais famosas bruxas dos tempos antigos. Irmã de Moisés, dizia-se que fora instruída pelo próprio Deus. Muitos trabalhos importantes de alquimia são atribuídos a ela. Também conhecida pelo nome de Maria.



Morgana




Foi uma feiticeira poderosa da mitologia britânica, especialmente dotada nas artes da cura. Merlim foi seu tutor e, algumas vezes, é dito que ela era meia-irmã do rei Artur. Apesar disso, sempre rivalizou com Artur. De acordo com algumas lendas, ela viveu no Estreito de Messina

Nostradamus




Michel de Nostredame, mais conhecido sob o nome de Nostradamus, foi um Farmacêutico/ Medico da Renascença que praticava a astrologia e a alquimia (como muitos dos médicos do século XVI). Nasceu em 14 de dezembro de 1503 em Saint-Rémy-de-Provence; sofrendo de Epilepsia psíquica, de gota e de insuficiência cardíaca, morreu em 2 de julho de 1566 em Salon-de-Provence, vítima de um edema cárdio-pulmonar. Seus pais eram Jaumet (ou Jacques) de Nostredame e Reynière (ou Renée) de Saint-Rémy. Ele é o filho mais velho dos 8 filhos do casal. O nome Nostredame vem de seu bisavô judeu, que escolheu o nome de Pierre de Nostredame quando da sua conversão ao catolicismo. Ficou famoso por sua suposta capacidade de vidência. Escreveu um livro de centúrias, versos codificados que seriam previsões do futuro. As previsões de Nostradamus revelam eventos que viriam a suceder no futuro. Entre tais eventos, contam-se a previsão da vida e imperiod de Hitler, a 2ª guerra mundial, a vida e existência de Napoleão, a fundação dos Estados Unidos da América 500 anos antes da sua ocorrências, o assassinato de Kennendy, a existência de armas nucleares, de submarinos e helicópteros ou mesmo aviões a jacto, e diz-se mesmo, o atentado de 11 de Setembro bem como a 3ª guerra mundial. Até hoje, as previsões de Nostradamus tem-se verificado infalíveis. Nostradamus teve contactos com três reis de França (Henrique II, Francisco II e Carlos IX), graças a rainha Catarina de Médicis, esposa do primeiro e mãe dos seguintes. Nostradamus ganhou a preferência da rainha, pois previu com exactidão a morte do rei, assim como a morte e sobrevivência de todos os filhos da monarca, sem falhar em nenhuma circunstancia. Não fosse pela protecção da rainha, e Nostradamus teria sido condenado á fogueira pela Santa Inquisição, que defendia que toda a pratica adivinhatória era fruto de possessão demoníaca. Nostradamus frequentou o curso de Medicina, contudo não concluiu os seus estudos. Optou depois pela carreira de Farmacêutico / boticário, tendo sido razoavelmente bem sucedido nessa pratica. Nos tempos em que a peste negra atingiu a Europa, Nostradamus conseguiu bons resultados na luta contra a peste, em parte através da aplicação de praticas de higiene publica e técnicas de higiene pessoal. No entanto uma tragédia atingiu a vida de Nostradamus. O homem que tantos resultados tinha obtido ao lutar contra a peste, perdeu a sua esposa e filhos, que morreram da doença que infestou a Europa. Nostradamus ficou devastado. Prosseguiu com a sua vida, voltando a casar e tendo mais filhos. Casou novamente com segunda esposa, numa pequena cidade, com uma viúva de nome Anna Gemella, de quem teve seis filhos. Foi nessa altura que começou a escrever as suas Centúrias. Alcançou boa fama e muito dinheiro por publicar anualmente almanaques, o que fez por mais de dez anos, ganhando considerável fortuna. Os Almanaques da Nostradamus tinham muito de astrologia e continha, as previsões para os próximos tempos escritas em geral de forma corrente. Nostradamus ganhou fama e foi imensamente procurado por pessoas que procuravam as suas consultas, de forma a saber desde previsões sobre o tempo, ( para fins de agricultura), até previsões pessoais. Diz-se que a sua dor pela perda da sua primeira esposa e filhos, levou-o a aprofundar os conhecimentos esotéricos. Nostradamus trabalhava de dia dando consultas, e á noite, refugiava-se para praticar as suas artes esotéricas, das quais escorriam os conhecimentos que inscreveu nas suas profecias sobre o futuro. Nostradamus sempre defendeu que as suas profecias não se tratavam de eventos destinados a acontecer, mas antes de um aviso á humanidade, pois de ela mudasse o seu comportamento, os destinos previstos pelas suas visões poderiam ser alterados.



Papus




Gerard Anaclet Vincent Encausse, mais conhecido pelo pseudônimo de Papusnasceu em Corunha, a 13 de Julho de 1865, vindo a falecer em Paris, a 25 de Outubro de 1916. Foi um médico, escritor, ocultista, rosacrucianista, cabalista, e maçon. Fundou o martinismo moderno

Paracelso




Pseudônimo de Theophrastus Bombastus von Hohenheim (c. 1493-1541), médico e químico suíço. Recusou as crenças médicas de sua época, afirmando que as doenças se devem a agentes externos ao corpo e que poderiam ser combatidas por meio de substâncias químicas. Identificou as características de várias doenças, como o bócio e a sífilis, e usou ingredientes como o enxofre e o mercúrio para combatê-las

Ptolomeu




astrônomo e matemático, cujas teorias e explicações astronômicas dominaram o pensamento científico até o século XVI. Também é famoso por suas contribuições em matemática, ótica e geografia. A primeira e mais famosa obra de Ptolomeu é conhecida simplesmente como Almagesto. Ela propõe uma teoria geométrica para explicar matematicamente os movimentos e posições aparentes dos planetas, do Sol e da Lua

  

Salomão





filho do Rei David com Bate-Seba, tornou-se no terceiro rei de Israel (reino ainda unificado) e reinou durante quarenta anos. O nome Salomão ou Shlomô , que em hebraico deriva da raiz Shalon, que significa "paz", tem o significado de "Pacifico". Foi adicionalmente chamado de Jedidias pelo profeta Natã, nome que em hebraico significa "Amado de IHVH". (II Samuel 12:24, 25)Foi ele quem ordenou a construção do Templo de Jerusalém, também conhecido como o Templo de Salomão. Salomão notabilizou-se pela sua grande sabedoria, prosperidade e riquezas abundantes, bem como um longo reinado sem guerras. Salomão sucedeu a seu pai, David, no trono de Israel, em cerca de 997 a. C.. Depois de guiar o seu povo com grande sabedoria, e depois de construir o grande Templo de Jerusalém, ( do qual nos dias de hoje resta apenas um muro, chamado «muro das lamentações»), Salomão foi um grande praticante de magia negra. Há relatos que indicam que Salomão , no seu tempo, terá sido o rei mais rico á face da terra e que, ainda hoje e em termos comparativos, seria muito mais rico e poderoso que qualquer chefe de estado existente.Há quem afirme que a sua enorme fortuna advem do poder de Deus, enquanto que outros defendem que advem do seu profundo conhecimento de magia negra e demoniologia, sendo que teria sido do controlo sobre os demónios que Salomão ganhou a sua incomensurável riqueza. O Rei Salomão prestou culto e praticou artes magicas ligadas a Deuses que mais tarde vieram a ser classificados como demónios, tais como os Astarote (dos sidônios), Moloque (dos amonitas), e Camós (dos moabitas), aos quais edificou altares e santuários no Monte das Oliveiras. (I Reis 11:1,2; Neemias 13:26) Salomão prestou culto e praticou artes magicas relacionadas com Astarte, uma Deusa reconhecida pelos fenícios, sidónios, sumérios acádios, e mesmo egípcios e gregos. Os seus rituais desta deusa a que Salomão cedeu a sua devoção e artes de magia, eram multiplos, passando por ofertas corporais de teor sexual, libações, e também a adoração das suas imagens ou ídolos. O seu principal culto ocorria no equinócio da primavera e era altura de grandes celebrações à fertilidade e sexualidade. A sexualidade e o erotismo ligados á pratica do seu culto fazia dela uma deusa muito adorada entre os povos da altura, e o rei Salomão acabou por adorar esta deusa (1Reis 11:15), contrariando o seu Deus