segunda-feira, outubro 31, 2011

HALLOWEEN 2011 - CLUBE LITERÁRIO DE EXTREMA.....

             1º HOGWARTS EXTREMA FEST
                         05/11 - CLUBE LITERÁRIO DE EXTREMA

                                   INGRESSOS ANTECIPADOS: 
                                            AÇAÍ VILLA ROXA,
                                    SFINGES CABELEREIROS, 
                                 PAPELARIA COLEGIAL CHIC, 
                                         JATOBÁ ARTESANATOS

                                   R$3,00 + 1 KG DE ALIMENTO, 
                      EM PROL DO ORFANATO SÃO FRANCISCO

quinta-feira, outubro 27, 2011

1º HOGWARTS EXTREMA FEST

VAI SER MARAVILHOSO, MUITOS PRODUTOS, E MUITA DIVERSÃO!!!!!
AGUARDO VCS....RESERVA DE STANDS.....


INFORMAÇÕES: 35-9207-5988

domingo, outubro 09, 2011

QUE MUDANÇAS FÍSICAS QUE PODEMOS ESPERAR EM 2012?


CONSELHO DE SAINT GERMAIN

Quando vocês dizem: "EU SOU a Poderosa Chama Violeta!", o que vocês imaginam em seguida? Vocês se veem realmente inundados, envolvidos em um Pilar da Poderosa Luz Violeta? Vocês se tornam isso nesse momento, se realmente se concentrarem! Não podem simplesmente dizer essas palavras da "boca para fora", mas sim precisam direcionar toda a sua atenção para isso! Portanto, prestem atenção no que eu digo: EU SOU um Pilar do Fogo Violeta... Então, deem a essa poderosa corrente ardente e transformadora a tarefa que deve ser cumprida, como está em seus apelos. E se vocês se concentrarem o suficiente, então irá acontecer o que vocês dizem!

Amados amigos, acreditem, algo acontece somente quando dizem seus apelos e realmente se concentram no que está sendo dito. Eu gostaria de dizer isso a vocês, pois vejo constantemente que a reunião para se fazer os apelos está ficando um pouco em segundo plano para muitos de vocês. E quando colocam o Serviço de Luz em um nível secundário e não prioritário, vocês desperdiçam suas energias em coisas supérfluas, e essas energias depois não podem ser usadas realmente para o que se espera delas!

Por isso, observem mais uma vez, quando fazem seus apelos, se estão realmente presentes com sua consciência plena, para visualizar as Forças de Luz entrando em ação, em conformidade com o que vocês dizem.

Amados amigos, isso não foi uma crítica, mas somente um conselho, para que tomem ainda mais cuidado ao dizer seus apelos, para que estejam presentes conscientemente. Então, o efeito será invencível, e tudo o que vocês falarem irá acontecer. Nós também vemos, hoje, que muitas Forças do Bem foram colocadas em movimento, o que realmente propiciará a remoção aos poucos do carma de vocês. Continuem fazendo isso, ainda melhor do que antes, e então uma enorme bênção será gerada.

Amigos, cada um deve realmente imaginar o que ocorre quando se faz um apelo, porque isso é importante, e seria um desperdício de tempo não dispor sua atenção total neste momento. Ainda é possível notar em cada aluno alguns pequenos e breves lapsos de distração, mas isso é provavelmente uma característica de vocês, crianças humanas, que nem sempre se mantêm naquilo que planejam. Mas, se vocês fizerem antes um apelo pedindo pela Força da Concentração, então tudo irá melhorar.

Meus amigos, este foi um conselho de seu Amigo,

SAINT GERMAIN

DEUSES GREGOS



Na concepção greco-romana, os imortais classificavam-se em: Divindades primordiais, superiores, siderais, dos ventos, das águas e alegóricas. Abaixo listarei os deuses utilizando a mesma concepção.


Divindades Primordiais:



Geia - Mãe de todos os seres, personificação da terra. Surgiu do Caos e gerou Urano, os Montes, o Mar, os Titãs, os Centímanos (Hecatonquiros), os Gigantes, as Erínies, etc. O mito de Géia provávelmente começou como uma veneração neolítica da terra-mãe antes da invasão Indo-Européia que posteriormente se tornou a civilização Helenística.

Urano - O primeiro rei do Universo, segundo Hesíodo (céu estrelado). Casou-se com Géia, da qual teve os Titãs, as Titânidas, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Urano, por ódio, lançou no Tártaro os Ciclopes e os Hecatonquiros, Géia porém deu uma foice aos Titãs para que se vingassem. Cronos, o mais audacioso deles, castrou Urano e tornou-se o senhor do universo!

Cronos - Filho de Urano e Géia. O mais jovem dos Titãs. Se tornou senhor do céu castrando o pai. Casou com Réia, e teve Héstia, Deméter, Hera, Ades e Poseidon. Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca. Mais tarde Zeus voltou, deu ao pai um remédio que o fez vomitar os filhos, e logo depois o destronou e baniu-o no tártaro. Cronos escapou e fugiu para a Itália onde reinou sobre o nome de Saturno. Este período no qual reinou foi chamado de "A era de ouro terrestre".

Ciclopes - Arges, Brontes e Estéropes. Pertenciam a raça dos gigantes. Forjavam os raios e os trovões para Zeus. Teriam sido mortos por Apolo para vingar a morte de Asclépio. Segundo Homero, porém, teria sido um povo de gigantes rudes, fortes, indiferentes às divindades, dedicados ao pastoreio.

Hecantoquiros (ou Centimanos) - Briareu, Coto e Giges. Gigantes de cem braços e cinqüenta cabeças. Tendo hostilizado o pai, este os mandou pra horríveis cavernas nas vísceras da terra. Participaram da rebellião contra Urano. Quando Cronos tomou o poder, os aprisionou no tártaro. Libertados por Zeus, lutaram contra as titãs. Com a habilidade de arremeçar cem pedras de uma vez venceram os titãs. Briareus era guarda-costas de Zeus.

Titãs - Oceano, Hipérion, Japeto, Céos, Créos e Cronos.

Titanidas - Téia, Réia, Têmis, Mnemôsine, Febe e Téis.

Zeus - O deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia aos fenômenos atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens, comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o trovão e lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para fecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos deuses, por que, apesar de ser o caçula de sua divina família, tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quais era o chefe reconhecido por todos. Tinha o supremo governo do mundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas. Depois de ter destronado o sei pai, dividiu com seus irmãos o domínio do mundo. Morava no Olimpo, quando sacudia a égide, o escudo formidável que lançava relâmpagos explodia a procela. Casou-se com Hera, porém teve muitos amores.

Hera - Irmã e esposa de Zeus, a mais excelsa das deusas. A Ilíada a representa como orgulhosa, obstinada, ciumenta e rixosa. Odiava sobretudo Héracles, que procurou diversas vezes matar. Na guerra de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de Páris, ajudou os gregos.

Hestia - Deusa do fogo e da lareira.

Demeter - É a maior das divindades gregas ligadas à terra produtora; seu nome significa Terra-mãe. De Zeus teve Perséfone, que foi raptada por Hades. Enraivecida, fez com que a terra se tornasse árida. Zeus, para aplacá-la, obteve de Hades que Perséfone permanecesse quatro meses nos Infernos, junto com o marido, e oito meses ao lado de sua mãe. O seu mito em relação a Perséfone teve lugar nos mistérios eleusinos.

Apolo - Filho de Zeus e de Leto, também chamado Febo, irmão gêmeo de Ártemis, nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha de Delos. É o deus radiante, o deus da luz benéfica. A lenda mostra-nos Apolo, ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e matando-o, e contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos, matando-a também. Apolo é porém, também concebido como divindade maléfica, executora de vinganças. Em contraposição, como dá a morte, dá também a vida: é médico, deus da saúde, amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da música e da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os rebanhos.

Artemis - Deusas da caça, filha de Zeus e Leto, irmã gêmea de Apolo. Representava a mais luminosa encarnação da pureza feminina. Eram-lhe oferecidos sacrifícios humanos em tempos antiquíssimos. Deusa da Lua, declinava-se, circundada por suas ninfas, vagar de dia pelos bosques à caça de feras, à noite, porém, com o seu pálido raio, mostrava o caminho aos viajores. Quando a Lua, escondida pelas nuvens, tornava-se ameaçadora e incutia medo nos homens, tomava o nome de Hécate.

Atena - Surgiu toda armada do cérebro de Zeus, depois de ter ele engolido seu primeira esposa Métis. Era o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes domésticas e uma das divindades mais veneradas. Um esplêndido templo, o Partenon, surgia em sua honra na Acrópole de Atenas, a cidade que lhe era particularmente consagrada. Obra maravilhosa de Ictino e de Calícrates, o Partenon continha uma colossal estátua de ouro dessa deusa, de autoria do famoso escultor Fídias.

Hermes - Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte Ciline, na Arcádia. Lodo que nasceu, fugiu do berço e roubou cinqüenta novilhas do rebanho de Apolo, em seguida, com a casca de uma tartaruga, construiu a primeira lira e com o som deste instrumento aplacou Apolo, enfurecido pelo furto; esse deus acabou por deixar-lhe as novilhas e deu-lhe o caduceu, a vara de ouro, símbolo da paz, n troca da lira. Zeus deu-lhe o encargo de levar os mortos a Hades, daí o epíteto de Psicompompo. Inventou, além da lira, as letras e os algarismos, fundou os ritos religiosos e introduziu a cultura da oliveira. Deus dos Sonhos, eram lhe oferecidos sacrifícios de porcos, cordeiros, cabritos... Seus atributos eram a prudência e a esperteza. Livrou Ares das correntes dos Aloídas, levou Príamo à tenda de Aquiles e matou Argos, guarda de Io. Era representado com um jovem ágil e vigoroso, com duas pequenas asas nos pés, um chapéu de abas largas na cabeça e o caduceu nas mãos.

Afrodite - A deusa mais popular do Olimpo grego, símbolo do amor e da beleza. Filha de Zeus e de Díone ou, segundo outra versão, nascida da espuma do mar na ilha de Chipre. Acompanhavam-na as Horas, as Graças e as outras divindades personificadoras do amor. Era esposa de Hefesto, porém amou Ares, Hermes, Dioniso, Poseidon e Anquises. Por seus amores com Ares, foi considerada também como divindade guerreira. A sede mais antiga de seu culto era a ilha de Chipre.

Hefesto - Deus do fogo, filho de Zeus e Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e, precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles, foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como companheiros de trabalho.

Hades - Senhor do reino subterrâneo. Acreditava-se que, com seu carro, viesse ao mundo para buscar as almas dos mortos. Possuía um capacete que o tornava invisível. Somente Hades tinha o poder de restituir a vida de um homem, porém, utilizou-se desse poder pouquíssimas vezes e, assim mesmo, a pedido da esposa. Era o deus das riquezas porque dominava nas profundezas da terra, de onde mandava prosperidade e fertilidade; era considerado um deus benéfico.

Poseidon - Depois que os Titãs foram derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-lhe a senhoria do mar e de todas as divindades marinhas. Tinha um palácio nas profundezas do mar, onde morava com sua esposa Anfiritre e seu filho Tritão. Sua arma era o tridente, com o qual levantava as ondas fragorosas, que engoliam as naus, e fazia estremecer o solo ou desperdiçar os recifes. Odiava Ulisses, por ele ter cegado o Ciclope Polifemo, seu filho. Foi inimigo de Tróia, depois que seu rei Laomendonte lhe negou a compensação pela construção das muralhas da cidade, ocasião em que mandou um monstro marinho para devorar Hesíon, filha do rei, que Héracles matou. Teve com Zeus, numerosos amores, todavia enquanto os filhos de Zeus eram heróis benfeitores, os de Poseidon eram geralmente gigantes malfazejos e violentos.

Ares - Deus da guerra, filho de Zeus e de Hera. Deleitava-se com a guerra pelo sei lado mais brutal, qual seja a carnificina e o derramamento de sangue. Inimigo da serena luz solar e da calmaria atmosférica, ávido de desordem e de luta. Ares era detestado pelos outros deuses, o próprio Zeus o odiava. Tinha como companheiros nas lutas Éris, a discórdia; Deimos e Fobos, o espanto e o terror, e Ênio, a deusa da carnificina na guerra. Amou Afrodite, da qual teve Harmonia, Eros, Anteros, Deimos e Fobos.

Dioniso - Filho de Zeus e de Sêmele, deus do vinho e do delírio místico. Em sentido mais geral, representava aquela energia da natureza que, por efeito do calor e da umidade, amadurece os frutos; era, pois, uma divindade benéfica. De todas as divindades, era a que mais aproximava dos homens. Teve um nascimento milagroso, com efeito, morrendo-lhe a mãe antes que tivesse o necessário desenvolvimento, foi recolhido pelo pai que o costurou numa de suas coxas e aí o conservou até que o garoto pudesse enfrentar a vida. Dioniso demonstrou muito cedo sua origem, divina: crescia livre, amante da caça e possuía o estranho poder de amansar as feras mais ferozes. Um dia, criou a videira e quis dar o vinho a todos os homens; para esse fim, empreendeu numa longa viagem, através de todas as terras, seguido por um cortejo de ninfas, sátiros, bacantes e silenos. Por onde passavam, os homens tornavam-se felizes. Na Frígia, concedeu ao rei Midas a faculdade de poder transformar em ouro tudo que tocasse. Na Trácia, o rei Licurgo tentou dispersas a comitiva: Dioniso indignado, cegou-o. Em Delos, concedeu às filhas do rei Ânio o poder de mudar a água em vinho. Casou-se com Ariadne, depois que esta foi abandonada por Teseu; as núpcias foram celebradas com suntuosidade e o casal subiu ao Olimpo sobre um carro puxado por panteras.

Divindades Siderais:

Helios - Filho de Hipérion e de Téia, titã por excelência, irmão de Selene e de Éos, personificação do Sol. Surgia todas as manhãs do Oceano para conduzir o carro do Sol, puxado por cavalos que expeliam fogo pelas narinas. Penetrava com seus raios em todos os juramentos. Mais tarde foi confundido com Apolo. O Colosso de Rodes foi uma estátua lhe consagrada.

Selene - Deusa da Lua, irmã de Helios e Éos, da família dos Titãs. Era uma linda deusa, de braços brancos, com longas asas, que percorria o céu sobre um carro para levar aos homens a sua plácida luz. Amou Endimião e foi, posteriormente, identificada com Ártemis.

Eos - Deusa que anunciava o dia. Era representada sobre o carro da luz, guiando os cavalos, com uma tocha na mão. Divindades dos Ventos:

Boreas - Filho de Astreu e de Éos, deus dos ventos do norte, morava na Trácia. Pertencia à raça dos Titãs e era irmão de Zéfiro, Euro e Noto. Raptou Orítia, com a qual casou e que lhe deu os filhos Cálais e Zetes.

Zefiro - Vento que sopra do Poente, anunciador da primavera e venerado como deus benéfico.

Euro - Vento que sopra do Oriente, dependente de Éolo.

Noto - O vento do Sul.

Eolo - Rei dos ventos, às vezes identificado com o filho de Poseidon e Arne. Morador das ilhas Eólias, acolheu amigavelmente Ulisses e seus companheiros e deu-lhes um odre em que estavam encerrados todos os ventos contrários à navegação Ítaca. Os companheiros de Ulisses, por curiosidade, abriram-no e os ventos desencadearam uma terrível tempestade que causou o naufrágio de quase toda a frota. Divindades das Aguas

Oceano - O mais velho dos Titãs, marido de Tétis, pai de todos os rios e das Oceânides. Era a personificação da água que envolve o mundo.

Nereu - Velho deus marinho, filho do Ponto e de Géia. tinha o dom da profecia e a faculdade de tomar várias formas. Era representado com os cabelos, sobrancelhas, queixo e peito cobertos por juncos marinhos e por folhas de plantas similares.

Proteu - Pastor das focas de Poseidon. Morava numa ilha próxima ao Egito e tinha o poder de metamorfosear-se em todas as formas que desejasse, não só de animais, mas também de plantas e de elementos, com a água e o fogo. Segundo Eurípedes, Proteu foi rei da ilha de Faros e, casando-se com Psâmate, teve os filhos Idoteu e Teoclímenes.

Ninfas - Filhas de Zeus, representavam as forças elementares da natureza. Moravam nos montes, nos bosques, nas fontes, nos rios, nas grutas, das quais eram potências benéficas. Viviam livres e independentes, plantavam árvores e eram de grande utilidade aos homems. Dividiam-se em Oceânides, Nereidas, Náiades, Oréades, Napéias, Alseidas, Dríades e Hamadríades.

Texto retirado da Internet





CONDE SAINT GERMAIN

Conde Saint Germain

Há uma grande quantidade de testemunhos sobre a existência atual do Conde de Saint Germain.
Começemos pelo encontro que o famosíssimo e sério escritor Giovanni Papini teve com o Conde em 15 de Fevereiro de 1939, a bordo do navio "Prince of Wales", durante uma viagem pelo Oceano Índico, rumo à India. Esse encontro está documentado no livro "Gog" de Giovanni Papini com as seguintes palavras:
"Conheci estes dias o famoso Conde de Saint Germain. É um cavalheiro muito sério, de estatura mediana, de aparência robusta e vestido com refinada simplicidade. Não parece ter mais de cincoenta anos de idade".
"Nos primeiros dias da travessia não se aproximava e não falava com ninguém. Uma noite em que me encontrava só na cobertura e olhava as luzes de Massaua, apareceu de improviso junto a mim e me saudou. Quando me disse seu nome acreditei que se tratava de um descendente daquele conde de Saint Germain que ficou famoso no século XVIII por seus mistérios e com a lenda de sua longevidade. Há pouco tempo havia lido num magazine, um artigo sobre o conde "imortal" e por sorte não fui colhido de surpresa. O Conde mostrou satisfação ao saber que eu conhecia algo daquela história e se decidiu a fazer-me a grande confidência".
- Nunca tive filhos e não tenho descendentes. Sou aquele mesmo, se você acredita, que foi conhecido no século XVIII com o nome de Conde de Saint-Germain. Você deve ter lido que alguns biógrafos "me fazem morrer" em 1784, no castelo de Eckendoerde, no ducado de Achleswing. Porém existem documentos que provam que fui recebido em 1786 pelo imperador da Rússia. A condessa de Adhémar me encontrou em 1789 em Paris, na igreja de Recoletos. Em 1821 tive uma demorada conversação com o conde de Chalons na praça de São Marcos em Veneza. Um inglês de nome Vandam, me conheceu em 1847. Em 1869 começou minha relação com Annie Besant. A senhora Oakley tentou em vão encontrar-me em 1900, porém, conhecendo o caráter dessa boa senhora, consegui evitá-la. Encontrei alguns anos depois o sr.Leadbeater, que fez de mim uma descrição um pouco fantástica, porém no fundo, bastante fiel. Depois de uns sessenta anos de ausência, quis voltar a ver a velha Europa: agora regresso à India, onde se encontram meus melhores amigos. Na Europa de hoje, dessangrada e enlouquecida pela guerra, não há nada que fazer.
- Porém, se as notícias que eu tenho são exatas, em 1784, na época da sua presumida morte, você já tinha mais de cem anos...
- O Conde sorriu docemente.
- Os homens - respondeu - são muito desmemoriados e infantis para orientarem-se na cronologia. Cem anos, para eles, é um prodígio, um portento. Na antiguidade, e inclusive na Idade Média ainda se recordava algumas verdades, que a orgulhosa ignorância científica se esqueceu. Uma destas verdades é que nem todos os homens são mortais. A maioria morre depois de setenta ou cem anos; um pequeno número segue vivendo indefinidamente. Dentro deste ponto de vista, os homens se dividem em duas classes: a imensa plebe dos extinguidos e a reduzidíssima aristocracia dos "desaparecidos". Eu pertenço a essa pequena elite e em 1784 já havia vivido não um século, mas vários.
- Então você é um imortal?
- Não disse isto. É necessário distinguir imortalidade de imortalidade. As religiões sabem há milhares de anos que os homens são imortais, quer dizer, que começam uma segunda vida depois da morte. A um pequeno número destes está reservada uma vida terrestre tão longa que aos vulgos lhes parecem imortais. Porém, assim como nascemos num momento dado do tempo, é bastante provável que mais cedo ou mais tarde também deveremos morrer. A única diferença é esta; que nossa existência se mede por séculos e não por anos. Morrer aos setenta anos ou morrer aos setecentos anos não é uma diferença tão milagrosa para quem reflete sobre a realidade do tempo.
Se vossos semelhantes conhecessem melhor a história, não estranhariam certas afirmações. Em todos os países do mundo, antiguíssimos e modernos, há uma firme crença de que alguns homens não morreram, mas sim foram "arrebatados", isto é, desaparecem sem que se possa encontrar seu corpo. Estes seguem vivendo escondidos e incógnitas, ou talvez adormeceram e podem despertar e voltar de um momento a outro. Na Alemanha, próximo de Salsburgo, se espera há séculos, aparentemente adormecido, Carlos Magno; o Kyfhauser, onde se refugiou esperando Frederico Barbaroxa; e o Sudermerberg que ainda hospeda a Enrique o assassino. Na India dirão que Sahib, o chefe da sublevação de 1857, desaparecido sem deixar rastro no Nepal, ainda vive escondido no Himalaya. Os antigos hebreus sabiam que evitaram que o patriarca Enoch morresse. Esperou-se durante séculos que Alexandre Magno reaparecesse na Ásia, como Amilcar, desaparecido na batalha de Panormo e foi esperado pelos cartagineses. Nero desapareceu, sem submeter-se a morte. E todos sabem que os britânicos não acreditaram nunca na morte do rei Arhur, nem os Godos na de Teodorico, nem os daneses na de Holger Danske; nem os portugueses na do rei Sebastião, nem os suecos na do rei Carlos XII, nem os sérvios na de Kraljevic Marco.
Todos estes monarcas se encontram adormecidos e escondidos, porém devem voltar. Ainda hoje os mongóis esperam o regresso de Gengis Kan.
Uma interpretação plausível de certos versículos do Evangelho fez crêr milhões de cristãos que São João nunca morreu, mas sim que vive ainda entre nós. Em 1793, o famoso Lavater estava seguro de havê-lo encontrado em Copenhaguen. Porém bastaria o exemplo clássico do Judeu Errante, que sobre o nome de Ahas Verus ou de Butadeo, foi reconhecido em diversos países e em diversos séculos e que conta atualmente mais de mil novecentos e oitenta anos. Todas estas tradições, independentes uma das outras, provam que o gênero humano tem segurança ou ao menos pressentimento de que há verdadeiramente homens que sobrepassam muito o curso ordinário da vida e eu, que sou um destes, posso afirmar com autoridade que esta crença corresponde a verdade. Se todos os homens desfrutassem dessa longevidade fabulosa, a vida se faria impossível, porém é necessário que alguns de quando em quando, permaneçam: somos, em certo modo, os notários estáveis do transitório.
- Sou indiscreto e lhe pergunto. Quais são suas impressões como imortal?
- Não imagine que a nossa sorte seja digna de inveja. Nada disso. Na minha lenda diz-se que conheci a Pilatos e que assisti a Crucificação. É uma mentira grosseira. Nunca alardiei essas coisas que não são verdade. Todavia, há poucos meses completei quinhentos anos de idade. Portanto, nasci em princípios dos anos quatrocentos, em tempo de conhecer bastante a Cristóvam Colombo. Porém não posso agora contar minha vida. O único século no qual frequentei mais a sociedade, como você sabe, foi o dezoito e posso lamentá-lo. Porém ordinariamente vivo em solidão e não gosto de falar de mim. Experimentei nestes cinco séculos muitas satisfações e em especial não faltou alimento para a minha curiosidade. Vi o mundo mudar de cara; pude ver no curso de uma só vida a Lutero e a Napoleão, Luis XIV e Bismarck, Leonardo e Beethoven, Miguelangelo e Goethe. E talvez por isso me livrei das superstições dos grandes homens .Porém estas vantagens custaram um preço muito alto. Depois de um par de séculos, um tédio incurável se apodera dos desventurados imortais. O mundo é monótomo, os homens não ensinam nada, e em cada geração se cai nos mesmos erros e horrores; os acontecimentos não se repetem, mas se parecem; o que me faltava para saber, tive bastante tempo para aprendê-lo. Terminam as novidades, as surpresas, as revelações. Posso confessar a você, agora que só nos escuta o Mar Vermelho: minha imortalidade me causa aborrecimento. A terra já não tem segredos para mim, e já não tenho confiança em meus semelhantes. E repito com gosto as palavras de Hamlet, que ouví pela primeira vez em Londres em 1594: "O homem não me causa nenhum prazer e a mulher muito menos.
O conde de Saint Germain pareceu-me esgotado,como se por momentos fosse tornando velho. Permaneceu em silêncio por mais de um quarto de hora contemplando o mar tenebroso, o céu estrelado.
- Dispense me - disse finalmente - se meus discursos te aborreceram. Os velhos quando começam a falar, são insuportáveis.
Até Bombaim, o conde de Saint Germain não voltou a dirigir-me a palavra, apesar de que tentei várias vezes iniciar uma conversação com ele. No momento de desembarcar saudou-me cortesmente e o vi afastar-se com tres velhos hindús que se encontravam o esperando no cais.
Em outra obra muito famosa se afirma:
A existência histórica do conde se iniciou em Londres no ano de 1743. Lá pelo ano de 1745 teve certas fricções com a Justiça, pois era suspeito de espionagem. Horace Walpole fez esta observação a respeito: Está aqui há dois anos e não quer revelar quem é nem qual é sua origem se bem que confessa que utiliza um nome falso. Descrevia o conde como um homem de estatura mediana, rondando os quarenta e cinco anos, muito amável e conversador. Sabe-se que Saint Germain era um pseudônimo, porque ele mesmo disse em certa ocasião ao seu protetor,o "landgrave de Hese:
- Chamo-me Sanctus Germanus, o irmão santo.
Também se sabe que depois de passar vários anos na Alemanha, em 1758, se apresentou na corte de Luis XV. Madame de Pompadour deixou-nos uma descrição de Saint Germain: O conde parecia um cinquentão; tinha um ar fino, espiritual, vestia-se simplesmente, porém com gosto. Nos seus dedos brilhavam formosos diamantes, a tabaqueira e o relógio. Aquele forasteiro, aquele desconhecido cujo título de nobreza era muito duvidoso e cujo nome parecia incerto, de alguma forma soube abrir caminho para entrar no círculo íntimo de Luiz XV, quem lhe concedeu várias audiências privadas. E essa ascendência sobre o rei foi o que irritou sobremaneira o Ministro Choiseul e o que provocou o exílio e desgraça de Saint Germain. Finalmente se sabe que o conde passou a última época da sua vida no castelo de Landgrave de Hese, onde, segundo se diz, morreu em 27 de Fevereiro de 1784. Todavia, observamos que essa "morte" se sucedeu durante uma das raras ausências do Landgrave, ocasiões em que somente rodeavam o conde umas quantas mulheres facilmente subornáveis.
Se conhece sua história entre os anos 1743 e 1784. Pois bem, busquemos agora os testemunhos de pessoas fidedignas que o conheceram antes ou depois dessas datas limite. A condessa de Gergy, embaixadora da França próxima do estado veneziano, nos dá o primeiro informe. Viu a Saint Germain na casa de Madame Pompadour e, aparentemente ficou estupefata. Segundo suas próprias manifestações, recordou haver conhecido em Veneza lá pelo ano de 1700, a um aristocráta extrangeiro cuja semelhança com o conde Saint Germain era assombrosa, apesar de que tinha outro nome. Ela lhe perguntou se não seria seu pai ou outro familiar próximo.
- Não Madame - respondeu o conde com grande calma - Perdi meu pai há muito tempo. Porém vivi em Veneza entre o final do século passado e princípios deste. Por certo que tive a honra de fazer a corte, e você pode encontrar algumas canções populares compostas por mim e que ambos costumavamos cantar juntos.
- Perdoai minha franqueza, porém isso não é possível. Aquele conde de Saint Germain tinha então, quarenta e cinco anos, e você essa idade agora.
- Madame - respondeu sorrindo o conde - eu sou muito velho.
- Mas de acordo com esses cálculos você tem agora quase cem anos.
- Isso não é impossível.
Então, o conde enumerou ante a Madame de Gergy uma infinidade de detalhes relacionados com a estancia de ambos no estado de Veneza. E se tivesse alguma dúvida, se ofereceu a recordar-lhe certas circunstâncias, certas observações, etc.
- Não, não - lhe interrompeu apressadamente a embaixadora anciã - você já me convenceu completamente; porém você é um "diabo realmente extraordinário" (Citado por Touchard Lafosse em Croniques de l’oeil de Bouef)
Lá pelo ano de 1785 encontramos uma nova intervenção do conde, que não parece deixar dúvidas. O ano seguinte a sua morte oficial participou da convenção maçônica de Paris celebrada em 15 de Fevereiro de 1785.
Há outra pessoa cuja afirmação de haver conhecido o conde Saint Germain não se pode por em dúvida. Se trata de Wellesley Tudor Pole, viajante e industrial a quem lhe foi conferida a Ordem do Império Britânico e foi um acreditado estudioso de arqueologia, fundador da Big Ben Silent Minute Observance, presidente do Chalice Well Trust de Glastonbury e governador da "Glaston Torn School for Boys."
Em seu livro The Silent Road, Tudor Pole descreve um extranho encontro enquanto viajava no Orient Express. Era a primavera de 1938, e se dirigia a Constantinopla, lendo o Inferno de Dante.
Numa parada na Bulgária, Tudor Pole olhou pela janela e viu um homem de idade mediana, bem vestido e adornado, que caminhava sobre a neve, na plataforma da via férrea. O homem sorriu e saudou com a cabeça ao surpreendido viajante inglês. O trem partiu e logo entrou no túnel, porém o vagão de Tudor Pole seguiu com as luzes apagadas. Quando o trem saiu do túnel, o desconhecido estava sentado no lado oposto. Então viu a obra de Dante que Tudor Pole estava lendo e iniciou uma fascinante conversação sobre o problema do céu e o inferno e o enigma do nosso atual estado de existência.
Tudor Pole disse que seu companheiro de viagem falava com impecável sotaque, porém evidentemente não era inglês. Algo sugeria que ele poderia ser muito bem húngaro. Convidou o desconhecido a comer com ele, o qual replicou surpreendentemente que não comia manjares.
Um pouco atrapalhado e compreendendo que aquele homem não era um viajante comum, Tudor Pole se dirigiu ao carro restaurante. Quando voltou, uma hora mais tarde, seu misterioso visitante se havia ido.
Uns dias depois, Tudor Pole estava na plataforma de Scutari, junto ao Bósforo. Sua bagagem já estava no trem.
Voltou a aparecer meu amigo do Orient Express; estava entre a multidão, a certa distância de mim, e sacudia vigorosamente a cabeça. Desconcertado, deixei que o trem partisse sem mim. Pouco depois, este trem sofreu um acidente a uns 50 kilometros de onde eu me encontrava. Finalmente recuperei minha bagagem. Parte dela estava manchada de sangue.
Tudor Pole não identificou o desconhecido em seu livro, porém Walter Lang, que escreveu a introdução e também uns comentários sobre outro de seus livros, perguntou a Tudor Pole: Sabe quem era o homem do trem? Tudor Pole respondeu: Sim. Era Saint Germain.
Texto extraído da Internet

A HISTÓRIA DE BAPHOMET

A história em torno do Baphomet está intimamente relacionada com a da Ordem do Templo.

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, foi fundada no ano de 1118. O objetivo dos cavaleiros templários era proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam como área para sua sede o território que corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém, e daí a origem do nome da Ordem.

Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se poderosos e ricos, mais que os soberanos da época. Segundo a lenda eles teriam encontrado no território que receberam documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo Graal, o cálice onde foi coletado o sangue de Jesus Cristo na cruz, e o mesmo que foi usado na última ceia.

Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens de Felipe, o Belo (grande devedor de dinheiro para a Ordem) e com o apoio do Papa Clemente V, os cavaleiros foram presos, torturados e condenados a fogueira, acusados de diversas heresias.

A Igreja acusava os templários de adorar o diabo na figura de uma caveira que eles chamavam Baphomet, de cuspir na cruz, e de praticar rituais de cunho sexual, inclusive práticas homossexuais (embasado no símbolo da Ordem, que era representado por dois Cavaleiros usando o mesmo cavalo). O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação da Ordem pela Igreja Católica e da matança de templários na fogueira que se seguiu a isto.

Origem da expressão "Baphomet"

A origem da palavra Baphomet ficou perdida, e muitas especulações podem ser feitas, desde a impossível derivação (corruptela, deformação) de Mahomet (o nome do profeta do Islã), até Baph+Metis do grego "Batismo de Sabedoria". Outra teoria nos leva a uma composição do nome de três deuses: 'Baph', que seria ligado ao Deus Baal; 'Pho', que derivaria do deus Moloc; e 'Met', advindo de um deus dos egípcios, Set.

A palavra "Baphomet" em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos Cabalistas judeus), obtem-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que soletra-se Sophia, palavra grega para "Sabedoria".
Significados possíveis

O símbolo do Baphomet é fálico, haja visto que em uma de suas representações há a presença literal do falo devidamente inserido em um vaso (símbolo claro da vulva). O Baphomet de Levi possui mamas de mulher e o penis é metaforicamente representado por um Caduceu. Este tipo de simbologia sexual aparece com freqüência na alquimia (o coito do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação.

Pode ser interpretado em seu aspecto metafísico, onde pode representar o espírito divino que "ligou o céu e a terra", tema recorrente na literatura esotérica. Isto pode ser visto no Baphomet de Eliphas Levi, que aponta com um braço para cima e com o outro para baixo (em uma posição muito semelhante a representações de Shiva na Índia). No ocultismo isto representaria o conceito que diz "assim em cima como embaixo".

Eliphas Levi lista as mais freqüentes representações do Baphomet:

1. um ídolo com cabeça humana;
2. uma cabeça com duas faces;
3. com barba;
4. sem barba;
5. com a cabeça de um bode;
6. com a cabeça de um homem;
7. com a cabeça de um bode e o corpo de homem.

Baphomet Por Eliphas Levi

Na classificação e explicação das gravuras de seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, Eliphas Levi classifica a imagem de Baphomet como a figura panteística e mágica do absoluto. O facho representa a inteligência equilibrante do ternário e a cabeça de bode, reunindo caracteres de cão, touro e burro, representa a responsabilidade apenas da matéria e a expiação corporal dos pecados. As mãos humanas mostram a santidade do trabalho e fazem o sinal da iniciação esotérica a indicar o antigo aforismo de Hermes Trismegisto: o que está em cima é igual ao que está embaixo. O sinal com as mãos também vem a recomendar aos iniciados nas artes ocultas os mistérios. Os crescentes lunares presentes na figura indicam as relações entre o bem e o mal, da misericórdia e da justiça. A figura pode ser colorida no ventre (verde), no semicírculo (azul) e nas penas (diversas cores). Possuindo seios, o bode representa o papel de trazer à Humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, os quais são signos redentores. Na fronte e embaixo do facho encontra-se o signo do microcosmo a representar simbolicamente a inteligência humana. Colocado abaixo do facho o símbolo faz da chama dele uma imagem da revelação divina. Baphomet deve estar assentado ou em um cubo e tendo como estrado uma bola apenas ou uma bola e um escabelo triangular.

HÉCATE
































“A Deusa Negra é, até agora, pouca coisa mais do que uma palavra de esperança murmurada entre os poucos que serviram seus aprendizados à Deusa Branca - ela levará homem de volta àquele instinto certeiro de amor que há muito tempo se perdeu por orgulho intelectual…” (Robert Graves)

Quem é essa presença magnética e que forças nos compelem a segui-la? Ambas, a história e a mitologia demonstram uma tradição discernível de initiatrix feminina. Uma linha tênue liga os Mistérios da sabedoria antiga à Europa Cristã medieval, no florescer do Renascimento literário o domínio dos poetas de século XII, cujas metáforas poderosas e alegorias prevaleceram como uma conjunção esotérica e erótica entre a mídia ortodoxa medieval. Dentro do culto gnóstico da Virgem Negra no sul da França medieval, ela é por vezes chamada de "A Notre Dame de Lumiere"; e isso é sugerido por Peter Redgrove (1989:134) como sendo em igual extensão à Deusa Negra, Mary Lucifer, a doadora-da-luz - Madalena, cujo símbolo é a rosa, e a rosa também é a flor de Vênus, cuja total florescência exemplifica amor sagrado/secreto. Mas ela também representa a sabedoria esotérica dos mistérios femininos, a ambos, carnal e religioso. Essa informação "sub-rosa" era revelada somente aos iniciados que buscavam esclarecimento e gnose.

Poeticamente, Redgrove descreve as engrenagens esotéricas em jogo por trás do disfarce do gênero conhecido como 'o amor cortês'; como a energia sexual radiada dos olhos do amado, fundindo no corpo sutil do amante, iluminando e elevando o espírito (ibid). Lembrando que os olhos são as janelas para a alma, esta emanação de 'luz' - o poder psíquico da alma - mais adiante é explicada como segue: “... O invisível assim se torna sensível pela operação de espíritos dependentes do funcionamento fisiológico do corpo”.(ibid). Tal preliminar intelectual induziu à radiação dos kalas(1) que explodiram em ondas miasmáticas de pneuma orgasmos(2), secreções somáticas absorvidas e transformadas nos atos de comunhão. Redgrove (1989:48) expressa essa força da Deusa Negra como “a luz negra se dobrando como os loa, tecendo sua teia ao redor de tudo que está dentro de seu aperto, ela é a luz da revelação dentro da escuridão.” Estas poderosas palavras evocativas sugerem o papel de 'Destino', cujos processos alquímicos maithunic(3) eram movidos pelas mulheres que operam sob o papel tradicional de hierodule ou initiatrix sexual, mas a quem elas estavam representando?

A Virgem Negra era um símbolo da alma, um portal no supraconsciente, a encruzilhada dos sentidos. Como prostituta e deusa escura, ela guia os mistérios da morte e renascimento, revelando o seu conhecimento herético da menstruação e magia Kundalini; sua sabedoria serpentina, explorada nos reinos dos sonhos onde as experiências reveladoras são de maravilhar (Redgrove 1989:136-38). Estas imagens evidenciam uma deusa de longe mais velha, mais antiga. A Madonna Negra na catedral de Chartres na França é conhecida como Notre Dame de Souterrain, ou 'Nossa senhora do Subterrâneo' (Picknett & Prince: 1197:151). Talvez nossa primeira dica de Hecate? Maria é constantemente retratada como uma fiandeira, fazendo alusão ao seu papel como a senhora do destino - outro papel mais tradicionalmente atribuído a Hecate.


Redgrove (1989:115-120) apóia a Deusa Negra como a mulher primal, uma deusa primal, uma Rainha de Encantamentos, de Magia negra e todas as coisas ocultas; seu esplendor oculto é a inspiração de poetas e reis. Mais adiante, ele posiciona esta Deusa Negra como cognata ao Espírito Santo, Sabedoria - a amante Abisag de Sunam do Rei Salomão... "Foi Eu quem cobriu a Terra como uma névoa. Sozinha eu fiz um circuito do céu e atravessei as profundezas do abismo... Quem de mim se alimenta ficará com fome de mais, e quem de mim bebe terá sede de mais..." (Ibid). Redgrove a percebe como um succubus, assombrando o mundo dos sonhos noturnos - os reinos de Hecate, a remetente dos sonhos. Todos os aspectos da Deusa são explicados por Redgrove (1989:117) como psico-erótico, multifacetado, subliminal e físico de uma só vez. Além disso, como uma forma de sabedoria, ele vê a deusa negra Hecate como a luz radiante - a chama escura, dama-estrela e portal para outros mundos (1989:138). Ainda mais interessante, ele a assume como Maria-Lúcifer, a lumen naturae, a illuminatrix da alma (ibid:156) Mas, será que podemos substanciar essa fenomenal suposição? Sim, nós podemos. Mitologias históricas fornecem material de origem relevante, sobre o qual o leitor é encorajado a tecer suas próprias conclusões.

Dentro dos Mistérios Órficos, Nyx, um negro espírito alado, levantou-se do Vazio do Kaos para deitar o ovo cósmico de prata contendo o dourado espírito alado do amor, Eros - também conhecido como Phanes o Revelador, cuja beleza radiante iluminou a Terra. Nyx, a Mãe Noite primal, dentro de seu reino estrelado também deu à luz as Fates (Destinos), as Hesperides, as Fúrias e Nêmesis (George 1992:112-117). Como a mitologia evoluiu, a precedência era classificada como dia e luz; todas as coisas sinônimas à noite escura ficaram exiladas ao chthonic (de 'khthonios' - dentro ou fora da Terra), isto é: fertilidade, parto, abundância, colheitas, destino e morte, reino do submundo, regiões astrais, o mundo dos sonhos, e a psique interna. Com efeito, Hecate se desenvolveu como a guardiã desses lugares sombrios e solitários, e de seus inerentes Mistérios ocultos. Atos obscuros do mistério sexual, Kundalini, profecia, inspiração e adivinhação, todos vieram de dentro de seu dom. Criaturas da noite - corujas, cachorros e cavalos se tornaram seus totens, assim como o fizeram todas as criaturas do submundo aquático - cobras, serpentes, aranhas, sapos e rãs. (Ibid) Como Dama da Transe-Formação, sua luz divina de gnose é secretada por seus poderes chthonicos de vida e morte; sua sexualidade voraz leva suas vítimas em um abraço profético de regeneração. Suas sacerdotisas legendárias levavam os agonizantes através de uma morte extática pelas suas convulsões orgásticas (George 1992:111).

Ultimamente ligada à lua negra, anteriormente Hecate sempre havia sido a deusa da iluminação da alma. Tempo e destino estão dentro de seu domínio; muitos de seus epítetos revelam seus inúmeros papéis e formas - Sábia, Rainha das Sombras, Senhora da Iniciação, Guardiã do Portal, Condutora de Almas, e A Brilhante (www.hecate.org.uk/history.html). Para os místicos, a Noite Escura é a profundeza do amor (Eros) e luz (Phanes). George (1992: 118) afirma que dentro filosofia Oriental o preto representa o estado informe da matéria pura e um todo unificado, sem nenhuma separação. Isso é um truísmo refletido dentro da Nyx grega e a Nut egípcia, ambas carregam a mensagem eterna da matrix universal como uma expressão do verdadeiro amor (sabedoria e compreensão/compaixão), da qual a ignorância induz ao medo e vazio.

Waterson (1999:190) recebeu muitas críticas dos acadêmicos por promover a idéia de que Hecate é derivada de Hekt, uma deusa egípcia de cabeça de sapo, deusa do nascimento, morte e ressurreição, parteira dos deuses, mas sua teoria é merecedora de uma melhor inspeção. Esta deusa primal criativa parece ter ajudado Osíris a se levantar dos mortos, precedendo o papel adotado por Ísis. Além disso, seu símbolo, o sapo, foi mais adiante adotado pelos Cristãos para representar a ressurreição de Cristo. Foram encontrados em numerosas luminárias cerâmicas com a inscrição: “Eu sou a ressurreição”. O eminente egiptólogo Wallis Budge (1971:63) explica que dentre os ritos fúnebres egípcios, o amuleto de sapo (juntamente com o escaravelho) era colocado sobre a múmia, para mostrar o poder de ressurreição de Hekt sobre o mesmo.

Mais tarde a mitologia grega revelou que Hecate, assim como Lucifer/Lux (luz) nasce de Nyx/Nox (escuridão). Bem antes disso, contudo, ela era originalmente uma deidade da Trácia e foi adotada no panteão grego como uma Titã, uma deidade pré-olímpica. Ela era descrita como uma bonita donzela com cabelos adornados por estrelas que iluminavam as trevas. Sua tocha em chamas revelava seu papel como illuminatrix e Condutora (a que guia os mortos) através de seus três reinos - os Céus, Terra e os Mares/Mundo Subterrâneo. Como já demonstrado, somente mais tarde, quando foi consignada ao Inferno, ela assumiu o papel mais sinistro de tomadora de almas. Curiosamente seu dia de festa é 13 de agosto, como uma deusa de fertilidade, e é um dia em que ela é propícia a evitar desastres que acontecem às colheitas. É notavelmente perto de 15 de agosto, quando acontece a festa da Santa Virgem Maria, a qual mais tarde assumiu essa função!

Em cada uma de suas quatro mãos (às vezes seis), Hecate maneja um objeto; uma chave que destranca os mistérios ocultos e a sabedoria da vida após a morte; uma corda/flagelo que representa tanto o cordão umbilical (permitindo nascimento) e o laço (morte); e a adaga, o símbolo da verdadeira vontade, que corta a ilusão e divide a corda (permitindo o nascimento) e o laço (facilitando a libertação da alma). Em sua quarta mão (nesta ou ainda nas três restantes) ela eleva a tocha (ou tochas) de iluminação e iniciação. Assim pode-se ver que ela preenche todos os papéis de Creatrix, Illuminatrix e Initiatrix - a (verdadeira) Deusa Tripla (de tripla face) (George 1992:142-45).

Tanto Hecate quanto Hermes compartilham o papel de "Condutor de Almas" e "Protetor das Encruzilhadas" e caminhos secretos dos planos mentais e físicos. Hermes freqüentemente se posta de pé ao lado de Hectarea, uma forma tríplice de Hecate, completa com suas três cabeças e seis braços. Acredita-se que sejam amantes ou companheiros, e eles são curandeiros, protetores da energia lunar e arautos da morte. Fazendo a ponte entre os mundos, eles revelam o passado, presente e futuro simultaneamente, conferindo visões proféticas e comunicação ancestral. De seu mundo crepuscular de ilusões, seus dons de encantamento asseguram o arrebatamento e ventura de seus devotos.

Hecate - Arte de Enoque Zedro
Outro epíteto bem menos conhecido é Hekatos, que significa “A Distante” (a Magia transportada através do ar que atinge seu objetivo), o qual Hecate, como uma forma de Ártemis, divide com Apolo. As lendas também falam dela como um anjo fosforescente, brilhando nas trevas do submundo, onde sua luz hipnótica de transe-formação é revelada dentro dos montes de terra dos sepulcros decadentes dos mortos. Aqui se encontram suas fusões de papel com os de Perséfone e de Deméter, com a qual ela ficou associada dentro de mitos alternativos gregos. Deve ser lembrado que os gregos sempre viram Hecate como uma jovem donzela. Ela se tornou uma velha somente para os Romanos (que julgaram seus papéis conectados aos assuntos de sangue feminino - nascimento e menstruação - como impuros) quando Ártemis e Se1ene a suplantaram nesta forma (ibid). Martha Ann e Dorothy Myers-Imel (1993:157) também nos fazem lembrar, dentro dos Mistérios Eleusianos, o papel de Brimo (a Destruidora Terrível da vida) que dá a luz a Brimos (o Salvador) Ela é associada com Cybele, Deméter, Perséfone e Hecate e é também a guia Perséfone quando ela volta para o mundo da superfície, ao chegar do Inferno de Hades. Ainda assim é Phosphorous - aurora e crepúsculo, mãe e guardiã, a que traz a aurora da vida, nascimento e morte. Ela é a Estrela Matutina, a portadora da Gnose, a 'propylia' - aquela que fica diante do portal, e 'propolos' - a guardiã do limite e condutora, a líder do caminho (Robert von Rudolf, Horned Owl Library).

O mundo obscuro dos sonhos é onde George (1992:148) acredita que nós estejamos encapsulados, dentro do seio nutritício de Hecate; isolados do tempo e espaço, suspensos no tempo liminar, nós alcançamos um "ponto silencioso" (uma praxis mágica de não-ser). Este nosso momento de "nos tornarmos" é onde ela está, a verdadeira Dama do nosso destino. Nossa submissão total a ela traz as recompensas da verdadeira gnose. Hecate guia o peregrino verdadeiro, Hecate abençoa a criança recém nascida, e Hecate protege e guia a alma em sua jornada final. Lembre-se, esta bela e jovem fada-madrinha usa uma coroa de estrelas. É notado que os devotos dos Oráculos Caldeus planejaram promovê-la como Sortieria (Salvadora), uma deidade celeste e princípio cosmológico da alma cósmica, não diferentemente da 'alma mundial' dos Neo-Platonistas (Robert von Rudolf). Na Ásia Menor, por volta de 800 a.C., Hecate fazia parte da trindade de Cybele, da Mãe, Filha e Filho como Hecate e Hermes. Ainda por volta de 400 d.C. seus papéis se desenvolveram como a sombria e sinistra espreitadora de cemitérios, perscrutadora de almas, Rainha da Bruxaria e Feitiçaria, a patronesse de Circe e Medeia (ibid). Os Romanos a transformaram, aliando-a com Diana Triformus, e uma vez mais, compartilhada com Proserpina (Perséfone).

Picknett e Prince (1997: 85) relatam como Madalena é a forma por trás da Virgem/Madonna Negra e como um arcebispo dominicano se refere à ela como ambos, illuminati (A iluminada) e illuminatrix, papéis que lhe foram atribuídos dentro do Gnosticismo. Lendas afirmam que no final de sua vida ela vivia em uma caverna no Sul da França, previamente usada como foco de adoração a Diana Lucifera (a Illuminatrix). A discutível sociedade secreta conhecida como o Priorado de Sião também venera a Madonna Negra como a Notre Dame de Lumiere ou 'Nossa senhora da Luz ' (ibid: 101). Eles também insinuam seu papel como o de uma sacerdotisa de Isis, uma hierodule sagrada e initiatrix dos Mistérios - mas espere, Isis não está fora de lugar aqui? Essa associação não devia ser com Hecate? Picknett e Prince (111) vão adiante ao relatar como nos Pirineus, na catedral de St. Betrand-de-Commings, existe uma escultura que representa uma mulher alada e com pés de pássaro, dando luz a uma figura dionisíaca, com reminiscências ao Green Man. A mãe desta figura luciferiana é sugerida como sendo Lilith, e pode mesmo o ser. Mas lembre-se que assim como Hecate, Brimo deu à luz a Brimos, o salvador. Também é notável que lendas abundam dentro da região da Senhora Herodias, a líder da noite, megeras e bruxas. Herodias é um freqüente pseudônimo de Hecate, que compartilha dos mesmos totens, os animais noturnos. Além disso, pesquisadores franceses ligam Pedaque, a Rainha das Bruxas de pés de ganso à “'Rainha de Céu” - e assim, por uma associação moderna, à Isis. Contudo esse título é um epíteto mais antigo de Hecate, e os pés de pássaro trazem à mente outra rainha associada com sabedoria e gnose: Sheba, a sacerdotisa Abisag de Sunam do Rei Salomão.



Nos textos de Nag Hammadi, do Pistis Sophia ou Virgin of Light, Madalena é fortemente associada com Sophia, a companheira de Deus - que é tanto a Palavra como a Sabedoria. Os estudiosos agora acreditam que os fortes elementos de erotismo prevalecentes entre os textos revelam a natureza verdadeira dessa relação. As serpentes sempre denotaram sabedoria e estas também são totens de Hecate (Picknett & Prince 1997: 142-43): Sophia é a juíza dos mortos, ainda outro papel muito mais atribuído à Hecate do que à Isis. Além disso, foram os Cristãos Gnósticos (romanos) que identificaram Sophia com Isis. De seus pontos de vista cultural, Isis se tornou a predominante "Rainha do Céu", usurpando várias pretendentes mais antigas à este título. A imagem de Isis amamentando o jovem Horus adquiriu por preempção a imagem da Madonna e sua Criança, adotada mais tarde pelos iconógrafos Cristãos. Para os Romanos, Isis representava mais do que eles percebiam que fosse a Mãe Universal, divorciada da morte e de todas as matérias impuras. Os romanos espalharam a popularidade de Isis ao longo do seu império. Antes disso ela havia sido uma das várias deidades egípcias femininas e menos importantes do que Nut, Neith, Maat e Hathor. Enquanto sua popularidade cresceu, a de Hecate minguou. Assim denegrida como a Senhora da Bruxaria e Feitiçaria ela se imortalizou, despojada de seu verdadeiro lugar dentro da mídia popular e pública. Mas, em todo o sentido da palavra, Hecate foi ao Inferno, onde seus mistérios continuaram a ser apreciados por todos aqueles que conheceram suas verdadeiras origens.

Disfarçada como Sophia, seu papel como salvadora dentro dos reinos obscuros de filosofia afetaram profundamente os eruditos, alertas às suas verdadeiras formas de illuminatrix e initiatrix. Um estudioso medieval em particular reporta sua experiência tumultuosa com ela em trabalho seminal de Gerhard Wehr, The Mystical Marriage (1990:77) “... Logo depois de várias tempestades sentimentais, meu espírito atravessou os portões do Inferno para a divindade nascida dentro de mim, e eu estava cercado por amor como uma noiva querida é abraçada pelo seu noivo. Sobre o que é esse triunfo espiritual é algo que eu não posso escrever ou falar. Não pode ser comparado com qualquer coisa exceto receber a vida em meio à morte, realmente era como vida para alguém que se levanta dos mortos”. Palavras proféticas, realmente, e aqueles que experimentaram tal envolvente elevação sentirão facilmente uma empatia. Ainda além da beleza e filosofia da nobre Sophia, é Sophia Prounicos a prostituta gratuita - e somente a partir dela a sabedoria é completamente alcançada, uma fusão total do espírito magicamente transposto via ato sexual, o sacramento definitivo, uma transe-formação completa de mente, corpo e espírito, iluminação e completa gnose - o dom de Hecate, A Dama do "Caminho".

Picknett e Prince (1997:338-39) explicam como Maria de Betânia untou os pés e cabelos de Jesus com óleo aromático; um ritual realizado somente por uma hierodule, uma sacerdotisa que através desse ato proclama a “realeza” de Jesus. Sua soberania sagrada é executada pelos ritos de “horasis” (toque divino), ou orgasmo de corpo inteiro, facilitado somente através do sexo sagrado. Novamente, esses ritos sagrados eram realizados dentro de todas as antigas escolas de Mistérios antigos pelas hierodules ao fazer Osíris o rei, assim como Tammuz e Dionísio. Assim a prostituta se torna santa e o rei, divino. Esse ato sagrado permite à completa e definitiva deusa (Hecate) se manifestar. Neste caso dentro de Madalena, não como uma sacerdotisa de Isis, mas de Hecate. Ela é a Cara Amada, a Madonna Negra - a deusa escura e terrível. Ao longo do tempo sua Magia seduziu, destruiu e reanimou todos os que sucumbem ao seu abraço. Picknett e Prince (1997:430) enfatizam que a Deusa Mandeana (seita gnóstica) Ruha, regente dos reinos das trevas, também é vista como o Espírito santo.

Outros escritores de esoterismo reconheceram, há tempos, que o mundo oculto de Hecate existe além dos níveis superficiais apresentados pelas mitologias populares sobre ela. Ela é a dama da Magia psico-sexual, saltando entre os reinos e planos, transformando-se entre as sutilezas da carne e espírito. Grant (1996:173) descreve seu papel como a dama dos reinos da verdadeira Bruxa, aquela que pode atravessar dimensões alternativas. Sua corrente lunar ofidiana oferece uma renovação mágica da qual germina o culto Draconiano. Além disso, Grant revela Nyx/Nox como sendo a chave para o Abismo, a guardiã do Primeiro Portal dentro de Da'ath, a ponte entre mente e corpo, o lugar de transe-formação, e o lugar onde a gnose é alcançada. Essa ponte, quando ativada por práticas de ioga (tântrica), estimula e sensibiliza a pele, órgãos e olfato, emitindo kalas de luz negra, pelas quais todas outras luzes são iluminadas. Hecate é a initiatrix sexual definitiva, a mortalha de mistério e conhecimento. Ela é a Senhora da Sabedoria, o Dama Estelar e o Portal para os Outros Mundos, a quem Redgrove (1989:120) nomeia como 'Aimah Elohim Shekinah' (A Noiva de Deus ou os Deuses).

E é então que as sacerdotisas de Hecate representavam seus papéis iniciáticos, de Condutoras de Almas de Mar-Ishtar até Madalena e além. Quando a transfiguração está completa, o regresso do planalto de Hecate traz Charis, Karuna e Samadhi - beleza, compaixão e paz (Redgrove 1989: 125-26) Para os Gnósticos, Charis - a Redentora era o nome para o Cristo feminino, cuja eucaristia de sangue menstrual precedeu a do Cristo. (Ibid: 128) Novamente, é Hecate que é dama de todos os assuntos relacionados à menstruação, fertilidade, parto e morte. Hoje em dia, dentro das práticas de Ioga Tântrica e em algumas formas de Bruxaria Tradicional, as sacerdotisas continuam a adotar o papel de hierodule, canalizando Charis ao tocar a Magia “realizada dentro do círculo, que produz um sonho vívido sobre a pele e é uma entrada no astral pelo ato do toque divino” (Ibid). O dom da initiatrix é a sínese em que o teatro negro da mente se torna um receptáculo de luz, preenchendo o vácuo criado pelo ego deprimido e depurado.

Redgrove (1989:156) declara que Hecate é Maria-Lúcifer, o 'lumen naturae', a radiante escuridão e iluminadora da alma. Hecate de três faces, a Dama da Psique, que fica na encruzilhada de nosso inconsciente olhando as idas e voltas dentro de nossas vidas. Suas funções cumprem um paradoxo de critérios; de cura, de destruição, de sabedoria, de demência e de vida e morte (George 1992:145-47). Aqui, neste labirinto mental, nós enfrentamos nossos demônios, nossas subversões negativas. Aqui ela nos desnuda de nossas ilusões, eliminando todas as facetas que negam nossa inteireza. Ao amá-la estamos amamos a nós mesmos... A revelação da Gnose verdadeira é a realização da Divindade inerente de si próprio.

Nenhuma forma definitiva de Hecate existe, e representações espaciais dela refletem somente as necessidades do momento; assim ela permanece como a Deusa Negra definitiva, a serpente primitiva da iluminação cósmica, papel que ela compartilha com Lúcifer, o portador da luz. Juntos eles são os seres gêmeos de Phosphorous, os portadores da tocha da verdadeira gnose.


1) Kalas - Estrela, perfume, essência, ungüento, etc. É a fonte de Kali, deusa do Tempo. Em Tantra refere-se especificamente às vibrações vaginais trazidas pela intensificação de procedimentos rituais durante a realização dos ritos Kaula. Vibração de natureza lunar. (Fonte de referência: Aleister Crowley and the Hidden God, Kenneth Grant, Skoob Books Publishing).


2) Pneuma orgasmos - orgasmos espirituais, pneuma refere-se à centelha divina, intelecto divino.


3) Maithunic - de Maithun, cópula, união, congresso. No Tantra é literalmente a cópula, tanto simbólica quanto a real. Maithuna é um dos cinco Makaras.(Fonte de referência: Aleister Crowley and the Hidden God, Kenneth Grant, Skoob Books Publishing).